sábado, 4 de outubro de 2008

É amanhã


Acompanhar todo o processo eleitoral 2008 foi interessante. Desde o começo, os pontos relevantes da corrida eleitoral foram marcados por muitas emoções.

E, amanhã, a partir das 6h, o blog acompanhará todas as informações, postando as atualizações.

Agora, vale uma dica: se estiver em dúvida quanto ao candidato, analise toda a sua vida pessoal, caso ele nunca tenha sido eleito, pois não existe ninguém com ética pública diferente de ética privada.

A disputa para atrair os aliados de 2010

Revista Época - Fernando Abrucio



A eleição de 2008 não definirá apenas os prefeitos que serão protagonistas por quatro anos em suas cidades. Também está em jogo outra peça-chave do tabuleiro político brasileiro: a definição dos coadjuvantes de 2010. Essa observação tem como base um cenário em que os atores principais do pleito presidencial seriam o candidato do governo – apoiado por Lula, provavelmente do PT – e o pertencente ao maior partido da oposição – o PSDB.

Ambos precisarão de fortes aliados se quiserem vencer. No dia seguinte da disputa municipal, já poderemos ter uma noção mais clara das prováveis parcerias que serão seladas daqui a dois anos.

Antes de montar o quadro de casamentos e amizades que poderão acontecer na eleição presidencial, é preciso explicar o cenário descrito acima e a importância dos coadjuvantes. A aposta num jogo bipolar em 2010 se deve, primeiramente, à dificuldade que os outros partidos relevantes terão para construir uma terceira candidatura eleitoralmente viável. Obviamente, haverá candidatos outsiders. Mas as legendas que disputam o poder, principalmente as maiores ou em ascensão, não têm, hoje, como se apresentar para além do espectro do lulismo versus tucanos. Nenhum grupo ou líder nacional conseguiu, nos últimos oito anos, se apresentar como resposta alternativa tanto ao presidente Lula como ao PSDB. É muito difícil fazê-lo apenas no ano da campanha.

A força da bipolaridade nacional não significa que o lulismo e os pessedebistas possam jogar sozinhos. Ao contrário, suas chances dependem da capacidade de atrair aliados. Isso se deve a três razões. Primeiro, a necessidade de ter bastante tempo no horário eleitoral gratuito. É o que provou o crescimento dos candidatos Márcio Lacerda, em Belo Horizonte, e Gilberto Kassab, em São Paulo, que subiram na preferência do eleitorado depois de aparecer na TV. Segunda razão: as alianças regionais serão decisivas em 2010 – e petistas e tucanos não têm candidatos fortes em todos os Estados. Por fim, conquistar partidos é uma forma de não tê-los junto aos adversários.

Para o “casamento de 2010”, os partidos mais disputados são PMDB e DEM. Quem teve seu passe valorizado foi o “bloquinho de esquerda” (PSB, PCdoB e PDT), que deverá ser estratégico no Norte e no Nordeste.

O que a eleição municipal muda no jogo nacional? Primeiro, o resultado fraco do DEM só pode ser amenizado por uma vitória de Kassab em São Paulo. Se esse cenário se confirmar, o vencedor será José Serra, pois será o principal responsável pelo triunfo. Os democratas ficariam amarrados com o “serrismo”. Isso reduziria as chances de o governador de Minas, Aécio Neves, tornar-se candidato do PSDB à sucessão de Lula.

Do outro lado, o lulismo conseguiu afastar a maior parte do PMDB da oposição. Os governadores do Rio, do Espírito Santo e de Santa Catarina, além do virtual prefeito de Goiânia, estão mais próximos de Lula que dos tucanos. É certo que o condomínio federativo peemedebista normalmente flerte com todos os candidatos. Mas, desta vez, as chances de união estável com os tucanos tornaram-se remotas. No máximo, o PMDB optará por uma amizade colorida com o governo, lançando um nome próprio sem perspectivas eleitorais ou não apresentando uma candidatura. De qualquer modo, os peemedebistas sairão da disputa municipal quase “noivos” de Lula.

Mais importante para o lulismo é a consolidação da aliança com o ascendente “bloquinho”. A despeito de uma ou outra rusga, a aliança com Lula se tornou ainda mais forte, particularmente no Nordeste. O governador Eduardo Campos, de Pernambuco, até foi cortejado por Serra. Mas todos sabem por quem bate seu coração – e o dos líderes dessa frente de esquerda. Se os cenários aqui propostos se confirmarem, os resultados da eleição de 2008 deverão fazer com que Serra e o candidato de Lula, provavelmente Dilma, tenham mais chance de conquistar os coadjuvantes de 2010. Com tais casamentos, eles terão dado um passo decisivo para suas pretensões presidenciais.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Bandinha do Jornal da CBN 1ª Edição

Ibovespa

O Ibovespa acaba de fechar com a cotação de 44.391 pontos, com queda de 3,8%.

Ibovespa

O Ibovespa reagi negativamente ao anúncio do pacote de recuperação financeira e opera com 44.894 pontos.

Bush aproveita a situação

Logo apos a aprovação, Bush fez novo pronunciamento na TV. É o terceiro desta semana.

Disse que assina o projeto ainda hoje. Agradeceu à presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e disse que a aprovação é resultado do esforço do governo com o Congresso.

Está tentando faturar a aprovação, mas poucos minutos, mais de 500 mensagens chegaram à CNN reclamando do resultado.

Ibovespa

Mesmo com a aprovação do pacote, o Ibovespa continua caindo. Neste momento é de 45.275 pontos.

Detalhes do pacote

- O pacote de US$ 700 bilhões prtende salvar instituições financeiras que tenham atuação nos Estados Unidos e que compram produtos financeiros que continham créditos relacionados ao mercado de hipotecas dos Estados Unidos. Para receber a ajuda, o banco não precisa ser americano, mas deve ter participação relevante no mercado do país.

- Para conseguir a aprovação do pacote, o governo norte-americano concordou em fazer a liberação em parcelas, conforme solicitaram congressistas republicanos e democratas. De início, US$ 250 poderão ser liberados com outros US$ 100 bilhões contigenciados a decisão presidencial. O restante do dinheiro dependerá de novas aprovações no Congresso.

Esses são, portanto, os pontos mais relevantes que destaco do 'Pacote dos US$ 700 bi'.

Em suma, o que o Congresso de maneira geral pensou foi em livrar o novo presidente de entrar no poder, a partir de 20 de janeiro de 2009, com um passivo de US$ 700 bilhões.

É uma atitude prática, que dessa forma poderá dar um pouco de gás nas relações econômicas. O resultado não será imediato, mas aos poucos as coisas voltarão ao seu rumo 'normal'.

O projeto foi aprovado

O projeto de resgate dos bancos foi aprovado com mais votos democratas do que republicanos. Assim é a oposição, que se envolveu para tentar limpar a bagunça feita pela má administração dos republicanos. Aliás, os membros do partido de George Bush se dividiram, com mais "não" do que "sim".

A aprovação deve provocar uma euforia, comemoração, "um rally" como dizem os economistas, mas não resolverá a crise econômica.

O pacote tem muitos itens ainda obscuros, tem outros que mais desajustam que ajustam, e é um enorme risco fiscal num país já deficitário. Sua única vantagem é que ele pode quebrar a cadeia de pânico que havia tomado conta dos mercados financeiros. Ainda há muita fragilidade nos bancos dos países europeus e nos bancos americanos. Outros momentos de instabilidade podem voltar a acontecer quando passar o alívio da aprovação.

O Brasil na crise

Míriam Leitão

O Brasil já foi atingido pela crise americana. E não pela queda da bolsa, mas pelo mercado de crédito. O risco país subiu 48% desde 1 de setembro, o dólar já subiu 29,5% desde 30 de julho, a bolsa caiu 37% desde 20 de maio. O mais perigoso é o que acontece com o crédito: o banco não diz que cortou a linha, apenas manda a empresa esperar um pouco. Diz que o crédito existe, mas não está disponível.

Além disso, está havendo uma tendência mundial de desalavancagem. Explicando: bancos operavam com um nível de concessão de crédito de várias vezes o capital. Agora, este múltiplo está caindo, está sendo reduzido. Tem menos dinheiro para emprestar.

O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros explica que há outros fatores nessa queda geral dos ativos.

— Além da desalavancagem, há uma falta de confiança generalizada, e todo mundo está reduzindo posições.

No Brasil, a bolsa sofre os efeitos desta redução de posições, mas já sofre também esse encurtamento do crédito. Quem explica isso é Joseph Tutundjian, especialista em comércio externo.

— O Brasil não é poupador, ele é tomador de dinheiro lá fora. Hoje, quando um empresário vai ao banco e pergunta pela sua linha de capital de giro para produzir, ouve o seguinte: “Você tem o crédito, mas ele não está disponível; segura um pouco que preciso ver como fica a minha linha de crédito no banco lá fora.”

O caso mais direto é o do exportador com seus adiantamentos de contrato de câmbio, os ACCs.

— Ele vai ao banco, mostra que tem um contrato de US$ 10 milhões, por exemplo, para entregar daqui a três ou seis meses. O banco então adianta a ele esse dinheiro, com o qual ele financia a produção. Hoje, esse dinheiro não está disponível como estava antes, porque os bancos dependem das linhas tomadas no exterior. Os bancos lá fora estão sentados em cima do dinheiro, com medo de emprestar, e por isso os bancos aqui ficam em compasso de espera e o exportador tem dificuldade de fechar o câmbio — diz Tutundjian.

Como nos ACCs o risco era pequeno, os juros eram bem baratos. Aí, o exportador fechava o câmbio e aplicava aqui para ganhar com os juros altos.

— Esse ganho financeiro aumentava a rentabilidade da empresa atingida pela valorização do real. É por isso que o Brasil continuou exportando, apesar da queda do dólar. Sem esse ganho extra, ficará mais difícil — explica Joseph Tutundjian.

Luiz Carlos Mendonça de Barros explica que a interrupção de ACCs produziu um problema complicado.

— O Brasil está hoje com US$ 60 bilhões de contratos de câmbio já fechados antecipadamente. Isso significa que, quando a exportação for feita, o dólar entra direto no banco lá de fora. Não entra dólar aqui. Como não estão sendo feitos novos ACCs, o $está se reduzindo. O país pode ficar de quatro a cinco meses sem receber novos dólares de exportação, ainda que a exportação continue — diz ele.

Quem vê o saldo de setembro acha que nada está acontecendo, mas, mesmo quando tudo isso passar, a situação será diferente porque o crédito será concedido de forma mais conservadora, com custos maiores e critérios mais rígidos.

— O capital será mais caro, mais difícil e a recessão vai reduzir a exportação em volume e em valor — conta Tutundjian.

Isso sem falar no fato de que algumas empresas que precisam de capital de giro e estão sendo informadas que devem esperar um pouco podem ficar sem condição de produzir.

— Se ele não tem capital próprio, esse mercado seco pode levá-lo a parar de produzir — diz Tutundjian.

Diante disso, o governo precisa aprofundar sua análise da crise e tomar algumas providências. É espantosamente rasa a interpretação que as autoridades brasileiras estão fazendo dos efeitos da crise econômica americana. Um dia depois de admitir, pela primeira vez, que a crise era grave, a ordem do presidente Lula foi de que se garanta crédito para as compras do Natal.

Já fomos atingidos e o grande problema não é garantir que o consumo continue acelerado, mas exatamente o oposto: os consumidores precisam reduzir seu ritmo de endividamento porque o custo do dinheiro está aumentando a cada dia, e as prestações podem ficar impagáveis.

No Brasil, a avaliação que se faz é que se a crise de crédito americana reduzir os empréstimos aqui, basta criar mais linhas de financiamento no Banco do Brasil e no BNDES. Até agora, já se falou em: aumentar linhas de financiamento de exportação pelo BNDES; antecipar linha de crédito do BB para a agricultura; o BNDES financiar o pré-sal tirando limites para os créditos tomados pela Petrobras no banco estatal. Enfim, diariamente surge uma solução para algum problema que passa pelos bancos estatais.

Uma medida simples seria reduzir o nível do recolhimento compulsório ao Banco Central, que hoje é de 45% sobre depósitos à vista e de 15% sobre depósitos a prazo.

— O Banco Central está muito mole. Essa medida poderia ajudar a prevenir as medidas estranhas que outras áreas do governo estão imaginando — diz Luiz Carlos.

20 Anos de Constituição Federal



Educação, saúde, salário mínimo capaz de garantir uma vida digna aos trabalhadores: muitas das garantias constitucionais ainda não foram plenamente asseguradas

Debate morno com alguns bons pontos

Míriam Leitão

O debate entre os candidatos a vice-presidente foi morno por várias razões.

Pela insegurança republicana, houve regras demais que amarraram o debate. Joe Biden não tem carisma, falou olhando para a entrevistadora em vez de encarar a câmera. Sarah Palin parece que decorou as resposta e quando não faz isso, ela lê. Leu até a questão sobre o papel do vice-presidente.

Biden cresceu em alguns momentos como quando derrubou a expressão "maverick" (uma pessoa independente, com suas proprias idéias) que virou lugar comum da campanha republicana quando se fala de John McCain. Mostrou que de independente McCain não tem nada, tanto que sempre votou com Bush.

Sophia Loren X Ingmar Bergman - Debate Americano dos vice-presidentes

Lucia Hippolito

Para o que se esperava de Sara Palin, não foi lá muito animado.

Sara Palin fazia o ar de dona-de-casa ocupada com as crianças, o marido que come gordura demais e o colesterol está alto, a hora do médico, da reunião de pais nas escolas. Além das aulas de musculação, evidentemente.

Sara Palin estava sempre descabelada, com os óculos meio fora do lugar, a camisa displicentemente fora da calça.

Pois bem. Hoje ela parecia Sophia Loren trabalhando num filme sueco. Amarrada, engessada, impedida de dar asas ao seu temperamento derramado. Em vez de um jeans, uma camiseta e um blazer (elegantérrimo conjunto, segundo Giorgio Armani), enterrou-se num terninho preto, brega e careta.

Uma Joe Badin de saias.

O problema é o voto enrustido, de lado a lado. Isto fez com que, por exemplo, Joe Badin não tenha saído decididamente a favor da união gay. Tanto ele quanto ela cortejaram o voto conservador que ainda está "no armário".

Não se tocou no voto racista. Um tema incômodo, no qual ninguém quer tocar. Mas no dia 4 de novembro vai aparecer, em sua face horrenda, pragmática e, infelizmente, eficaz.

No final, Sara Palin não deu o piti que era esperado, nem pagou os micos que se esperava.

Mas perdeu mais da metade do charme de sua espontaneidade.

Quanto a Joe Badin, velha raposa do Senado, controlou sua tradicional tendência à gafe e, ainda, sua quase irresistível tentação de debochar dos poucos recursos de sua adversária.

Enfim, não sei se houve ganhadores. Nem perdedores.

Talvez, pelo que se esperava de Sara Palin, no sentido de mobilizar a mídia, foi decepcionante.

Não pelo conteúdo, mas pelos efeitos que o marketing político esperava extrair.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

20 anos de Constituição Federal



Aniversário da Carta Magna será no domingo, dia das eleições. Coincidência esquenta os debates sobre a necessidade de novas reformas no texto

20 anos de Constituição Federal



Carta de 88 fortaleceu o Judiciário, sobretudo o STF

20 anos de Constituição Federal



Primeira emenda constitucional foi proposta apenas um dia depois da promulgação da Constituição de 1988, em cinco de outubro. Desde então, o Congresso já se deparou com quatro mil e 100 propostas

20 anos de Constituição Federal



Os progressos alcançados pela chamada Constituição Cidadã e as dívidas com uma sociedade que ainda espera os efeitos das novidades impressas pelos constituintes de 1988

É bom lembrar

Os candidatos estão proibidos de fornecer transporte para os eleitores no dia de votação.

E os eleitores estão proibidos de usar aparelhos eletrônicos na cabine de votação.

Eleições 2008 - Natal/RN

Diário de Natal, Sérgio Vilar

A candidata Micarla de Sousa (PV) lidera os índices de intenção de votos pela prefeitura de Natal com 46%, segundo aponta a terceira e última pesquisa realizada pelo Instituto Ibope, divulgada ontem pela IntertvCabugi. A deputada Fátima Bezerra (PT) mantém tendência de crescimento e aparece na segunda colocação, agora com 33% do eleitorado. O candidato Wober Júnior (PPS) somou 4%, seguido de perto por Miguel Mossoró (PTC), com 3%, Joanilson de Paula Rego (PSDC), 2%, e Dário Barbosa (PSTU), 1%. Os candidatos Sandro Pimentel (PSOL) e Pedro Quithé (PSL) não somaram pontos. Os eleitores indecisos há poucos dias da eleição ainda representam 6% do eleitorado. O percentual de votos brancos ou nulos é de 5%, segundo o Ibope. O instituto realizou 805 entrevistas domiciliares entre os dias 26 e 27 de setembro. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do RN sob o número 60639/2008.

Segundo os números do Ibope, a possibilidade do segundo turno esbarra no empate técnico, dentro da margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais para mais ou para menos. Micarla soma 46% contra 43% dos votos válidos dos outros candidatos. A diferença entre as duas candidatas melhores colocadas na pesquisa Ibope já foi de 25 pontos percentuais na primeira pesquisa realizada, ainda em agosto. Segundo a terceira rodada, os números cairam para 13 pontos. Na primeira pesquisa, Micarla de Sousa somou 50% dos votos contra 25% de Fátima Bezerra. A segunda sondagem do Ibope mostrou Micarla em queda de 5 pontos e somando 45%. Já Fátima subiu 3 pontos na segunda rodada e alcançou 28%. Agora, Micarla e Fátima somam 46% e 33%, respectivamente. O terceiro colocado desde a primeira pesquisa, Wober Júnior, começou com 2%. Alcançou 5% na segunda rodada e caiu um ponto nesta última, agora com 4%.

O candidato Miguel Mossoró já foi o terceiro colocado na primeira pesquisa, com 5%, e hoje ocupa a quarta colocação com 3%, em queda consecutiva de um ponto percentual em cada pesquisa. Joanilson de Paula Rego e Dário Barbosa mantêm os índices mais regulares entre os candidatos a prefeito. Nas três rodadas de pesquisa, o representante do PSDC soma dois pontos percentuais. O candidato do PSTU também permanece com mesma pontuação nas três pesquisas, sempre com 1% dos votos válidos. Sandro Pimentel e Pedro Quithé iniciaram a sondagem do Ibope com 1% e não foram mais citados nas segunda e terceira pesquisa.

O Ibope também realizou uma simulação para o segundo turno do pleito eleitoral em Natal entre as candidatas Micarla de Sousa e Fátima Bezerra. A representante do PV também lidera a pesquisa com 53% dos entrevistados, contra um percentual de 36% da candidata petista. O número de indecisos para um possível segundo turno cai para 2% do eleitorado. O percentual de entrevistados que responderam votar nulo ou em branco sobe para 9%.

Eleições 2008

Até ontem, dados divulgados pelo TSE, havia registrados no Brasil

15.462 Candidatos a Prefeito, quase 3 candidatos por município,

15.788 Candidatos a Vice-prefeito, mesma proporção para os 5.564 municípios do país.

Agora, no caso dos vereadores, estes já eram 349.584. São, praticamente, 63 candidatos por município.

Para este cargo é feito o cálculo do quociente eleitoral, isto é, dividi-se o número de votos válidos, ou seja, fora brancos e nulos, pelo número de cadeiras em disputa. Assim, se uma determinada cidade vai eleger 50 vereadores, por exemplo, divide-se o número de votos válidos po 50. O resultado é o quociente eleitoral, mínimo que um candidato tem que atingir para ser considerado eleito.

É por isso, que para uma grande quantidade votos branco e nulos diminui o quociente eleitoral, permitindo a eleição de vereadores com um número menor de votos.

Se houver poucos votos nulos e brancos, eleva-se o quociente eleitoral, exigindo um número maior de votos para considerar vitorioso um candidato a vereador.

Nesses últimos dias, os candidatos irão fazer de tudo para que o eleitor valide seu voto, isso é bom para aqueles que são 'cabeça de chapa'. Serão eleitos com muitos votos.

Eleições 2008 - São José de Mipibu

Nessas eleições, os eleitores irão dar dois votos: um para prefeito e o outro para vereador.

Pensando nisso, decidi investigar como estavam as projeções para as eleições em São José de Mipibu (meu domicílio eleitoral), no Rio Grande do Norte.

E para minha surpresa, apenas dois candidatos disputam esse ano.

Um deles é o filho do ex-prefeito Arlindo Dantas (que esteve no poder em 1996, conseguiu sua reeleição em 2000, mas seu candidato apoiado em 2004, Valdemar, perdeu com 10,11% de diferença para a atual prefeita Norma Ferreira), Alexandre Dantas (PCdoB/PR/PSDB/PHS/PPS/PSB) e o outro (a) tentando sua reeleição Norma Ferreira (PMDB/PMN/PRB/PT/DEM/PTB/PP).

Essas duas famílias vem se revezando no poder já faz tempo. Sempre uma passa oito anos, depois é vez da outra e por aí vai.

É preciso 'sangue novo' e mais racionalidade na forma de fazer campanha para o desenvolvimento da cidade. Isso falta da parte dos dois candidatos, são dispreparados, não são visionários e usam o dinheiro público de maneira inútil.

Portanto, não é justo colocar na conta do eleitor a responsabilidade de que a cidade precisa evoluir.

Não consegue por causa dos seus gestores.

PS: É importante registrar, aqui, que a população da cidade é de 36.990 habitantes. Com isso, conclui-se que apenas 9 candidatos dos 47 a vereadores serão eleitos pelo voto proporcional, isto é, o eleitor vota em um, mas acaba elegendo outro.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O que fazer

Míriam Leitão

O Congresso americano poderá aprovar algum projeto de socorro aos bancos desde que haja uma medida de apelo popular que tire dele a marca de ser um socorro aos banqueiros. Uma possível medida é o aumento do limite da garantia dos depósitos. Mesmo na incerteza, muita coisa se sabe. É isso que devia servir de guia ao Brasil na preparação para atravessar esse período turbulento.

Ontem, o mercado deu o salto que deu por dois motivos: tinha caído exageradamente na véspera, num momento de pânico; e se deixou embalar pela esperança de que o projeto de socorro aos bancos será aprovado. Os dois movimentos não são racionais. Cair 9% num dia e subir quase 8% no dia seguinte não faz qualquer sentido. O mercado continua alternando pânico e euforia.

O projeto de socorro pode ser aprovado, sim, mas será preciso modificá-lo. A elevação do limite do FDIC, que garante os depósitos dos correntistas em caso de falência de um banco, atenderia o que os políticos chamam de “Main Street”, o cidadão comum. Só que é bom lembrar que o que derrubou o projeto não foi um ponto ou outro, mas a falta de liderança que organize os republicanos numa direção. Se a esperança que embalou ontem o mercado for frustrada por algum fato novo, o mercado despenca de novo.

O governo brasileiro saiu da postura desinformada de que nada nos atinge para uma consciência mais realista de que o país já foi atingido; o que precisa ser feito é fortalecer as defesas contra os contágios. De janeiro até 25 de setembro, saíram do país R$ 17,3 bilhões de investimento estrangeiro. O primeiro contágio é via bolsa, pelo rearranjo dos ativos no portfólio dos investidores.

O segundo efeito se dá pelo mercado de crédito. Como ele é globalizado, se o crédito desaparece nos Estados Unidos, ele fica mais escasso no Brasil ou em qualquer outro país do planeta. O aumento da oferta de crédito faz parte da mesma onda de liquidez que esta crise encerrou.

Os juros aumentaram para conter a inflação, e isso tornou maior o custo da dívida pública interna. Até agora, o governo tem aumentado os gastos e feito superávits primários além da meta. Essa mágica só dura enquanto a arrecadação estiver subindo, pelo crescimento. Quando o país crescer menos, a situação se inverte, porque as despesas que estarão crescendo são permanentes. Falta um verdadeiro ajuste fiscal no país, que inclua as duas novidades: o país vai crescer menos, portanto, arrecadar menos; o custo da dívida está mais alto.

Acabou o vento a favor e o mundo passará por um período de baixo crescimento. Seja o projeto aprovado ou não, seja o socorro eficiente ou não para estancar a sangria do mercado, já se sabe que haverá recessão nos mercados americano, europeu e japonês, e que o mundo todo crescerá menos. As previsões para o crescimento do país em 2009 estão ficando cada dia mais modestas. O crescimento brasileiro cairá dos atuais 5% deste ano para o nível dos 3%. Isso será sentido pelo consumidor e pelo caixa do governo.

Um banco estatal de fomento, por mais tradicional e forte que seja, não vai suprir a oferta de crédito do setor privado. Ou seja, o BNDES sozinho não cobrirá a falta de financiamentos nos bancos privados por mais sedutora que seja a TJLP quando comparada à Selic. É a rede privada que tem que funcionar, suprindo o mercado de financiamento à produção, de desconto de duplicata, de financiamento de folha, de contratos de câmbio. Sozinho, o governo não pode simplesmente “dar um jeito”.

É sensato manter reuniões periódicas analisando os efeitos da crise e se preparando para reduzir seu impacto no Brasil. Mas algumas idéias que têm transpirado destas reuniões têm o mesmo DNA: substituir tudo o que o mercado faz por soluções estatais. Isso não é a solução e pode criar distorções.

Nos últimos anos, quando o aumento da liquidez mundial e o crescimento americano ajudaram o Brasil a crescer, a acumular reservas e a fortalecer o real, o governo atribuiu tudo aos seus próprios méritos. Agora, quando dá errado, o presidente Lula põe o Brasil como vítima. Nem virtuoso, nem vítima, apenas inserido na ordem global. Para o bem e para o mal. E é essa dinâmica do mercado global que precisa ser entendida se o país quiser se preparar para os tempos difíceis à frente.

O excesso de concessão de crédito aos americanos permitia o aumento do consumo, que elevava as exportações de todos os países emergentes. Naquela época do boom, nenhum país beneficiado se lembrou de pedir mais regulação no mercado central. Os países africanos cresceram como nunca nos últimos anos. Tinha que ser um país muito mal dirigido como o Zimbábue para perder a onda de crescimento puxada pelos investimentos chineses, abundantes pelo fato de a China ser a grande beneficiada pelo crescimento americano. Os países sul-americanos também. Mesmo a Venezuela recebia recursos abundantes de fora, apesar do seu errático presidente.

Qual parte da onda de liquidez era devida a fatores virtuosos, qual parte era providenciada pela circulação de derivativos da bolha do mercado imobiliário? Uma parte dos capitais abundantes que vieram para os países latino-americanos estava em busca de maior rentabilidade. Não veio num ato de fé ao governo Lula. É preciso conhecer a dinâmica da economia globalizada para ajudar a proteger o país da crise global.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Palmas para Lula

Ferreira Gullar

Nunca os pobres se sentiram tão protegidos e nunca os banqueiros lucraram tanto no Brasil

O alto índice de popularidade do presidente Lula tem suscitado a reflexão dos comentaristas que se sentem desafiados a explicá-la. A tarefa não é das mais fáceis e, por isso mesmo, as explicações nem sempre coincidem, muito embora sejam, na sua maioria, pertinentes. E porque o assunto envolve numerosos fatores e causas, resta sempre algum ponto que ainda não foi explicitado.

Vou tentar examinar alguns deles e, para isso, terei que tocar em aspecto já argüidos mas que não se podem excluir na apreciação do tema. Um deles é, sem dúvida, a estabilidade econômica de que o país goza hoje e de que não gozaria se as teses de Lula, contra o Plano Real, tivessem prevalecido. Não faço tal observação com outro propósito senão o de tentar definir a natureza dessa popularidade e suas possíveis conseqüências para o processo político.

O fato de Lula, eleito presidente, ter adotado a política econômica que combatera ferozmente, revela-se uma louvável sensatez, revela também, ao mesmo tempo, por ele não reconhecer o débito de hoje e o equívoco do passado, certa carência de escrúpulos, o que explica muita coisa da popularidade de que desfruta hoje.
Certamente, essa popularidade se deve também aos programas sociais de amparo às camadas desfavorecidas da sociedade, antes aplicados em Campinas (SP) e Brasília, depois adotados por Fernando Henrique em âmbito nacional e que Lula manteve e ampliou.

Mas também aqui, mais uma vez, procurou turvar a água e apresentar-se como o criador do programa, fundindo os dois programas existentes e mudando-lhes o nome. Com isso, prejudicou-lhes a eficiência, por dificultar a avaliação precisa dos resultados. Como era de se esperar, aumentou a ajuda a cada família e a dotação global para abranger o maior número possível de famílias, que hoje somam cerca de 11 milhões, o que equivale a mais de 40 milhões de indivíduos. Bastaria, portanto, o Bolsa Família para lhe garantir uma ampla aprovação das camadas pobres do povo. Isso é do conhecimento de todos.

No entanto, não bastaria para assegurar a Lula a aprovação de que desfruta hoje. Ele lançou mão de outros recursos, como, por exemplo, manter-se permanentemente no palanque e na mídia, tudo fazendo para, com seus discursos e pronunciamentos, capitalizar, não apenas o resultado dessas iniciativas, como de tudo o que, de positivo, ocorre no país. Tudo o que ocorre de bom, foi ele quem fez; tudo o que ocorre de ruim, tem um culpado, que não é ele.

E, como esta é sua principal ocupação, está sempre atento à mais mínima notícia que possa comprometer o "paraíso" em que ele transformou o Brasil: ao surgir uns primeiros sintomas de aumento da inflação, ele imediatamente culpou Bush e os países europeus. Não importa se é verdade ou não, já que a grande massa do povo não entende bem como essas coisas se dão; o que ele diz é aceito, porque ele é seu amigo e salvador e "os outros", seus inimigos.

Lula tem a esperteza do demagogo, e não a esconde. Quando surgiu o escândalo do "dossiê", declarou: "O povo não sabe o que é dossiê; pensa que é alguma coisa doce". E por essa mesma razão, quando lhe perguntaram pela crise econômica, respondeu: "Pergunta pro Bush". E assim responsabilizava o presidente americano por uma crise que é do sistema econômico e não do governo.

Por que fez isso? Porque lhe interessa levar o povo a pensar que o presidente de um país é responsável por tudo, donde decorre que, se os Estados Unidos vão mal, a culpa é de Bush e, se o Brasil vai bem, é graças a Lula e a ninguém mais. Mas isso só vale até que alguma coisa dê errado, quando então o responsável será, inevitavelmente, alguém que não ele, a imprensa talvez ou os "inimigos" do Brasil.

E por falar em inimigos, vale lembrar que Lula tem um discurso para cada público e para cada ocasião; ultimamente, comporta-se, nos palanques, como se estivesse num palco: "Dilma, já pensou se isso acontecesse dez anos atrás?". A sorte é que temos no governo um mago das finanças, que é também uma metamorfose ambulante.

A sua popularidade deve-se também a um raro talento político, a que se soma o fato de, originário da classe operária, atuar como uma espécie de amortecedor dos conflitos entre pobres e ricos: em função disso, nunca os pobres se sentiram tão protegidos e nunca os banqueiros lucraram tanto. Os nossos capitalistas -do mesmo modo que Bush- não ligam quando ele posa de esquerdista. Sabem que os fatos valem mais do que as palavras. E daí, os aplausos gerais.

Atenção, auditório, palmas para o Lula, que ele merece!



Transcrito da Folha de S. Paulo de 28/09/2008

Eleições 2008


Neste domingo, 05, o blog irá acompanhar desde as 6h da manhã todas as articulações nas Eleições 2008.
Através de atualizações em tempo real. Será uma cobertura catalogada para melhor entendimento dos fatos.
Como não estou no meu domicílio eleitoral, só irei justificar minha ausência.

A língua mudou?!

Em 17 de maio tratei, aqui, neste blog sobre as mudanças que ocorrerão na língua portuguesa. Confira as anotações que fiz.

Confira abaixo o que muda para nós, brasileiros:

o novo alfabeto será composto por 26 letras, com a adesão do “k”, do “w” e do “y”;

acentos diferenciais como o de “pára”, do verbo parar, não serão mais usados;

acentos agudos em ditongos como em “idéia” também irão desaparecer. Passaremos a escrever ideia;

o circunflexo em palavras com o duplo “o” e o duplo “e” também irão sumir – “vôo” virará voo, por exemplo;

o trema de palavras em português como “tranqüilo” e “bilíngüe” será extinto, sendo usado somente em palavras estrangeiras.

EUA - 6 milhões de casas novas

Carlos Alberto Sardenberg

Casas na crise

Na sequência de dados sobre a economia americana conhecidos na semana passada, um chamou a atenção: as vendas de imóveis residenciais novos, em agosto, caíram para 460 mil. Trata-se de um desastre: queda de 11,5% em relação ao mês anterior e de nada menos que 34,5% em relação a agosto do ano passado. Aí está o foco original da crise.

Mas olhando o número de outro modo, pode-se dizer: caramba, 460 mil pessoas e/ou famílias compraram casa nova no pior momento da crise? Mais ainda: essa crise vem desde agosto do ano passado, mas ao longo de 2008 os americanos compraram algo como 515 mil residências ao mês. Nesse ritmo, e supondo uma desaceleração na parte final do ano, terão sido vendidas mais de 6 milhões de casas novas, na maior crise do setor.

Está aí, portanto, um número com dupla interpretação. De um lado, a óbvia desaceleração. De outro, a resistência da economia.

Mais importante, ainda, é observar como o sistema financeiro irrigou esse mercado. Antes dos desastres, os americanos passavam fácil das 600 mil casas novas ao mês. Os economistas discordam sobre o momento em que ficou clara a formação de uma bolha imobiliária, mas digamos que, no período recente, foram uns dez anos de juros baixos, crédito abundante, preços dos imóveis em alta. Nessa fase, os americanos compraram, financiando, 72 milhões de imóveis residenciais, sempre novos. Considerando uma população na casa dos 300 milhões, não está mal, não é mesmo?

Outros dados mostraram que pouco mais de um milhão de famílias perderam suas casas neste ano, por não conseguirem pagar as prestações. Trata-se de um expressivo problema social, mas um número controlável diante da totalidade de imóveis financiados.

Qual o interesse destas contas? Mostrar que é uma tremenda bobagem dizer que o sistema financeiro moderno tornou-se uma máquina descolada da economia real, gerando crédito sobre crédito, papel sobre papel, tudo dinheiro só existente nas contabilidades criativas.

Para que servem os bancos? Para captar poupança onde sobra e distribuí-la onde há demanda por investimentos e consumo. O moderno sistema financeiro, baseado na tecnologia de informação, desenvolveu essa capacidade de maneira extraordinária. Com isso, forneceu capital barato para o mundo todo, capital esse que resultou em casas, fábricas, obras de infra-estrutura e, claro, consumo.

Isso tudo resultou também em um excesso de crédito mal concedido, em operações complexas cujo objetivo era dividir e minimizar os riscos e que acabaram por espalhar o risco por todo o sistema. Resultou também em ganhos extraordinários para o próprio sistema financeiro, que nos últimos anos abocanhava a maior parte dos lucros gerados pela economia real. Resultou também em ganhos extraordinários para executivos, que, em muitos casos, se remuneravam pelo volume de negócios e não pelos seus resultados positivos. Teve uma farra aí, alem da farra da economia real.

Olhando de hoje para trás, fica evidente que faltou regulamentação e fiscalização. Mas, de novo, retomando tema deste espaço, é difícil acabar com a festa quando parece que tudo vai bem. Economia em crescimento, setor imobiliário pujante, sem inflação – e aí vem o banco central e aumenta os juros e limita os financiamentos, com o propósito de impedir a formação de uma bolha que ninguém ainda vê?

Desde que existe o capitalismo, periodicamente se produzem bolhas. Nunca são iguais, mas também não são muito diferentes, na sua estrutura básica. Que seja difícil prevê-las e abortá-las, deve ser por alguma razão muito forte.

De modo que o mais importante é como lidar com as bolhas quando estouram. Uma boa administração, a tempo, pode reduzir os efeitos da crise e abreviar a retomada que sempre ocorre. É preciso sabedoria, pois não raro o combate à crise acaba levando a um tipo de controle da atividade econômica que dificulta a retomada.

Esse é o ponto em que estamos hoje. Por mais insuficiente que seja o plano de resgate do sistema financeiro americano, esse de US$ 700 bilhões que estava quase fechado ontem, ele tornou-se indispensável, pela própria expectativa criada em torno de sua aprovação.

A rejeição agora criaria uma situação muito pior, pois passaria a indicação de que as autoridades não são capazes de agir contra a crise. Nessa caso, a crise cai em um cada-um-por-si, ambiente no qual o crédito simplesmente desaparece. Não apenas o crédito entre bancos, que já seria grave, mas quem tiver dinheiro em caixa não vai querer se arriscar em nenhuma operação de empréstimo ou de investimento ou consumo, pois o prognóstico passa a ser de uma recessão dura, global, na sequência de um colapso financeiro.

Esse entendimento, o de que não fazer o plano é, de longe, a pior hipótese - ainda é o melhor estímulo para que o pacote seja afinal aprovado no Congresso americano.

Mas o tempo é importante. O plano precisa ser grande e sair a tempo.

Até a sexta-feira, deputados republicanos e John McCain pareciam estar usando essa premência para enfiar algumas coisas no pacote.

No lado dos democratas, havia muita preocupação, digamos, moral. Aquelas idéias que de que é preciso punir o sistema e seus executivos. Começa que muitos já foram punidos, com a perda de seus cargos e com a desvalorização de suas ações. Aliás, muitos acionistas, donos, viram seus ativos virarem pó. É a pior punição.

Fraudes serão apanhadas no curso das investigações posteriores.

A pior saída é querer criar um sistema que, no futuro, engesse a capacidade criadora que é essencial ao capitalismo. No momento, trata-se simplesmente de salvar o sistema financeiro, aquele que capta e distribui poupança.

Será publicado em O Estado de S.Paulo, 30 de setembro de 2008.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Os Cabos Eleitorais

Um componente que durante essa campanha é de fundamental relevância, é o cabo eleitoral.

No Brasil, os cabos eleitorais atuam desde de 1827, quando houve a primeira eleição direta para vereador no país. A origem do nome está ligado ao coronelismo. Os cabos seriam os representantes dos coronéis encarregados de juntar os votos dos ‘currais eleitorais’.

O trabalho daquele tempo tem pouca semelhança com o de hoje.

Naquele tempo, a maioria eram militantes voluntários, que depois ganhavam cargos no governo ou lucros políticos.

Com o passar dos anos esse perfil foi mudando. E, na eleição presidencial de 1960, quando a campanha de Jânio Quadros contratou cabos eleitorais para fazer propaganda de sua candidatura, que tinha como lema ‘Varre, varre, vassourinha’, numa alusão às denúncias de corrupção contra Juscelino Kubitschek.

Hoje em dia, esses ‘visitantes’ apresentam-se de maneira mais diferente ainda. Eles combinam a função de convencimento político, típicas dos militantes voluntários, com uma força de trabalho paga.

Em São Paulo, o custo de um cabo eleitoral está, em média, R$ 475,00/mês. No Rio, este valor está por volta de R$ 400,00/mês.

Portanto, a função desses componentes é essencial para a desenvoltura de qualquer campanha. Eles substituem, muitas vezes, a presença física dos seus ‘coronéis’. Por isso mesmo que são figuras relevantes.

domingo, 28 de setembro de 2008

Eleições 2008 - Comentário Meu

É preciso escolher bem seu vereador

Nessa eleições de 2008, o eleitor irá votar para prefeito e para vereador.

Uma peculiaridade das eleições para vereador é que muitas vezes nem mesmo o vereador conhece as suas atribuições e sai falando o que acha e o que não tem certeza, isto é, não estuda nem procura fomentar informações que irão beneficiar seus eleitores, expressando, muitas vezes, propostas impossíveis para seu cargo.

Existem, segundo o TSE, 379.331 candidatos a vereador distribuídos em 52.137 vagas em todo o país.

Segundo, também, dados do TSE divulgados no começo do mês de setembro, considerando as exceções, no Brasil há 128.940.069 eleitores que irão votar nessas eleições.

Agora, o poucas pessoas sabem ou tem o conhecimento prévio, são as atribuições que um vereador possui para sua cidade.

Além de conhecer e entender basicamente sobre a Constituição Estadual e da Lei Orgânica municipal, é necessário também conhecer o que a Constituição Federal exprime nos seus artigos 21, 22, 23, 24, 25, 29, 29 A, e 30.

Por isso, fazendo referência ao artigo 30 redigiu-o, aqui, neste comentário.

“Art. 30. Compete aos Municípios: legislar sobre assunto de interesse local; suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluindo o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; prestar, com cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; e promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.”

Uma outra referência sobre os deveres dos vereadores, encontramos no Art 31 da CF: “ A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.”

Portanto, o eleitor não pode se deixar levar por promessas faceiras como, emancipar distritos, nacionalizar o uso da maconha, efetuar prisão perpétua para políticos corruptos, e por aí vai...

É importante que o eleitor conheça todos os candidatos da coligação que irá votar, pois como o voto para vereador é proporcional, você pode votar em um candidato honestíssimo e acabar elegendo um bandido, devido reaproveitar ao máximo o seu voto nas enormes legendas partidárias.

Não podemos esquecer que a própria Justiça Eleitoral acabou, nesta reta final, depositando nas costas do eleitor toda a responsabilidade para não eleger candidatos com ficha suja, levando a entender que a Justiça não soube lidar com o problema de corrupção eleitoral.

Isso não é justo!