sábado, 26 de janeiro de 2008

Porque hoje é sábado

Entenda a crise nos EUA

Entrevista de um economista americano ao blog do Washington Post, traduzido por Mariana Ferreira.

1. Por que as bolsas de valores vêm caindo em todo o mundo?

Os principais mercados de ações do planeta estão sofrendo os efeitos de um problema ocorrido no mercado imobiliário dos Estados Unidos.
A descoberta de que alguns americanos não estão pagando as prestações dos financiamentos de suas casas espalhou pânico entre investidores em todo o mundo – muitos fundos de investimento possuem parte de seus papéis lastreados nestes financiamentos.
Como um segmento da população não consegue pagar as suas parcelas, criou-se um temor de que os americanos possam também diminuir o seu ritmo de consumo.
Este medo de retração da economia dos EUA, aliado à suspeita da existência de papéis “contaminados” nos fundos de investimentos, fez com que muitos investidores vendessem as ações que possuíam.
Quando há muita gente querendo vender, o preço das ações cai.
O conjunto do das ações em queda derrubou a cotação das bolsas de valores.

2. O que há de errado com o mercado imobiliário dos EUA?

Os seguidos anos de crescimento econômico fizeram com que os bancos e instituições financeiras americanas abrissem a carteira para todo tipo de gente e empresas.
Empréstimos foram concedidos até a pessoas em má situação financeira (no setor imobiliário, o crédito às famílias de baixa renda chama-se subprime).
Como os juros eram extremamente baixos, muitos americanos financiaram ou refinanciaram o pagamento de alguns bens – especialmente o dos imóveis.
Depois, porém, não conseguiram cumprir os compromissos.
Embora a taxa de inadimplência não tenha aumentado significativamente, o temor de um calote em massa contaminou o mercado financeiro.

3. Como esses problemas influenciam as bolsas mundiais?

Nos últimos anos, os bancos que emprestaram dinheiro para o financiamento imobiliário nos Estados Unidos “empacotaram” boa parte das hipotecas americanas em novos produtos financeiros que foram revendidos a muitos fundos de investimentos em todo o mundo.
Como os juros estavam baixos na Europa e no Japão, esses fundos, que ofereciam retornos maiores, tornaram-se atraentes para os pequenos e grandes investidores.
Criou-se uma pirâmide de investimentos de cerca de 1 trilhão de dólares por meio da qual a poupança de milhões de empresas e aposentados, europeus e japoneses, foi usada para financiar a construção e a compra de casas nos EUA.
Embora tenham sido vendidas como aplicações extremamente seguras, na prática não era bem assim – muitos americanos não cumpriram seus compromissos e o dinheiro nunca chegou aos fundos como era previsto.
Quando alguns destes fundos de investimento tentaram se desfazer das hipotecas americanas na esperança de passar adiante o mico do risco, não conseguiram e perderam dinheiro.
Tiveram então que vender ações até de empresas saudáveis para se recuperar – isso derrubou as bolsas do planeta.

4. Qual é a real extensão desta crise?

Ainda não se sabe ao certo. Embora mantidas inicialmente no terreno do mercado financeiro, as turbulências já batem na chamada economia real.
Algumas empresas americanas começaram a mostrar números decepcionantes, caso das varejistas Wal-Mart e Home Depot, espécies de termômetros do consumo local.
Em agosto de 2007, os EUA cortaram 4.000 postos de trabalho – primeira queda do nível de emprego do país desde 2003.
O maior risco de a crise extrapolar o mundo das finanças e atingir a economia real está na retração do crédito.
Devido à incerteza sobre o futuro da economia global, instituições financeiras americanas reduziram sua tolerância em relação a empréstimos arriscados – não apenas no setor imobiliário. Essa postura reduziu o fluxo de dinheiro que irriga o caixa das empresas.
Crédito é um dos principais motores da economia – empresas e negócios surgem e crescem num cenário onde têm acesso a empréstimos para viabilizar seus negócios.
As dificuldades no crédito devem comprometer o bom momento atravessado pela economia mundial.

5. No que ela difere de turbulências globais anteriores?

Mais do que qualquer outra crise anterior, esta traz consigo características cuja existência só foi possível graças ao aprofundamento do processo de globalização da economia.
Por meio de inovações recentes, bancos e instituições financeiras pulverizaram os riscos de prejuízos e lubrificaram o mercado.
Pegue-se o exemplo do setor de imóveis dos Estados Unidos. Para não arcarem sozinhos com o risco de calote nos empréstimos que fizeram a consumidores americanos de segunda linha, os bancos fracionaram e empacotaram o crédito referente a esses empréstimos em títulos, repassados a milhares de fundos de investimento.
A lógica é a seguinte: se os consumidores americanos pagarem suas hipotecas, os lucros serão dispersados entre todos os que compraram esses títulos; se houver calote generalizado, o prejuízo será socializado.
O problema é que, ao dissiparem os riscos, esses mecanismos também aceleram e aumentam o alcance das fases de turbulência.
Como ninguém consegue saber quem está saudável e quem comprou títulos podres, a desconfiança se espalha e paralisa inúmeras negociações.

6. Os bancos centrais devem agir para conter a crise?

Sim, e sem muita demora.
Um dos mais importantes estudos econômicos do século XX, de autoria dos americanos Milton Friedman e Anna Schwartz, concluiu que a quebra da Bolsa de Nova York de 1929 e a depressão que se seguiu durante os anos 30 foram precipitadas pela decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de estrangular o crédito, elevando os juros e diminuindo a quantidade de dinheiro em circulação.
Sem moeda na praça, e sem a possibilidade de fazer empréstimos junto aos bancos, inúmeras empresas foram à falência, e a economia dos Estados Unidos retraiu dramaticamente.
Desde a publicação do estudo, BCs em todo o mundo têm agido de forma mais enérgica para tentar socorrer seus respectivos mercados antes de um colapso generalizado.

7. E o que eles têm feito para afastar essa ameaça?

Os bancos centrais têm atuado na linha de frente para conter o avanço da atual crise financeira. Em setembro de 2007, o Fed mostrou que aprendera a lição do crash de 29: cortou os juros nos Estados Unidos em 0,5 ponto porcentual, depois de 4 anos sem mexer na taxa.
A decisão pretendia estimular novos pedidos de empréstimos e conter parte da retração no crédito.
Antes disso, porém, o Fed, o Banco Central Europeu e o Banco do Japão despejaram juntos quase 500 bilhões de dólares no mercado, para socorrer bancos e conter a escassez de dinheiro. É, de longe, a maior cifra do gênero na história - após os ataques de 11 de setembro de 2001, o aporte foi de 230 bilhões.
Diante da persistência da crise, porém, as medidas não tiveram o efeito desejado.
Por isso, o Fed voltou a reduzir os juros em meados de janeiro de 2008.
Desta vez, o corte foi de 0,75 ponto porcentual - o maior desde outubro de 1984.

8. E o governo americano, como reagiu à crise?

Após meses de turbulência, o presidente George W. Bush finalmente anunciou, no início de 2008, as linhas gerais de um pacote para salvar a economia americana de uma possível retração no crescimento.
O plano de 140 bilhões de dólares, que precisa de apreciação do Congresso, foi avaliado em 1% do PIB.
O objetivo do governo é diminuir impostos para consumidores e garantir incentivos fiscais para empresas americanas.
Dessa forma, calculou a Casa Branca, os Estados Unidos escapariam da recessão - trazendo ainda benefícios para todo o planeta.

9. Quais são os efeitos sofridos pelo Brasil?

Por estar cada vez mais inserido no contexto da economia global, o Brasil não sairá ileso desta crise.
Os primeiros efeitos já foram sentidos no mercado de ações. Para estancarem os prejuízos decorrentes da crise, investidores estrangeiros venderam papéis não só nos Estados Unidos e na Europa, mas também em mercados emergentes, como o Brasil.
A fuga do dinheiro externo explica os dias de forte queda da Bolsa de Valores de São Paulo. A médio prazo, o crescimento da economia brasileira pode sofrer o baque de uma eventual retração global, o que manteria o aumento do PIB na mediocridade atual por mais tempo.
A desaceleração mundial derrubaria o preço das commodities e afetaria diretamente a economia brasileira, que tem, na exportação desses produtos básicos, sua maior fonte de renda externa. Além disso, se o dólar subir demais, a baixa inflação brasileira pode ficar comprometida, já que uma série de produtos, a maioria importados, têm seu preço baseado na moeda americana.
Para conter a inflação, o Banco Central pode interromper a queda na taxa de juros e ameaçar ainda mais o crescimento do país – juros altos desestimulam os empréstimos que fazem a economia andar.
De todos esses cenários possíveis, o único que parece provável é o atraso da promoção do Brasil ao chamado grau de investimento, categoria que indica os países com baixa propensão ao calote.

10. Por que o país não corre tantos riscos desta vez?

Durante os anos 90, o Brasil atravessou, aos trancos e barrancos, as crises nos mercados financeiros do México (94), da Ásia (97), e da Rússia (98), e sucumbiu ao ataque especulativo contra o real, no início de 1999, desvalorizando a moeda.
Nesta última ocasião, o país tinha reservas de apenas 35 bilhões de dólares – no auge da crise, o mercado brasileiro perdia 1 bilhão por dia.
Desta vez, o cenário é bem diferente: o país tem dólares de sobra e o drama da dívida externa faz parte do passado.
Segundo o Banco Central, o Brasil tem quase 160 bilhões de dólares de reserva que podem ser injetados no mercado para conter a fuga de capitais.
O país, portanto, não vai quebrar.

11. Por que o dólar sobe quando a bolsa cai?

De forma simplificada, o que acontece é o seguinte: quando o mercado de ações passa por um período de instabilidade, o valor dos papéis sobe e desce imprevisivelmente.
Como não sabem se a cotação das ações que possuem vai subir ou descer, os investidores preferem comprar dólares e desfazer-se dos papéis.
O dólar é um investimento muito mais seguro, já que a moeda americana não tem a mesma chance de se desvalorizar do que as ações de uma empresa – que pode, por exemplo, falir e causar prejuízos enormes.
Quando os investidores tiram dinheiro da bolsa – o que provoca sua queda – muitos correm para comprar dólares. A alta procura eleva a cotação da moeda americana.

12. É possível uma nova onda de desemprego?

Ondas de desemprego estão normalmente associadas a cenários de recessão econômica mais graves, quando o nível de produção cai e as empresas costumam dispensar parte de sua mão de obra para diminuir os prejuízos.
Pelo menos por enquanto, não é caso desta crise. Mesmo que a economia dos Estados Unidos venha a se retrair como prevêem os analistas – o que com certeza provocará uma redução do crescimento brasileiro – a situação no país é estável, e as variações na taxa de desemprego devem continuar leves, para cima e para baixo.

13. É seguro investir em ações nesse período?

Sim. Diante da crise, os analistas não se arriscam a prever uma data para o fim da oscilação das bolsas, embora muitos apostem que ela se estenderá por boa parte de 2008.
Isso não significa, no entanto, que a bolsa transformou-se da noite para o dia em território restrito a grandes jogadores e alguns poucos entendidos, como já foi um dia.
Mesmo com as turbulências, segue sendo seguro investir no mercado de ações - mas, mais do que nunca, deve se esperar retorno a longo prazo, quando os efeitos mais graves da crise já tiverem passado e o mercado recuperar a tendência de alta.
Em 2007, mesmo com momentos de fortes perdas, o índice Bovespa, principal da Bolsa de Valores de São Paulo, registrou valorização de 43,6%.
No futuro próximo, a turbulência pode reduzir um pouco esses ganhos - mas eles deverão se manter acima de outros investimentos.
Outro argumento dos analistas para manter os investimentos: a bolsa brasileira está barata em termos internacionais.
Para quem já tem dinheiro em papéis, o mais importante é não sair - a regra é ter cautela, já que voltar para o mercado depois, em épocas de alta, pode sair muito mais caro.
Recomenda-se também que o investidor fique de olho nas pechinchas que surgem com a crise. Neste cenário, muitos estrangeiros vendem ações de empresas saudáveis e derrubam sua cotação.
A longo prazo porém, elas podem se valorizar e beneficiar quem comprou-as na baixa. Diversificar as apostas também é indicado para tempos de bolsa volátil - eventuais perdas com uma companhia podem ser compensadas com ganhos em outras.
Por fim, o investidor da bolsa deve avaliar o desempenho de sua aplicação em particular: a variação das ações que estão no fundo escolhido não vai ser necessariamente igual à do Ibovespa, que segue as 64 ações mais negociadas nos pregões da bolsa.
Para se ter uma idéia, no início de 2008, já havia cerca de 450 empresas com papéis na Bovespa.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Caos entre taxistas em Brasília


Enviado por Alexandre Garcia


Em Brasília, muita confusão nas ruas. Um assunto que interessa a motoristas de táxi e passageiros.

O secretário de transportes do Distrito Federal proibiu os táxis de darem descontos. Ele terá de se explicar e pode ter de responder a processo por ferir a lei de livre concorrência.

A briga é antiga. Taxistas chegaram a apedrejar alguns táxis no aeroporto de Brasília porque ofereciam mais desconto. Pelas novas regras, os táxis mais baratos não poderão anunciar preços menores e na prática terão de subir o valor da corrida.

A secretaria de direito econômico do ministério da Justiça investiga o caso para que seja garantida a possibilidade de pagar menos pelo serviço.

A fiscalização na capital é de responsabilidade do Distrito Federal. Mas, nas estradas, as regras também estão mudando.

Ninguém sabe exatamente quantos morrem no asfalto brasileiro. Em geral, só se tem a conta das rodovias federais.

Uma pesquisa feita pelo professor Maury Panitz, publicada na revista da PUC-RS, soma as estradas federais, estaduais, municipais, vias de cidades e os mortos nos hospitais até 90 dias após o acidente. E dá 80 mil por ano. Ou seja, 220 mortos por dia. É um avião caindo todos os dias.

A ministra da Casa Civil Dilma Rousseff acha isso um escândalo e diz que a posição do ministro da Justiça não é isolada, mas uma posição de governo.

O ministro das Cidades, ano passado, havia conseguido uma resolução do Contran, mandando pôr placa nas estradas antes dos radares. Mas ninguém falou de multas.

Agora o governo percebe que isso nada ajuda e que só educação não vem adiantando. Por isso, decidiu endurecer.

Ano passado, na Inglaterra, um motorista foi flagrado a 277 km/h em um porsche 911. Foi preso por dois meses e meio, proibido de dirigir por três anos e recebeu multa equivalente a R$ 400 mil.

Uma multa que o obriga a vender a arma, o carro, para pagá-la. O juiz alegou que ele criava perigo para as outras pessoas, ao dirigir naquela velocidade.

O governo brasileiro está de olho no exemplo inglês.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Por Dentro do Governo Lula



Livro que relata através de comentários diários os primeiros anos do Presidente que, na época, foi eleito para mudar o Brasil, mas acabou sendo mais conservador que Fernando Henrique.

Vale a pena analisar essa retrospectiva, para entendermos que muita coisa não mudou.

Economia: Por que o mundo ainda sofre com uma crise dos EUA ?

A crise econômica nos Estados Unidos é o assunto da vez no blog que o Washington Post mantém com jornalistas de todo o mundo.

A questão agora é discutir por que as economias do resto do mundo, mesmo indo tão bem, pegam sempre um resfriado quando os americanos espirram.

Por aqui, o governo nos vende a idéia de que nunca estivemos tão bem na história, com reservas acumuladas, superávits comerciais e em transações correntes, e dívida externa em queda.

O dólar está num nível baixo e a previsão de crescimento para a economia está em torno de 5% em 2008.

Mas, por que então, a Bovespa despencou na segunda-feira, repercutindo mal o pacote apresentado por Bush na sexta?

Em primeiro lugar, porque a crise americana, desta vez, não se trata de um espirro.

A avaliação é que a maior economia do mundo está entrando em uma grave recessão, diferente das últimas duas, que foram breves e suaves.

Em segundo lugar, estamos numa economia globalizada, e é ilusão acharmos que estamos desconectados do resto do mundo.

Por fim, temos que lembrar que o EUA é o nosso maior investidor e importador, e está muito a frente da China, com quem aumentamos nossas relações comerciais nos últimos anos.

O mundo inteiro será afetado pela crise na economia americana, que é a maior do mundo.

A principal diferença é que hoje em dia, quando os Estados Unidos espirram, eles atingem primeiramente a sua própria economia.

Corrida contra o tempo

Complicou ainda mais a aprovação do Orçamento Geral da União de 2008.

Como não foi votado antes do recesso, sua discussão foi adiada para o novo ano legislativo, que começa no dia 11 de fevereiro, quando suas Excelências retornam das férias.

Com a derrubada da CPMF, todo o Orçamento precisou ser refeito, para ajustar estimativas de despesas e receitas à nova realidade.

A primeira sugestão do Executivo, o corte nas emendas parlamentares, ainda não prosperou, porque a base aliada se rebelou – em ano eleitoral, as emendas são importantes para os municípios.

Os deputados precisam da boa vontade dos prefeitos, e muitos deles são também candidatos a prefeito em suas cidades. Por isso, as emendas são estratégicas este ano.

A Comissão Mista de Orçamento é composta, como o nome indica, por deputados e senadores.

Além do presidente e do relator-geral, há também os relatores setores: por ministério, ou por rubrica.

O relator de receitas, senador Francisco Dornelles, é um tributarista experiente, já foi superintendente da Receita Federal e ministro da Fazenda.

Dornelles reviu várias vezes as estimativas de receita, até chegar a um aumento de receita da ordem de R$ 23 bilhões – R$ 3 bilhões a mais do que o previsto pelos cortes sugeridos pelo Executivo.

Mas diante da crise externa, o relator está muito cauteloso.

Ninguém sabe até que ponto a economia brasileira será afetada pelas dificuldades financeiras internacionais.

Em outras palavras, teme-se que esta expectativa de receita seja devorada pela retração da economia mundial – e, portanto, da economia brasileira.

Além do mais, a Comissão de Orçamento está correndo contra o tempo.

Segundo os regimentos da Câmara e do Senado, em março são trocados todos os presidentes e todos os relatores das comissões permanentes.

No Congresso, o mês de março é tradicionalmente dedicado a articulações entre os partidos para indicar os novos presidentes e relatores de comissões.

As articulações são intensas. As maiores bancadas abocanham presidência e relatoria das comissões mais importantes.

As negociações com a oposição são ferozes.

Na poderosa Comissão Mista de Orçamento, que envolve as duas casas do Congresso, a briga é de foice.

Atualmente, a Comissão é presidida pelo senador José Maranhão (PMDB-PB), e seu relator-geral é o deputado José Pimentel (PT-CE), refletindo a posição de PMDB e PT como os dois maiores partidos na Câmara e no Senado.

Em 2008, esta situação pode se inverter.

Os novos presidentes e relatores não abandonam todo o trabalho feito para começar do zero. Mas precisam familiarizar-se com o assunto, tomar pé na situação.

Tudo isto atrasa ainda mais a aprovação do Orçamento.

Portanto, se a votação não ocorrer até 29 de fevereiro, periga ser adiada para abril, dificultando a vida do Executivo, que não pode gastar, pois não pode sacar recursos que um Orçamento inexistente.

Ainda por cima, 2008 é ano eleitoral.

A partir de junho, o governo federal não pode inaugurar obras, não pode contratar nem demitir, não pode uma série de coisas.

Por isso, a Comissão Mista de Orçamento precisa se apressar.

O tempo está ficando aflitivamente escasso para a aprovação do Orçamento Geral da União de 2008.

Dois assuntos: juros no Brasil e desmatamento na Amazônia

Enviado por Míriam Leitão

Dois assuntos hoje no Bom Dia Brasil: o Banco Central brasileiro, que deve manter a taxa de juros inalterada por um bom tempo, e o crescimento do desmatamento na Amazônia.
Ao contrário do que diz o governo, ele aumenta quando o preço da soja e da carne disparam.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Comentário de Míriam Leitão

Não há economia que fique descolada de uma crise nos EUA

Todo mundo agora está se descolando da "tese do descolamento", porque não há economia que não seja afetada por uma recessão nos Estados Unidos.

Ouça o comentário na CBN.

Economia

Dilma descarta racionamento de energia e lembra que em julho o país terá terminais portuários para importar gás.

O esquartejamento do Ministério de Minas e Energia começou

O termo esquartejamento em política, significa que determinado órgão do governo, no caso o ministério, sua pasta é composta por diversos partidos.

A vantagem é que um vigia o outro e assim evita esquemas de corupção.

A desvantagem é que um partido fica colocando casca de banana para o outro poder assim escorregar e deixar o ministério.

Edison Lobão assumiu nesta segunda-feira (21), o Ministério de Minas e Energia. E já no mesmo dia começaram o esquartejamento do ministério sem antes mesmo o ministro decidir os componentes da pasta.

PMDB e PT são aliados nessa guerra pelos cargos, responsáveis por 40% do PIB nacional.

O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp(RO), disse que está certo que a legenda ficará com o controle da Eletrobrás e da Eletronorte, e negociou abrir mão da Eletrosul para o PT da senadora Ideli Salvati (SC).

O senador José Sarney (PMDB-AP) tem indicação da presidência da Eletrobrás e da diretoria financeira da estatal, que possivelmente será o técnico de carreira da Eletronorte, Astrogildo Quental.

O deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) deverá indicar o comando da Eletronorte para o afilhado político Lívio Rodrigues de Assis, do Detran do Pará.

A diretoria da Eletrosul será do ex-governador Paulo Afonso (PMDB-SC).

Já o PR quer um cargo de destaque no setor elétrico para o ex-governador Lúcio Alcântara (CE).

A chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, tentará manter o atual presidente da Eletrobrás, Valter Cardeal, numa diretoria estratégica.

Agora, na Eletronorte, ela já acertou a permanência do diretor de Engenharia, Adhemar Palocci.

E para completar seu time, Maurício Tolmasquim ficará como presidente da Empresa de Pesquisa Energética.

No entanto, o PT manterá o controle de Itaipu, enquanto o PSB ficará com a Chesf, e por fim, o PMDB que já tem a Furnas, quer sinal verde para ocupar outros cargos da estatal.

Portanto, é sempre a mesma coisa: mudou de ministro então, novos nomes, mudanças de cargos e manipulações estratégicas são usadas para o ocupar a máquina pública da melhor foma possível, para eles.

Política

Líderes do DEM defedem reeleição de Kassab em São Paulo e descartam que ele saia como vice em chapa de Alckmin.

Notícias em tempo real

22/01, 11:52 am
Fed (banco sental americano) reduz taxa básica de juros dos EUA em 0,75 ponto de 4,25% para 3,50%.
Bovespa sobe cerca de 2%.

22/01, 01:07 pm
Dilma diz que país vai virar canteiro de obras, mas o governo só gastou 44% da verba do PAC em 2007.

22/01, 06:23 pm
PAC é a vacina contra crise econômica externa, porque acelera demanda interna, diz a minstra Dilma.

22/01, 06:49 pm
Bovespa sobe 4,45%, a maior alta do dia desde setembro, com queda nos juros dos EUA.
Dólar cai 2,02% e vai para R$1,793.