sábado, 25 de outubro de 2008

Bandinha do Jornal da CBN 1ª Edição

O Blog nas Eleições - Análise de debate no Rio

O último debate entre os candidatos de 23 cidades, promovido pela Rede Globo, foi marcado por farpas e provocações. Ponto para os indecisos.


Acompanhei o debate do Rio de Janeiro e vale a pena ressaltar alguns pontos.

No primeiro bloco do debate, Eduardo Paes respondeu às perguntas olhando para a câmera. Fernando Gabeira, não.

Paes esteve no ataque. Gabeira se defendeu e se explicou.

Paes conseguiu colar em Gabeira o rótulo de candidato apoiado pelo prefeito Cesar Maia - algo que ele não nega. Gabeira se deu bem quando refutou o principal argumento da campanha de Paes - de que ele deve ser eleito porque governará junto com Lula e Sérgio Cabral.

Gabeira alegou que Lula não discrimina entre aliados ou adversários. Tanto que ajudou com muito dinheiro os prefeitos Gilberto Kassab, em São Paulo, e Beto Richa, em Curitiba.

Paes ganhou o debate no primeiro bloco.

Foi equilibrado o segundo bloco do debate travado pelos candidatos Eduardo Paes (PMDB) e Fernando Gabeira (PV), candidatos a prefeito do Rio.

Gabeira corrigiu o defeito de não falar olhando para a câmera. Paes deu menos estocadas em Gabeira.

Paes gosta de exibir seu conhecimento dos principais problemas do Rio citando números, nomes de bairros e de regiões. Gabeira costuma falar em tese.

Quem prefere um prefeito gerentão votará em Paes. Quem prefere um que parece olhar mais para o futuro votará em Gabeira.

Isso não significa que Paes despreze o futuro ou que Gabeira não ligue para o presente.

No terceiro bloco, nada de extraordinário a destacar.

Paes tentou aplicar uma pegadinha em Gabeira ao perguntar sobre os planos que ele tem para uma determinada área do Rio. Gabeira tinha a resposta na ponta da língua, e ainda se deu ao luxo na sequência de debochar de Paes.

O debate começou com Paes insistindo em colar Gabeira em Cesar Maia. Chegou a dizer que ele entrará pelas portas dos fundos da prefeitura caso Gabeira se eleja.

Paes não voltou mais ao assunto depois que ouviu de volta:
- O deputado Babu (que apóia Paes) tem problemas com a Polícia Federal, mas não é por isso que eu diria que você tem problemas com a Polícia Federal. Babu tem ligações com as milícias, mas não é por isso que eu vou dizer que as milícias entrariam pela porta dos fundos do seu governo.

O deputado e inspetor policial licenciado Jorge Luiz Hauat (PT), o Jorge Babu, foi acusado pelo Ministério Público de chefiar milícias nas Zona Oeste do Rio.

Gabeira parece, agora, mais à vontade. E Paes mais tenso e bem comportado.

Mas quando achei que Paes esquecera Cesar Maia para ele voltar a falar a respeito.

Gabeira respondeu bem: lembrou que Paes é cria política de Maia. Trabalhou com ele. E deve a ele a maioria das obras que realizou. "O senhor parece ter uma fixação em César Maia", respondeu Gabeira.

Portanto, o que fica de um debate na televisão entre candidatos a qualquer cargo são: algumas frases emblemáticas - essas faltaram ao longo dos quatro primeiros blocos do debate travado por Eduardo Paes e Fernando Gabeira.

Empatados nas pesquisas, os dois candidatos não se arriscaram muito.

O debate foi morno.

De resto, essa foi a oitava vez que eles se encontraram durante o segundo turno para debater suas idéias.

Uma tirada genial poderia ter feito a diferença - faltou uma.

O desempenho diante das câmeras pesa nessas horas.

Paes falou o tempo todo olhando no olho do espectador. Mais dispersivo, Gabeira ora olhava, ora não. Respondia a Paes e esquecia quem estava em casa. Em vários momentos cruzou os braços.

A postura sugeriu relaxamento, descaso.

A última fala dos candidatos é sempre a mais importante.

Gabeira teve a sorte de falar depois de Paes. E aí descontou eventuais pontinhos que possa ter perdido para ele ao longo do debate.

A fala de Paes foi convencional, sem brilho, sem imaginação.

A de Gabeira foi uma aula de habilidade, de celebração à inteligência e de ecumenismo político, digamos assim.

Vamos, agora, acompanhar como será no próximo domingo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Debate na Rede Globo


Está chegando a hora!


Já encontram-se nos estúdios do Projac os dois candidatos a prefeito do Rio de Janeiro.


O formato do debate foi discutido e aprovado entre a Rede Globo e as assessorias dos candidatos.
Temas como educação, saúde, Cidade da Música, segurança, ataques durante a campanha, moradia, saneamento, e apoio Federal e Estadual serão discutidos durante a noite de hoje.


Este é o último dia para que ambos os candidatos possam vender de uma vez por toda o seu 'peixe'.


Convencer o eleitorado que no primeiro turno era adversário, esquecer as declarações mal intensionadas, associar ao oponente a imagem de fracasso e de desastre, caso seja eleito, são estratégias fundamentais no momento.


Será uma noite que valerá de tudo.


Vamos acompanhar. Hoje promete ser muito interessante.

Nepotismo no Poder Legislativo

Durante essa semana, o assunto mais comentado nos corredores do Congresso Federal foi o de como os parentes contratados ficarão depois da Súmula Vinculante nº 17, que diz:

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

O problema todo gira em torno de uma palavra: Nepotismo.

O Nepotismo que, segundo o dicionário Aurélio, significa o mesmo que favoritismo, este por sua vez, é preferência dada a favorito; filhotismo. A palavra Nepos, do latim, significa neto, ou descendente, que já faz parte a muito tempo da tradição católica.

Naquela época, os sobrinhos do papa eram chamados de “nepote”, então eles eram nomeados para ocupar os cargos na burocracia da Igreja Católica. Eram bispos, cardeais, membros da Cúria Romana. E por aí vai.

As monarquias católicas praticavam o nepotismo deslavado, porque não havia uma separação nítida entre o público e o privado. O reino pertencia ao rei. E ponto final.

Com isso, uma das críticas dos líderes protestantes à Igreja Católica era justamente a prática de os papas considerarem a Igreja “coisa sua”.

Por isso, os países protestantes passaram a combater o nepotismo e a adotar regras de impessoalidade e meritocracia na administração pública.

No Brasil, o nepotismo chegou com as caravelas de Cabral.

Pero Vaz de Caminha, escrivão-mor da frota, encaminhou uma carta ao rei D. Manuel I, dando conta da descoberta de uma terra generosa, “onde se plantando tudo dá”.

No final da carta, Caminha pedia ao rei que arranjasse um emprego para um sobrinho, rapaz muito competente e cumpridor dos deveres.

Com isso, se tornou prática de nepotismo desde o registro na carta de Caminha.

Portanto, a iniciativa do STF é muito bem-vinda para disciplinar a ocupação dos cargos públicos e proibir a contratação de parentes sem concurso.

A decisão do Senado Federal, através de seu presidente, Garibaldi Alves (PMDB-RN) que está apressado em resolver esse problema o mais rápido possível foi de demitir todos aqueles que enquadram-se nas especificações da súmula.

Garibaldi quer mostrar serviço. Ele foi eleito para substituir Renan Calheiros (PMDB-AL).

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, eleito pelos “companheiros”, declarou que não tem nada a ver, não irá demitir e não quer saber desse assunto. É de responsabilidade dos tribunais a exoneração dos cargos. Afinal, ele não quer tomar iniciativa e continuar bem com todo mundo.

Não podemos nos esquecer do nepotismo no Poder Executivo!!

Mas como no Brasil a lei é como vacina, pois tem umas que pegam e outras que não pegam, vamos ver até onde isso vai dar.

Debate Rede Globo


Está chegando a hora!
Hoje é o debate nos estúdios do Projac entre os dois candidatos a prefeito do Rio de Janeiro.
O formato do debate foi discutido e aprovado entre a Rede Globo e as assessorias dos candidatos.
Temas como educação, saúde, Cidade da Música, segurança, ataques durante a campanha, moradia, saneamento, e apoio Federal e Estadual serão discutidos durante a noite de hoje.
Este é o último dia para que ambos os candidatos possam vender de uma vez por toda o seu 'peixe'.
Convencer o eleitorado que no primeiro turno era adversário, esquecer as declarações mal intensionadas, associar ao oponente a imagem de fracasso e de desastre, caso seja eleito, são estratégias fundamentais no momento.
Será uma noite que valerá de tudo.
Desde o começo, os candidatos têm se mostrando em um nível que não parece ser disputa de eleitoral.
Foi, inclusive, considerada a disputa de segundo turno mais chique da história eleitoral do Rio de Janeiro. Sempre com debates, como diz a Lucia Hippolito, 'acima da cintura'.
Vamos acompanhar. Hoje promete ser muito interessante.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Globo News

No programa de hoje, na Globo News, Míriam Leitão entrevista o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

O programa começa às 21h30m.

Novos riscos

Míriam Leitão

Há novas frentes da crise no Leste da Europa e no Sudeste da Ásia. A Coréia está vulnerável de novo. A Bulgária está com 23% de déficit em conta corrente, a Romênia, 16%. A Ucrânia pediu socorro ao FMI. Aqui, a Argentina está derretendo. O Brasil está bem, mas a MP de ontem mostra o risco de aumento da estatização do sistema bancário por ideologia e não necessidade. E mais: a MP é inconstitucional.

Uma coluna e dois assuntos. Não gostaria de colocá-los juntos, porque são riscos de natureza diferente, mas é a intensidade do momento atual que me faz dividir este espaço entre os países que estão entrando em crise, por diversas razões, em outras partes do mundo; e problemas criados no Brasil pelas escolhas feitas pelas autoridades. A MP editada é mal elaborada e tem um inegável viés estatizante. Na parte em que cria uma nova empresa, a Caixa Par, parece que os formuladores se esqueceram do artigo 37, inciso XX, da Constituição, para que haja “autorização legislativa” para a criação de “subsidiárias” de estatais, assim como para a “participação de qualquer delas em empresa privada”.


A queda generalizada das bolsas tem a ver com o risco de novas frentes da crise. Essa nova frente é nos países emergentes ou em desenvolvimento. A Venezuela perdeu seu grande gerador de caixa. A Argentina estatizou fundos privados de aposentadoria, em parte para se apropriar dos recursos, porque não consegue se financiar. A Islândia, que quebrou recentemente, pode ter uma recessão, segundo o boletim do economista Nouriel Roubini, de 5% a 10%. O FMI vai emprestar ao país US$ 6 bilhões. A Ucrânia também pediu ajuda ao Fundo. A Hungria sofre com baixo crescimento, déficits fiscal e externo e nível elevado de empréstimos em moeda estrangeira. Bulgária e Romênia têm gigantescos déficits em transações correntes, inflação alta e crescimento explosivo do crédito. São economias consideradas altamente vulneráveis. A Turquia está com um déficit em transações correntes de 5,8%, mas já esteve pior.

A Coréia do Sul está sendo considerada o país mais vulnerável da Ásia a uma inversão do fluxo de capitais. Ao contrário de 1997, ela hoje tem alta reserva cambial e é credora externa líquida, como o Brasil, mas tem alta dívida interna, excesso de investimento no setor imobiliário e excesso de concessão de crédito nessa área. Enfrenta, ainda, inflação, desvalorização monetária e desaquecimento forte.

No Brasil, apesar de o risco país ter passado dos 650 pontos ontem, há vários indicadores que nos fazem mais fortes que outros emergentes, mas a equação dos anos recentes mudou totalmente. O preço das commodities, que foi o grande impulso do Brasil, despencou. O mercado de capitais, que chegou a prover mais recursos para as empresas do que o BNDES, em 2006, se desfez. Empresas exportadoras estão com uma exposição cambial ainda não dimensionada pelas autoridades.

Aqui o risco maior é a tendência de estatismo desnecessário de certas decisões, como a da MP de ontem. Não há instituições quebrando, como nos Estados Unidos e na Europa, apesar de o governo estar começando a usar o mesmo remédio: a compra de instituições financeiras pelo Estado e compra de ações de empresas imobiliárias. Se o objetivo é convencer as pessoas de que o Brasil tem problemas piores, o governo deve continuar na mesma linha: vamos todos acabar convencidos de que o Brasil tem empresas e bancos precisando de resgate estatal.

O presidente da Ademi-RJ, Rogério Chor, avalia que o mercado imobiliário não tem crise, apesar da queda das vendas das últimas semanas. Ele teme as muitas distorções que podem ser criadas por esta nova empresa da Caixa para comprar ações de empresas do setor.

— Qual será o critério de escolha de que empresa vai comprar ações? E as empresas de capital fechado? Com o atual preço das ações, a Caixa vai acabar diluindo a participação dos atuais acionistas. O mercado precisa é de modernização, através da eliminação da burocracia que existe no Brasil para a compra de imóveis, em que o comprador tem de correr atrás de 20 certidões, ou na simplificação das licenças para construir — disse

Algumas empresas do setor compraram terrenos demais, em parte incentivadas pelos critérios de avaliação dos bancos na concessão dos empréstimos, que favoreciam estoque de terrenos e, agora, favorecem o caixa da empresa.

A Caixa é a grande financiadora imobiliária. Como poderá, ao mesmo tempo, ser sócia de algumas empresas imobiliárias? E mais, a Caixa recebeu em dezembro de 2006 uma injeção de recursos do governo de R$ 5,2 bilhões porque, como disse na época o ministro Mantega, já tinha atingido o limite da concessão de empréstimo. Como agora vai virar compradora de empresas construtoras?

O Banco do Brasil foi saneado e capitalizado na época do Proer/Proes. Depois disso, no governo Lula, entrou na aventura de fazer o Banco Popular, que só deu prejuízo. Já comprou diretamente do Tesouro o Besc e quer comprar o Bep (Piauí), o BRB e o Nossa Caixa, de São Paulo. A MP o incentiva a comprar mais bancos; depois de já ter sido o mais afoito na compra de carteiras de bancos pequenos. Essa compulsão estatizante do governo pode fragilizar as instituições financeiras públicas, cujo saneamento custou caro ao contribuinte brasileiro.

Debate na Rede Globo

Não se esqueçam.



Amanhã, por volta das 22h, a Rede Globo promoverá o último debate entre os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro.



Ao mesmo tempo, a Rádio CBN transmitirá 'Ao Vivo'.

Dessa vez não dá para perder.

Vale a pena ler de novo!

Os limites do sufrágio

Durante a Colônia, voto era censitário. Isto quer dizer que só podia ser eleitor quem tivesse renda. Neste caso, renda igual ou superior a 25 quintais (1,5 ton.) de mandioca. Os eleitores eram apenas os homens livres do sexo masculino (alfabetizados ou não).

Em 1881, a Lei Saraiva promove ampla reforma do processo eleitoral, mas mantém os limites do sufrágio: voto censitário e eleitorado composto por homens livres (alfabetizados ou não), maiores de 21 anos (os casados) e de 25 anos (os solteiros).

Proclamada a República, a Constituição de 1891 instituiu novas regras, que vigorariam durante toda a República Velha (1889-1930). Sufrágio universal (abolindo a exigência de renda), mas com limitações: ficavam de fora analfabetos – que perderam o direito ao voto –, mulheres, mendigos, praças-de-pré e clero regular (aquele que pertence a uma ordem religiosa).

Tanto o alistamento quanto o voto eram voluntários.

Após a vitória da revolução, o Código Eleitoral de 1932 promoveu enorme progresso no processo eleitoral, consagrando o sufrágio universal. Mas continuaram a existir limitações. Embora mulheres e religiosos tivessem conquistado o direito ao voto, o código ainda excluía analfabetos, mendigos e praças-de-pré. No caso das mulheres, o voto era voluntário. A Constituição de 1934 tornou o voto feminino obrigatório apenas para funcionárias públicas.

É importante registrar que o Brasil foi o segundo país da América Latina a conceder o direito de voto às mulheres – o primeiro foi o Equador, em 1929. O Brasil ficou à frente também de países como França (1944), Japão e Itália (1946), Venezuela e Argentina (1947), Bélgica (1948), Suíça (1971 e Portugal (1974).

Na Assembléia Constituinte de 1946, a questão do voto do analfabeto gerou enorme polêmica, mas venceu o argumento da UDN (partido de bases essencialmente urbanas), de que a exclusão dos analfabetos do eleitorado contribuiria para acelerar o processo de alfabetização da população. Na verdade, este argumento escondia um outro, tão ou mais importante: o principal rival da UDN, o PSD, tinha bases solidamente fincadas no interior.

O texto da Constituição de 46 manteve a exclusão dos analfabetos do eleitorado. Quanto às mulheres, o voto permaneceu obrigatório apenas para funcionárias públicas.

A Constituição de 67 também manteve a exclusão dos analfabetos. O alargamento dos limites do sufrágio só viria a acontecer com a redemocratização, em 1985. A Emenda Constitucional nº 25, aprovada em maio de 1985, bem no início da Nova República consagrou, entre outras alterações no processo eleitoral, o direito aos votos para os analfabetos.

Nem o alistamento nem o voto dos analfabetos eram obrigatórios, e eles continuaram inelegíveis.
Ao contrário do voto feminino, o Brasil foi um dos últimos países a concederem o direito de voto aos analfabetos. Na Europa, só Portugal negou direito de voto aos analfabetos, mas o concedeu em 1974. Na América do Sul, a maioria dos países antecedeu o Brasil neste aspecto: Uruguai (1918), Colômbia (1936), Venezuela (1946), Bolívia (1952), Chile (1970) e Peru (1980).

Ulysses Guimarães, presidente da Constituinte de 87-88, promulga a nova Constituição

A nova Constituição, promulgada em 1988, manteve o direito de voto para aos analfabetos e o manteve facultativo, assim como para maiores de 70 anos e jovens entre 16 e 17 anos. No caso dos militares, só ficaram excluídos os recrutas, durante a prestação do serviço militar obrigatório.


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Fonte: Lucia Hippolito, PSD de raposas e reformistas. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1985; Lucia Hippolito, "Como se vota no Brasil", in João Ubaldo Ribeiro, Política. Quem manda, por que manda, como manda. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1998.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Vale a pena ler de novo!

O sistema eleitoral

No Brasil, vota-se desde os tempos da Colônia. De lá para cá, o processo eleitoral brasileiro sofreu uma série de alterações, seja quanto à natureza dos limites do sufrágio (voto censitário ou sufrágio universal), à qualidade do voto (a descoberto ou secreto), ao tipo de cédula (individual, oficial e urna eletrônica), à duração dos mandatos eletivos ou mesmo quanto à forma de eleição (indireta ou direta).

Durante a Colônia, as eleições eram diretas nas vilas e cidades e indiretas para os níveis provinciais e nacionais.

O voto era censitário e dado por declaração oral dos eleitores; isto é, além de descoberto, o voto era ainda dado de viva voz.

A primeira tentativa de organizar as eleições brasileiras num sistema coerente de votação ocorreu em 1855, já no Império, com a adoção do sistema majoritário.

O país foi dividido em distritos, que elegiam um único deputado (chamados colégios uninominais). Em 1860, os colégios passaram a ser plurinominais (elegendo-se três deputados por distrito).

Em 1881, a Lei Saraiva promoveu diversas alterações no processo eleitoral (saiba mais nos capítulos da série “O voto no Brasil”, a serem publicados nos próximos dias). Os distritos voltaram a ser uninominais.

A República Velha (1889-1930) manteve o voto distrital, restabelecendo os colégios plurinominais, com distritos de três deputados. Em 1904, a Lei Rosa e Silva aumentou o número de representantes por distrito para cinco.

Depois da vitória da Revolução de 30, o Código Eleitoral de 1932, que instituiu as regras para a convocação da Assembléia Nacional Constituinte de 1933 e para a Câmara dos Deputados (1934), adotou o sistema eleitoral misto: proporcional e majoritário (distrital).

Além dos 214 constituintes eleitos diretamente, 40 foram eleitos por corporações profissionais (17 por sindicatos de empregadores, 18 por sindicatos operários, dois funcionários públicos e três profissionais liberais).

Com a redemocratização de 1945, ao final da ditadura do Estado Novo (1937-45), adotou-se o sistema proporcional puro. Partidos ou coligações apresentavam uma lista de candidatos em cada estado. Os eleitores votavam em um único candidato.

Terminada a eleição, calculava-se o quociente eleitoral (total de votos válidos, isto é, excluindo-se os nulos, dividido pelo número de cadeiras em disputa). O número de eleitos pelo partido ou coligação dependia de quantas vezes se alcançava o quociente eleitoral daquele estado. As sobras eram alocadas ao partido majoritário.

Em 1950, nova lei alterou a distribuição das cadeiras entre os partidos e também a distribuição das sobras eleitorais. Foi adotado o método conhecido como cálculo d’Hondt, que privilegia as maiores médias. Esta lei continua a valer até hoje – a única modificação foi a retirada dos votos em branco para fins do cálculo do quociente eleitoral.

Como se distribuem concretamente as cadeiras para a Câmara dos Deputados, por exemplo?

Inicialmente, calcula-se o quociente eleitoral daquele estado. Divide-se o total de votos válidos (excluindo-se nulos e brancos) pelo número de cadeiras em disputa, obtendo-se, assim, o quociente eleitoral.

Em seguida, soma-se o total de votos válidos obtidos por cada partido individual ou membro de uma coligação de partidos para saber quais deles alcançaram o quociente eleitoral. Cada partido recebe as cadeiras resultantes desta operação.

No caso das coligações, soma-se o total de votos de cada partido participante das coligações para ver quantos atingiram o quociente eleitoral. Os votos vão sendo distribuídos para os candidatos mais bem colocados em cada partido da coligação, respeitada a ordem de registro no TRE.

As sobras de todas as coligações vão para um “embornal” comum e são distribuídas segundo o princípio das maiores médias.

Assim, desde 1950 o sistema eleitoral brasileiro segue sem alterações: voto proporcional em lista aberta, permissão de coligações em eleições proporcionais e mecanismo de distribuição de sobras baseado nas maiores médias.

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Fonte: Lucia Hippolito, PSD de raposas e reformistas. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1985; Lucia Hippolito, "Como se vota no Brasil", in João Ubaldo Ribeiro, Política. Quem manda, por que manda, como manda. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1998.

Debate na Rede Globo



A Rede Globo apresenta na próxima sexta-feira, 24, o último debate entre os candidatos a prefeito do Rio.

Será a cartada final para ambos os candidatos.

O mesmo debate será, ao mesmo tempo, veiculado pela Rádio CBN.

Vamos acompanhar!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Debate - São Paulo

Como na última sexta-feira acompanhei o debate dos candidatos a prefeitura do Rio de Janeiro pela Rádio CBN, decidi, ontem, acompanhar o debate de São Paulo veiculado pela Rede Record.

O que Marta Suplicy(PT) precisava desesperadamente no debate da Record, a uma semana da eleição, não aconteceu: algum fato que pudesse virar a eleição do próximo domingo a seu favor contra o líder das pesquisas, Gilberto Kassab (DEM).

O debate não teve novidades e, como nos anteriores, mais se falou do passado do que do futuro.

Ambos cometeram gafes.

Ele quando leu uma interminável lista de "antes não tinha, agora tem", comparando sua gestão com a de Marta, e disse que "antes não tinha gasolina fajuta, agora tem". E ela quando disse que como ministra do Turismo levou ao presidente Lula uma plano de ação para a realização da Copa do Mundo de "1914".

Isso mesmo, quase um século atrás.

Kassab finalmente respondeu à pergunta do comercial de Marta: "Sou solteiro, sou feliz, sou engenheiro e sou economista". E ela, finalmente, mas bem no finzinho mesmo, pediu desculpas a ele, depois de defender exaustivamente o direito do eleitor de saber detalhes da vida dos candidatos.

Mas essa foi apenas uma das dezenas de desculpas que Marta pediu ao eleitor durante o debate.

Kassab se preparou melhor desta vez. Falou direto ao telespectador, ficou mais a vontade, pediu o voto e reagiu mais rápido nos ataques e contra-ataques.

Marta teve que ficar na defensiva e essa posição lhe deixou um pouco menos arrogante que nos debates anteriores.Talvez até mais insegura. Mas nem tanto.

Ela ficou nervosa algumas vezes e chegou a levantar a voz para o adversário, apelando que ele dissesse a verdade.

O momento de maior nervosismo de Marta foi quando ela caiu na mesma esparrela que já havia caído no debate da Band, na semana passada. Interrompeu Kassab quando ele falava sobre a relacão dela com a turma do mensalão e pediu direito de resposta. Que foi negado pela comissão de juristas de plantão na emissora. Ponto pra Kassab.

O debate começou dinâmico com as perguntas das jornalistas sobre notícias atuais, como o confronto entre a Polícia Miltar e a Civil em greve. Mas começou a esfriar a partir do segundo bloco, o de perguntas entre candidatos. Melhor pra Kassab, que está na frente e a quem não interessa marola na reta final.

Por isso, quando Marta tentava aquecer, ele esfriava recorrendo a seus diplomas de engenheiro e economista para, didaticamente, explicar que a assessoria dela havia se equivocado em alguma informação.

O resultado: Kassab levou vantagem.

Agora, vamos ver se esta vantagem ele continuará tendo até domingo, dia do segundo turno das eleições.