sábado, 8 de novembro de 2008

Panorama Econômico - Sinais de Obama

Míriam Leitão

O presidente eleito Barack Obama foi econômico em antecipar decisões na primeira entrevista, mas emitiu sinais: vai evitar a duplicidade de comando num país em guerra, mas vai ocupar o maior espaço possível. Na economia, se cercou de veteranos do Governo Clinton, figuras novas ligadas a ele; teóricos e práticos; empresários e economistas. Ele quer diversidade de idéias entre seus conselheiros.

O dia ontem parecia feito para apavorar um presidente eleito. Foram anunciadas notícias como: o pior desemprego em 14 anos nos Estados Unidos, colapso de vendas do varejo, prejuízos bilionários das montadoras. E a General Motors ainda disse que o dinheiro que tem em caixa mal dá para o começo do próximo ano.

Lá, como aqui, ajudar montadoras é um tema que divide. O que fez Obama? Falou que vai ajudá-las sim, porque elas são a “espinha dorsal” da economia americana, mas, ao mesmo tempo, falou em incentivos para carros com eficiência energética. Ou seja, serão apoiadas, mas têm que se adaptar ao novo projeto nacional de energia limpa e menos dependência aos produtores de petróleo.

A prioridade da economia ficou clara naquele grupo que estava atrás dele na entrevista, com vários nomes fortes da área econômica. A especulação óbvia é que dali sairá o nome para a Secretaria do Tesouro. Os mais cotados são Larry Summers e Timothy Geithner. O primeiro, ex-secretário do Tesouro de Clinton. Se for o escolhido, dá uma marca exageradamente continuísta à equipe. Tem a vantagem de ser uma pessoa que já conhece o emprego, mas com a nomeação de Rahm Emanuel, o governo ficaria com a cara de terceiro mandato de Clinton. Geithner tem a vantagem de ser um nome de Obama e, além disso, de estar familiarizado com tudo o que está sendo feito agora, porque participou do pacote de resgate aos bancos. Por outro lado, ter feito aquele pacote o deixa meio marcado. Afinal, fica parecendo que é a continuação de um pacote impopular.

Paul Volcker tem mais a função de dar robustez à equipe de transição do que de ser um escolhido para cargo executivo, pela idade. Ele foi presidente do Fed de 1979 a 1987. O mundo mudou muito desde que ele deixou o cargo, apesar de ter demonstrado muita consistência em artigos sobre a crise. Laura Tyson que está no time de transição, foi chefe do conselho de assessores econômicos de Clinton. Robert Rubin, primeiro secretário de Tesouro de Clinton, já disse que não quer voltar à ativa, mas tem sido o que mais municia o novo presidente com estudos, dados e propostas.

Mas ele incluiu também, no grupo de transição, homens de negócios, como o presidente da Google. Para não ficar prisioneiro do dilema entre ficar na mão dos ex-assistentes de Clinton, e armar um time de novatos, ele está misturando experiência com inovação, visão prática com visão teórica. Aquele grupo ali mostra que, para ele, a prioridade é, como disse, a economia.

O novo presidente vai assumir, em pouco mais de dois meses, uma economia cuja crise está se espalhando para os setores da economia real. A situação de fato é muito grave. Seu programa será, como indicou ontem, subsídios fortes à classe média, corte de impostos, mas não para toda a sociedade — ele falou em corte líquido de impostos —, e um novo plano de incentivo ao consumo que pode ser negociado já com o Congresso, que está no fim de mandato. “Quanto mais cedo, melhor”, ele disse.

Obama falou em “plano de resgate da classe média” e aí mostrou que ainda não saiu do palanque totalmente, o que é comum na psicologia desses momentos. Isso é para mostrar que o outro “plano de resgate” foi para os ricos. Ele sabe que o plano de resgate de Bush tinha vários defeitos técnicos, mas que sem um sistema financeiro saudável, nenhuma economia prospera. Tanto que votou a favor do plano.

Uma das medidas que propôs na campanha, e que deve adotar mesmo, é uma suspensão de três meses das ações de despejo. Esse é um problema dramático e em 90 dias se pensa em algumas medidas que socorram pessoas que estejam para perder suas casas.

Obama terá que continuar trabalhando numa situação delicada. Não é presidente ainda, como lembrou ontem, mas dele se espera que firme o chão para tirar a economia da areia movediça em que está. Não pode minguar o que resta de autoridade do presidente Bush, porque, afinal, o país está envolvido ao mesmo tempo em duas guerras. Todos os movimentos e palavras terão que ser bem cuidadosos e ele já demonstrou, na entrevista, a busca da palavra certa para não causar qualquer estrago no mercado, nem na imagem externa do país.

O New York Times falou ontem em “colapso” para definir o que está acontecendo com as vendas de varejo. Elas estão despencando. E era de se esperar: os americanos usavam a casa própria, e seus refinanciamentos, como caixa para pagar outros consumos. Sem essa mágica, o consumidor da classe média está parando de comprar. Com a crise bancária, a liquidez não circula e, da pequena empresa à General Motors, todos se queixam da falta de liquidez. Não são pequenos os desafios. O presidente eleito — e o mundo — andarão num fio da navalha nos próximos 73 dias. Que eles passem rápido!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Bandinha do Jornal da CBN 1ª Edição

O Estado de São Paulo

Contra a crise, licença para matar?

Dionísio Dias Carneiro*

O debate em torno da crise que lança sua sombra sobre a economia mundial está sendo prejudicado por dois diagnósticos extremos, que se manifestam com freqüência no Brasil, mas estão presentes em toda parte: "o fim do mito dos mercados desregulados" e a "má regulação e a política expansionista". A resultante nula desse cabo-de-guerra ideológico é a impressão de que não há uma agenda clara para a reunião convocada por George W. Bush para o dia 15, que poderia marcar o começo do fim da crise.

Não faltam sugestões, sobram confusões. De um lado, a impressão de que pouco aprendemos nos últimos 70 anos sobre como lidar com uma crise sistêmica. De outro, há uma confusão entre medidas administrativas e contábeis com estratégias macroeconômicas.

As propostas de respeitáveis economistas de todo o mundo ilustram a mistura. Três dos principais especialistas em bancos e regulação financeira, Douglas Diamond, Anil Kashyap e Raghuran Rajan, da Universidade de Chicago, propuseram um "time out" para que os ativos das instituições financeiras fossem "corretamente avaliados", o que equivaleria a uma interrupção impensável das transações, do tipo que conhecemos durante as primeiras semanas do Plano Collor. Robert Rubin, em artigo no International Herald Tribune do dia 4, prega um "pragmatismo equilibrado" contra as falsas dicotomias que enxerga nas propostas de política macroeconômica (déficit maior versus austeridade, estímulos ao emprego versus proteção ao trabalhador e protecionismo e regulação versus mercados mais livres). Um gelo fino no caminho do governo Obama, que poderá justificar toda sorte de desatinos em outros governos, mais propensos ao "pragmatismo" do que ao "equilíbrio".

Robert Rubin e Paul Volcker são a esperança de que o governo Obama possa encontrar um caminho para desentupir os canais de crédito sem gerar um forte desequilíbrio inflacionário. Mas o que há de sensato na proposta de estratégia macroeconômica pode ser usado, perfeitamente, pelos aproveitadores da confusão ideológica como uma espécie de "licença para matar". Ou seja, um sinal verde para que os governos joguem por terra o que foi aprendido na onda longa de prosperidade dos últimos 40 anos, caracterizada pela evolução de instrumentos, diagnósticos e estratégias que permitiram que as crises tenham sido mais breves e que a volatilidade das variáveis reais (não confundir com as financeiras) tenha diminuído consideravelmente. O que fez crescer o mundo foi o maior papel dos mercados, e não a estatização dos investimentos. Mas os fantasmas dos anos 60 estão sendo invocados pelos que nada aprenderam nos últimos anos, e pregam o retorno às idéias que nem geraram riqueza nem incorporaram as massas à prosperidade.

Mesmo em meio ao desabamento desastroso dos mercados financeiros, há sinais de progresso. Os bancos centrais têm coordenado a diminuição dos juros e agido diretamente sobre o interbancário, o que já permitiu uma redução do spread da Libor, de 4,6 para 2,10 p.p., desde 10 de outubro. Usam a flexibilidade permitida pelas estratégias de estabilização para reativar os sistemas bancários. O FMI vai socorrer os países com problemas de balanço de pagamentos, de modo a desincentivar as medidas de defesa individual que agravam os problemas do sistema global. O próximo passo é a adaptação das estratégias fiscais de modo a fazer uso da política anticíclica, seja via redução de impostos, seja via aumento seletivo de gastos.

Mas a agenda do G-20 continua a requerer a definição de pontos importantes como os mecanismos internacionais de empréstimos interbancários não seguros, a exemplo do que se faz em emergência nos sistemas nacionais. Os mercados de derivativos se transformaram em vilões, mas é sua regeneração que deve ocupar o centro das atenções, especialmente o aumento do papel das bolsas de futuros na liquidação e na garantia dos contratos. Willem Buiter propôs a designação de um "contraparte de última instância", que pode ou não ser tarefa atribuída aos bancos centrais.

Não será, portanto, por falta de conhecimento que as autoridades monetárias e regulatórias deixarão de atuar. Mas por sobra de confusão, diante do revigoramento oportunista das forças do atraso, que podem dizimar o conhecimento acumulado e atrasar as discussões que podem contribuir para abreviar os efeitos devastadores da atual crise.

*Dionísio Dias Carneiro, economista, é diretor da Galanto Consultoria e do IEPE/CdG

Espaço Aberto - Globo News

No Espaço Aberto desta quinta-feira, 06, Miriam Leitão conversou com o economista Nicholas Stern, autor do famoso relatório sobre o impacto econômico do aquecimento global. O estudo, encomendado pelo governo da Grã-Bretanha e apresentado em 2006, é reconhecido no mundo inteiro.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Os desafios de Obama

Carlos Alberto Sardenberg

- As contradições entre a esperança e a realidade -

Barack Obama conquistou um extraordinário mandato, tão amplo quanto o desafio que tem pela frente. Ele prometeu, por exemplo, gastar dinheiro público para estimular a economia e apoiar camadas da população que mais sofrem com a recessão. Mas receberá um governo com um déficit anual perto dos US$ 500 bilhões e uma dívida de US$ 10,3 trilhões.
Sua eleição foi recebida com entusiasmo no mundo todo, mas ele assumiu propostas de comércio externo que abrem conflitos com muitos países. Obama defendeu, por exemplo, o aumento de impostos de importação sobre produtos chineses a manutenção ou aumento de taxas sobre a importação do etanol brasileiro ampliação dos subsídios agrícolas a aplicação de barreiras não tarifárias no comércio com países emergentes e restrições aos investimentos estrangeiros.
O objetivo é proteger setores da economia americana mais vulneráveis à competição externa, um tema importante na campanha e que rendeu votos nos estados com indústrias atropeladas pela globalização. Por isso mesmo, é uma política que interessa muitíssimo à ampla maioria democrata na Câmara e no Senado, que é até mais radical que Obama nessas questões protecionistas.

Mas isso criará obstáculos às negociações para ampliação do comércio internacional, prejudicando aliados pelo mundo todo. Ontem mesmo, o presidente Lula disse esperar que Obama reduza subsídios e tarifas de importação.

Por outro lado, essa política protecionista tem um efeito interno, o aumento de preços no consumo, um resultado indesejável sobretudo para a classe média e os mais pobres que já sofrem com a perda de empregos e de renda. Além disso, não se pode esquecer que preços baratos de bens de consumo, resultado da importação e de um comércio global aberto, elevaram o poder de compra e o conforto das famílias. Esse comércio também beneficiou amplamente as multinacionais americanas e gerou empregos nos EUA.

Obama comprometeu-se também com reduções de impostos para as companhias que mantêm suas fábricas e demais operações (e seus empregos) no país. Ao mesmo tempo, anunciou uma política de aumento dos salários, especialmente do salário mínimo, e de fortalecimento dos sindicatos de trabalhadores. No primeiro caso, reduz custos. No segundo, aumenta, e isso em um momento em que as empresas já estão demitindo por causa da queda das vendas
E assim vai, entre propostas e ressalvas.

A saída é um "pragmatismo equilibrado", escreveu no New York Times o banqueiro Robert Rubin, que foi secretário do Tesouro de Bill Clinton, quando aplicou uma política de responsabilidade fiscal, deixando as contas públicas com um amplo superávit, e uma diplomacia de comércio aberto e global. Para ele, é possível combinar mais gasto público hoje, e, pois, alta do déficit, com um programa de equilíbrio futuro das contas. Citou a Bíblia: tempo para gastar, tempo para poupar. Disse também que é possível combinar os benefícios do comércio aberto com apoio às pessoas e setores locais mais atingidos.

Essas políticas dependem de credibilidade. Por isso, todos aguardam com ansiedade a designação da equipe econômica de Obama. Os nomes indicarão a direção. Os mais citados até aqui têm sido bem recebidos. Alguns vêem da equipe de Clinton (o último presidente democrata, que governou durante um período de forte crescimento e geração de empregos) outros têm prestígio próprio, como Paul Volcker, que já foi presidente do Federal Reserve, Fed, o banco central, quando acumulou fama de implacável com a inflação. É verdade que inflação não será o maior problema de Obama ( a recessão deve derrubar os preços) mas ele estará bem servido com um secretário do Tesouro conhecido pela responsabilidade monetária e fiscal.

Resumo da ópera: Obama desfruta da confiança do povo americano e de boa parte do mundo. Tem crédito para gastar. A culpa por essa crise obviamente não é dele. Ao mesmo tempo, desperta, nos EUA, a expectativa de que a vida vai melhorar para as classes médias e para os mais pobres. No mundo, a expectativa de um presidente americano mais aberto às posições e pleitos dos outros países.

Mas, na economia, as coisas vão piorar antes de melhorar. O protecionismo será tendência forte no meio da crise. Assim, ele precisará passar a confiança e mostrar, com atos, que a situação vai mesmo melhorar, que a mudança virá.

Ele foi um grande candidato. Precisará ser um presidente melhor ainda.

Publicado em O Globo, 06 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Barack Obama

Saiba o que ele (ou qualquer outro) pode ou não pode fazer

AFP, em Washington

O democrata Barack Obama vai assumir o cargo de presidente dos Estados Unidos em dia 20 de janeiro de 2009.

-----------------------------------------------------------------
Considerado o homem mais poderoso do planeta, o presidente dos Estados Unidos não é intocável, e seus poderes são estritamente limitados pela Constituição.

No entanto, a carta magna é flexível o suficiente para permitir a cada presidente ajustar suas prerrogativas às necessidades do momento.

O artigo II, que trata do presidente e de seus poderes, diz que "o poder executivo será entregue a um presidente dos Estados Unidos da América". Ele prevê a duração do mandato (quatro anos) e lista seus poderes. O presidente é o "comandante-em-chefe" das forças armadas, pode conceder "sursis e absolvições", concluir tratados "desde que peça a opinião do Senado" e que obtenha o aval dos dois terços dos senadores presentes. Ele nomeia os embaixadores e os juízes da Corte Suprema, que no entanto precisam ser confirmados em seguida pela maioria do Senado.
"Ele informará periodicamente o Congresso sobre o estado da União e recomendará à sua atenção qualquer medida que considerar necessária e oportuna", destaca a Constituição. O presidente pode vetar os textos de lei adotados pelo Congresso, que por sua vez tem a possibilidade de contornar este veto através de uma votação da maioria dos dois terços do Senado e da Câmara dos Representantes.

O presidente pode ser destituído "por meio de um impeachment ou após uma condenação por traição, corrupção ou qualquer outro crime ou delito".

A Câmara dos Representantes votou duas vezes o impeachment do presidente dos Estados Unidos, para Andrew Johnson (em 1868) e Bill Clinton (em 1998). Ambos foram absolvidos pelo Senado. A câmara baixa também iniciou em 1974 um processo de impeachment contra Richard Nixon, mas desistiu após a renúncia do presidente, a única em toda a história dos Estados Unidos.

O presidente não tem o poder de dissolver o Congresso.

Ele também não pode declarar a guerra, uma decisão que cabe ao Congresso. Entretanto, todos os casos de conflitos militares no mundo não são necessariamente precedidos por uma declaração de guerra oficial, e o presidente acaba tendo freqüentemente o poder de enviar as tropas ao combate.

O Congresso intervém então para monitorar os conflitos armados no exterior (como para o Afeganistão e o Iraque), votando resoluções sobre o cronograma, a amplitude e as missões das tropas.

O presidente pode utilizar seu poder para manter a ordem a pedido de um estado da federação, e tem a possibilidade de mobilizar a Guarda Nacional dos estados. Dwight Eisenhower e John Kennedy utilizaram este poder depois de tumultos raciais no sul no país nos anos 50 e 60. Porém, este poder pode ser interpretado de uma forma mais ampla. George W. Bush decidiu por exemplo utilizar a Guarda Nacional para combater o terrorismo. É por isso que elementos da Guarda Nacional se encontram atualmente no Iraque.

A principal notícia do dia

A manchete de todos os jornais, nacionais e internacionais, é apenas de que a partir da noite de ontem o mundo conhecia o novo presidente dos EUA: o Democrata Barack Obama.

Em uma cerimônia chique, Obama e família agradeceram aos eleitores a conquista suada.

Era por volta de 2h quando o novo presidente discursou para os americanos esperançosos em Chicago.

Regado com muita emoção, esperança e alegria americanos gritavam em meio a praça o nome de Barack Obama.

Fui muito emocionante. O mundo pára para ver e ouvir, atentamente, o primeiro discurso depois de McCain, seu oponente, reconhecer sua derrota.

Hoje não teremos o tema Crise, apenas o solucionador dela. Afinal, foi por isso que os norte-americanos elegeram Barack Obama como o 44º Presidente dos EUA.

Parabéns Obama!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Auto-estima - não há idade

Ellyel dos Santos

“Como ficar rico em pouco tempo”, “Atrair a sorte para si”, “Galgar degraus no trabalho rapidamente”, são títulos de alguns livros que estão a cada dia sendo os mais vendidos das prateleiras das livrarias. Os manuais de auto-ajuda se incorporaram à vida moderna tanto quanto os telefones celulares ou a internet. Cada vez mais gente encontra inspiração em seus conselhos para perseguir uma vida melhor, seja do ponto de vista material, seja do espiritual. Se todos esses títulos fossem colocados em uma centrífuga, o conselho fundamental que daí resultaria seria: goste de você, tenha confiança em si mesmo, acredite em sua capacidade. Em suma, preserve sua auto-estima.

A auto-estima, segundo os psicólogos, é a principal ferramenta com que o ser humano conta para enfrentar os desafios do cotidiano, uma espécie de sistema imunológico emocional determinando, em última análise, a forma como nos relacionamos com o mundo.

O historiador inglês, Peter Burke, resume: “A auto-estima é o conceito mais estudado na psicologia social, e há um bom motivo para isso. Ela é a chave para a convivência harmônica no mundo civilizado”.

A auto-estima é vital não apenas para as pessoas, mas também para as famílias, os grupos, as empresas, as equipes esportivas e os países. Sem ela, não há terreno fértil para as grandes descobertas nem para o surgimento dos líderes. Desde o início da civilização, o mundo é movido a pessoas que confiam de tal forma nas próprias idéias que se sentem estimuladas a dividi-las com os outros. Isso vale tanto para cientistas quanto para poetas, tanto para artistas quanto para políticos. O filósofo grego Aristóteles já observava que a esperança e o entusiasmo, juntos, formam a centelha da autoconfiança, sem a qual os jovens não teriam futuro.

Antigamente, acreditava-se que o grau de auto-estima de uma pessoa era determinado na infância e se preservava intocado ao longo da vida. A boa notícia é que, nos últimos anos, a psicologia derrubou essa teoria. Hoje se sabe que é possível desenvolver a auto-estima em qualquer idade e mantê-la elevada para sempre. O sucesso dessa empreitada depende não apenas da visão que se tem de si mesmo, mas também da avaliação que se faz da sociedade em que se vive.

As pesquisas mais recentes sobre auto-estima apresentam duas novidades.

A primeira é que é possível ter auto-estima alta e baixa que se alternam. Por exemplo, um indivíduo pode ter confiança plena em si próprio no ambiente profissional, mas se sentir a última das criaturas no âmbito pessoal, e vice-versa. Com isso, para aumentar a auto-estima, não basta apenas ter pensamentos positivos generalizados. O ideal é concentrar-se nos pontos fracos que podem ser mudados e melhorados.

Agora, a segunda revelação da psicologia no terreno da auto-estima é que algumas das características que a compõem podem ser hereditárias. Essa descoberta enterra definitivamente a noção de que a auto-estima é formada apenas durante a infância, em casa, por influência dos pais.

O primeiro passo para melhorar a auto-estima, segundo médicos e psicólogos, é identificar os comportamentos e as crenças negativas que foram construídos durante a vida. Coisas como acreditar-se incapaz de realizar grandes projetos, de conseguir um bom marido ou esposa, e achar que subir na carreira e ganhar mais dinheiro é privilégio apenas das outras pessoas. A partir daí, é preciso questionar essas crenças. As que não contribuírem para uma vida harmoniosa devem ser limadas do comportamento do dia-a-dia. Segundo psicólogos, são os pensamentos e as atitudes próprios – e não os eventos externos – que moldam os sentimentos. Assim, se um indivíduo tem uma visão distorcida e negativa de si mesmo, terá auto-estima baixa. Ter baixa auto-estima não significa, necessariamente, ter depressão, mas uma coisa pode levar a outra. Portanto, uma pessoa com baixa auto-estima se enxerga de maneira negativa, mas consegue levar uma vida normal. Agora, quem tem depressão, além dessa visão negativa, perde a motivação para viver, isto é, um indivíduo com depressão sempre tem auto-estima baixa, pois essa sensação de incapacidade é um dos aspectos que podem torná-lo depressivo.

A partir do momento em que se decide identificar as crenças negativas e se trabalhar continuamente para modificá-las, cinco regras são básicas para elevar a auto-estima e ganhar confiança de maneira permanente. As regras são as seguintes: examinar o passado, achar um meio-termo, dar um sentido á vida, focar os aspectos positivos e comentar com a família e os amigos as realizações positivas.

Os brasileiros, em geral, são muito otimistas, apesar de possuírem auto-estima baixo em comparação com os americanos e os franceses.

Nós sempre achamos que hoje está ruim, mas amanhã irá melhorar.

Existe no Brasil uma cultura de condenar quem se vangloria das próprias realizações e de enaltecer a humildade. Isso acaba por minar a auto-estima das pessoas, que começam a acreditar que não são merecedoras de seus feitos mais ambiciosos, ou seja, a arrogância costuma ser confundida com auto-estima em excesso. Já dizia o poeta e escritor alemão Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832), que “um erro grave é tanto se julgar mais do que se é, quanto se estimar menos do que se merece”.

A moderna psicologia não aceita mais a idéia de que alguém possa ter auto-estima em excesso. Seria como ter saúde em excesso. Os complexos de superioridade e a arrogância pertencem a outra natureza.

Portanto, uma pessoa com auto-estima elevada acredita que tem o controle da própria vida, sente-se confiante em lidar com os contratempos e almeja alcançar o sucesso na vida pessoal e profissional.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

G1

Unibanco e Itaú anunciam fusão e criam gigante financeiro
Banco deverá ser o maior do hemisfério sul, segundo comunicado.
Nova controladora será denominada Itaú Unibanco Holding S.A.

Os bancos brasileiros Unibanco e Itaú anunciaram nesta segunda-feira (3) que se unirão para formar um conglomerado com valor de mercado entre os 20 maiores do mundo. O novo banco deverá ser o maior do hemisfério sul, segundo comunicado oficial do banco Itaú.

Segundo a nota da instituição, a operação “surge em momento de grandes mudanças e oportunidades no mundo, particularmente no setor financeiro”.

A operação precisa ser aprovada em assembléias extraordinárias de acionistas - previstas para serem realizadas entre a última semana de novembro e a primeira semana de dezembro -, pelo Banco Central do Brasil e demais autoridades competentes, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Procurado pelo G1, o Cade informou que irá avaliar os riscos concorrenciais apenas após ser notificado da operação. As instituições têm 15 dias para notificar o órgão.

Segundo as instituições financeiras, o novo banco resultante da fusão terá R$ 575 bilhões em ativos e patrimônio líquido de cerca de R$ 51,7 bilhões. Contará com aproximadamente 4,8 mil agências, representando 18% da rede bancária; e 14,5 milhões de clientes de conta corrente, ou 18% do mercado.

Em volume de crédito, representará 19% do sistema brasileiro; e em total de depósitos, fundos e carteiras administradas, atingirá 21%.

Ainda de acordo com o comunicado oficial do Itaú, nada muda operacionalmente para os clientes dos dois bancos neste momento. Todos continuarão a utilizar normalmente os diferentes canais de atendimento, cheques, cartões e demais produtos e serviços.

Itaú fará parceria com lojas Marisa Corpo do empresário Olavo Setubal, do Itaú, é velado em SP Unibanco anuncia lucro de R$ 704 milhões Unibanco diz que pode comprar parte da AIG, diz executivo Crise da sócia AIG não afeta clientes no Brasil, diz Unibanco Unibanco lucra R$ 704 milhões no trimestre, alta de 5,6%
--------------------------------------------------------------------------------
Ranking

Segundo levantamento da consultoria Economatica, o banco resultante da fusão será o 9º maior das Américas em ativos, com US$ 324,041 bilhões, à frente do Banco do Brasil, com US$ 261,639 bilhões, e do Bradesco, com US$ 220,815 bilhões.

Entre os bancos com capital aberto, o Itaú-Unibanco será o sexto maior da Américas em valor de mercado, com US$ 41,323 bilhões, à frente do Bradesco, com US$ 34,162 bilhões.

Novo modelo

Os controladores da Itaúsa e Unibanco constituirão uma holding em modelo de governança compartilhada. O Conselho de Administração será presidido por Pedro Moreira Salles (atual Unibanco) e o presidente-executivo será Roberto Egydio Setubal (atual Itaú). O anúncio foi feito com base em uma negociação de mais de um ano.

Segundo comunicado enviado à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), onde os dois bancos têm ações negociadas, a associação contemplará reorganizacao societária, que resultará na migração dos atuais acionistas do Unibanco Holdings S.A. e Unibanco - União de Bancos Brasileiros S.A., mediante incorporações de ações, para uma companhia aberta, a ser denominada Itaú Unibanco Holding S.A., atual Banco Itaú Holding Financeira S.A., cujo controle sera compartilhado entre a Itaúsa – Investimentos Itaú S.A. e os controladores da Unibanco Holdings, por meio de holding não financeira a ser criada.

Acionistas minoritários

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) irá analisar se a fusão respeita os direitos dos acionistas minoritários e identificar se houver algum prejuízo a eles.

Segundo o fato relevante, cada 1,1797 ação ordinária do Unibanco e do Unibanco Holdings valerá uma ação do Itaú Unibanco Holding. Cada 1,7391 ação Unit valerá uma nova ação. E 3,4782 ações preferenciais do Unibanco e Unibanco Holdings valerão uma ação.

"Na medida em que os acionistas do Unibanco passarão a ser acionistas do Itaú, como está ali no fato relevante, ações do Unibanco estarão sendo incorporadas ao capital do Itaú. Cabe à CVM analisar essa operação e verificar o cumprimento do direito dos acionistas minoritários. Em que base esses acionistas serão migrados do capital do Unibanco para o capital do Itaú, ou seja, quais as bases em que foi fixada a relação de troca, na transferência patrimonial desses acionistas", explicou a superintendente de relações com empresas, Elizabeth Machado.

Segundo ela, toda a operação será analisada pela CVM, desde a divulgação, realização de assembléias e a fixação de relação de troca para a transferência de acionistas.

Procurados pelo G1, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e o Banco Central ainda não devem se pronunciar.

Eleições e crise

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil (1994-2002)

Apurados os votos, algumas análises se confirmaram. Primeiro, a despeito das imperfeições e críticas, nosso sistema político é, de fato, competitivo. Segundo, a competição se dá menos entre partidos do que entre lideranças. Estas não deixam de estar ligadas a partidos, claro, mas, quando aprovadas nas urnas, não consagram automaticamente seus partidos. Terceiro, por mais que partidos e máquinas governamentais tenham capacidade de arrebanhar votos e por mais que as lideranças possam influir, não decidem os resultados eleitorais, pelo menos nas grandes cidades.

É na campanha que a opinião pública se forma. Têm peso a influência das lideranças, a propaganda, as máquinas partidárias e governamentais, mas é o desempenho do candidato, com seus gestos, discursos e atos que finalmente decide o voto. Ninguém elege um poste. Nada a estranhar nesse processo: é assim que o eleitorado decide nas democracias de massas, com partidos relativamente débeis e personalidades cujo simbolismo ou cujas características podem ou não se ajustar às expectativas momentâneas dos eleitores.

Não se pode dizer que o PT tenha saído eleitoralmente derrotado, pelo bom desempenho que teve nas grandes cidades. Mas saiu, sim, politicamente enfraquecido, pela derrota nas principais capitais, mesmo naquelas em que o presidente Lula se jogou pessoalmente na campanha.

Esse resultado pode ser interpretado de vários modos, todos plausíveis, nenhum conclusivo. Talvez, por trás da rejeição ao lulo-petismo nas capitais, comece a haver uma sensação ainda não muito nítida, mas presente, de que nem tudo vai tão bem no país como proclama o presidente, seja devido aos primórdios da crise econômica, seja pela corrupção impune, ou até mesmo pela "fadiga de material", depois de tantos anos. Nada disso, entretanto, autoriza a prever os resultados a serem alcançados em 2010, mesmo pois não há conexão direta entre eleições municipais e nacionais. De qualquer modo, as oposições podem sair mais esperançosas, pois o fantasma da avalancha petista ou do eleitor de postes desvaneceu-se.

É certo que a instalação da crise econômica no mundo, sem dúvida a maior desde 1930, já está afetando a economia e o sentimento do povo e afetará mais ainda. As oposições não devem, porém, apostar no "quanto pior, melhor". Que ninguém se iluda: quanto pior, pior. Seria uma vitória oposicionista de curto fôlego, se ao alcançar o poder o novo presidente e seu grupo tivessem que continuar apagando incêndios em meio aos escombros deixados na economia real e nas contas públicas pela crise financeira. Não acho que devamos minimizar o que está ocorrendo, nem jogar com a crise para construir o futuro eleitoral. O governo já abusou da opinião pública menosprezando a gravidade da situação. No início, mesmo nos Estados Unidos e na Europa, desconhecia-se a extensão e a profundidade da crise, até que se percebeu que ela se havia espalhado por todo o sistema financeiro. A crise de liquidez se converteu em crise de confiança e tanto Bancos Centrais como Tesouros nacionais foram obrigados a coordenar-se e intervir para garantir não apenas a liquidez, mas a solvência do sistema. O custo que o socorro generalizado imporá ao bolso dos contribuintes está por ser avaliado. Certamente eles pagarão a conta dos desatinos cometidos nos países ricos na espiral de endividamento e consumo sem lastro, turbinada por derivativos financeiros.

Entre nós, os efeitos imediatos dessa situação foram a retração de crédito, inicialmente para as exportações, com o corte das linhas de financiamento em dólares, e a desvalorização e volatilidade acentuadas da taxa de câmbio (o real é uma das moedas mais debilitadas pela crise, apesar das reservas de US$ 200 bilhões). Parte do problema com a taxa de câmbio deve-se às posições especulativas anteriormente assumidas por empresas exportadoras que tomaram recursos em dólar, apostando que a moeda americana não sofreria maior desvalorização, e aplicaram esses recursos em reais, para aproveitar dos elevados juros domésticos. Tudo isso nas barbas do Banco Central... Com a mudança no comportamento do câmbio, houve muita procura por dólar para pagamento dos empréstimos contraídos, o que reforçou a desvalorização do real.

Dizer que essa crise não afetará nossa economia é brincar com o fogo. Haverá, sim, retração pela diminuição do crédito e pelo encolhimento do mercado internacional e, em menor proporção, do mercado interno. Logo, o crescimento será significativamente menor em 2009 e provavelmente em 2010. O governo poderá minimizar a desaceleração se, depois da letargia inicial, agir com presteza e concentrar os gastos naquilo que é essencial: a infra-estrutura.

Diante da gravidade do quadro, as oposições e o governo precisam agir responsavelmente. É dever daquelas exigir transparência nas medidas adotadas pelo governo para evitar favorecimentos indevidos a grupos e setores econômicos à custa dos impostos pagos pelo povo. Por outro lado, não deve faltar apoio ao que for necessário e urgente. Todavia, se as oposições quiserem ganhar as eleições presidenciais, terão de ampliar os horizontes de esperança, unindo-se, o quanto antes, em torno de uma chapa que, pela competência, pela seriedade de atitudes e pela trajetória política, desperte a confiança de que o país pode e deve avançar ainda mais rápido e melhor do que tem avançado nos últimos 15 anos.

domingo, 2 de novembro de 2008

As Revoluções Inglesas

Texto escrito por Caroline Guimarães Kallaun.

As Revoluções Inglesas do século XVII representou um marco na vida européia. Pela primeira vez na história do continente, a burguesia, aliada à pequena nobreza, assumiu o poder e lançou as bases para a consolidação de uma nova ordem, que se expressou pela hegemonia do parlamentarismo.

Essa transformação exigiu uma série de rupturas. Os vários conflitos do período podem ser divididos em dois momentos. O primeiro teve início com a Revolução Puritana, em 1640, e foi responsável pela execução do rei Carlos I e a instalação do governo republicano de Cromwell. O segundo, em 1689, conhecido como Revolução Gloriosa, completou o processo político liderado pela burguesia.

Naquela época, o reino era do rei. Por isso, as diversas transições de poder se efetuaram de maneira muito complexa na Inglaterra. Em 1588, o governo pertencia a Elizabeth I, esta sem herdeiros diretos, depois de sua morte, em 1603, o governo foi passado para seu primo, Jaime Stuart, Jaime I, rei da Escócia.

Uma relação conflituosa entre o monarca e seus súditos agravou as coisas em 1610. Motivo disso, era a fuga do controle financeiro do Parlamento, além de impor medidas como monopólio real sobre as indústrias de tecidos. Resultado: muitos ingleses migraram para a América do Norte.

Jaime Stuart morre em 1625. Dessa maneira, seu filho Carlos Stuart torna-se rei da Inglaterra e da Escócia. No dia de sua posse, ele foi obrigado a assinar um documento titulado Petição de Direitos, proibindo a intervenção da Coroa em assuntos sem prévia aprovação dos parlamentares. Ele acabou sendo igual a seu pai, autoritário, principalmente nas esferas econômicas e religiosas. E isso não agradou a muita gente.

Conquistou a insatisfação popular. Conflitos religiosos e econômicos acabaram gerando uma crise política. Pressionado, pelos representantes do povo que defendiam reformas e eram oposição sistemática às da Coroa, perdeu o controle da crise e prendeu alguns líderes de oposição, invadindo o Parlamento. Essa demonstração de força precipitou em uma guerra civil, que se estendeu de 1642 a 1651. Isso mesmo, nove anos de guerra civil na Inglaterra.

A sociedade era polarizada. De um lado estava Carlos I, apoiado pelos lordes e pela dissidência da pequena nobreza e do outro lado, a Câmara dos Comuns, falando em nome do conjunto da população inglesa.

Dessa forma, inicia-se a Revolução Puritana.

Em meio à guerra civil, os presbiterianos (partidários dos Comuns) assumiram o Parlamento, enquanto o Exército de Novo Tipo, conquistava terras para os Comuns.

Em 1646, terminou a primeira fase da do conflito. O resultado foi desastroso para Carlos I.

Decapitado por inimigos, o trono passou por diversos governos.

A história da República Puritana acaba com a tomada do poder pelos contra-revolucionários, nobres realistas aliados à oposição presbiteriana e com a proclamação de Carlos II, filho do rei decapitado, como soberano da Inglaterra e da Escócia. Inicia-se, portanto, o período conhecido como Restauração Monárquica.

Coroado pela aristocracia e pela burguesia, Carlos II em seu governo expandiu o comércio, a indústria e a ciência. Apesar de atritos continuarem existindo entre o rei e o Parlamento.

Em 1685, Carlos II morre e o trono, nesse “processo de rodízio”, passa para seu irmão Jaime II. Este, partidário da religião católica, logo se tornou impopular.

O segundo momento dos conflitos ingleses caracteriza-se por problemas que, infelizmente, são ainda comuns nos dias de hoje. Ele, o rei, tentou isentar os católicos do pagamento de algumas taxas, impostas a eles por motivos religiosos, e indicou líderes para cargos importantes do governo e foi afastado por um golpe de Estado conhecido como Revolução Gloriosa.

Não houve derramamento de sangue ou desordem sociais que pudessem possibilitar o ressurgimento de exigências revolucionárias democráticas, o Parlamento estabeleceu um acordo com o presidente Guilherme de Orange, chefe do governo da Holanda.

Ao assumir o governo, Guilherme estabeleceu uma nova roupagem política, com caráter liberal, o capitalismo se desenvolveu livremente.

E, a partir de então o novo perfil inglês começou a modificar, principalmente, no campo da industrialização. Afinal, a Inglaterra foi a pioneira da Revolução Industrial tornando política e economicamente acessível ao desenvolvimento necessário para garantir investimentos na atividade industrial.

Foi o ponta-pé para o desenvolvimento industrial. Graças às revoluções que aconteceram no século XVII.