sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Férias! Férias!

Aos meus amigos e amigas internautas.

Como já deu para entender pelo título da postagem, estou saindo de férias do blog.

Estou cansado. Foi um período muito corrido, turbulento e estressante.

Trabalhei e estudei muito.

Durante uma semana estarei ausente do blog. Aproveitarei para descansar um pouco.

Depois disso terei muito trabalho pela frente.

Uma boa leitura está nos meus planos. Aproveitar um pouco com os colegas. Beber uma cerveja, com moderação, não faz mal a ninguém.

No dia 12 de Dezembro estarei de volta. Afinal, é preciso revitalizar as energias para enfrentar o batente novamente.

Em caso de novidade muito interessante, comentarei.

Portanto, passem sempre por aqui.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

CBN Rio

Acompanhe a partir de agora o CBN Rio, programa veiculado pela Rádio CBN e apresentado por Lucia Hippolito.

Sintonize 92.5 FM ou ouça, assim como eu, pela internet em http://www.cbn.com.br/

Do Jornal O Globo

O MUNDO AJUDOU, O MUNDO ATRAPALHA

Carlos Alberto Sardenberg

----A boa onda E o refluxo-----

A crise está chegando aqui pelos mesmos caminhos que haviam trazido a forte expansão dos últimos anos, os caminhos da globalização. O mundo todo cresceu, o Brasil pegou a onda. Agora, o mundo está ou em recessão (os ricos) ou em desaceleração (os emergentes). É o refluxo, que puxa todos para águas perigosas.

A economia mundial já estava em crescimento nos anos 90, mas com diversos episódios de crise. Na entrada do novo século, e logo depois do ataque da Al Qaeda, o planeta iniciou uma arrancada espetacular. Até 2007, o produto mundial cresceu na média de 5% ao ano, numa sequência inédita.

Excetuado um ou outro país travado por questões internas, todos os demais cresceram acima de seus potenciais, os ricos e os emergentes. O comércio mundial de mercadorias e serviços chegou a ter expansão anual perto de 10%, outro recorde.

O sistema financeiro, acreditem, teve papel decisivo, ao captar e entregar capital abundante e barato no mundo todo.

Em 2007, por exemplo, as empresas brasileiras que fizeram emissões primárias de ações levantaram nada menos de R$ 33 bilhões, dinheiro que foi direto para novos investimentos em açúcar e álcool, produção de carnes, minérios, petróleo. E cerca de 80% desse dinheiro veio do exterior, trazido pelo 'cassino financeiro'.

As empresas também levantaram R$ 55 bilhões com a emissão de debêntures e notas promissórias, de novo turbinando negócios.

Com isso, as companhias exportadoras ficaram prontas para atender a demanda crescente no mercado mundial, já que estava todos ganhando dinheiro. A Rússia ficou rica com o petróleo, aumentou as compras de carne brasileira. A China acelerou, cresceu perto de 12% ao ano e precisou de mais minério de ferro e aço, que o Brasil tinha.

Por outro lado, a Argentina ganhou dinheiro exportando carne, trigo e soja e, assim, aumentou a renda com a qual comprou mais carros e eletrônicos made in Brasil. O Chile exportou cobre, vinhos e salmão e, com isso, aumentou a compra de ônibus brasileiros.

Considerem a Vale. O preço das chamadas comodities metálicas simplesmente triplicou em cinco anos e a companhia respondeu à altura com o aumento da produção brasileira, primeiro, e depois com aquisições no exterior. Estas operações, aliás, financiadas pelos bancos de investimentos – isso mesmo, aqueles que vieram a quebrar.

Para falar a verdade, o Brasil pegou a onda mundial já no final da festa. Por isso, cresceu menos. Na média, de 2003 a 07, os emergentes cresceram 7,5% ao ano. O Brasil, 4,5%. O país se atrasou nas grandes reformas macroeconômicas, aquelas que derrubaram a inflação, colocaram as contas públicas sob controle, privatizaram (e prepararam companhias como a Vale) e abriram o comércio externo. Ainda assim, as exportações brasileiras triplicaram, sobraram dólares no país, que o Banco Central comprou e fez as reservas que nos permitem passar pela crise sem quebrar.
Claro, portanto, que foi uma combinação de virtudes internas – a conquista da estabilidade macroeconômica – e o extraordinário momento da globalização.

O refluxo é agora. Com a crise financeira internacional, sumiram as emissões de ações e de outros títulos. O capital tornou-se escasso e mais caro, especialmente para os grandes negócios. No mercado imobiliário, empresas abriram capital, receberam dinheiro novo, compraram terrenos e agora, como financiar os compradores?

Assim como cresceu e empregou para exportar, a Vale agora encolhe e demite, pois os fregueses lá fora estão sem dinheiro e sem crédito. O preço do cobre desabou, o Chile perde renda, vai importar menos.

Essa é a parte ruim da história.

Tem uma boa. Nas crises internacionais anteriores, o Brasil quebrava pelo lado externo. Ou seja, ficava sem os dólares necessários para pagar seus compromissos.

No primeiro trimestre de 2002, por exemplo, a dívida externa líquida do país era de US$ 167 bilhões. O dólar disparou e a dívida, medida em reais, dobrou, o Brasil ficou insolvente, foi ao FMI.

Hoje, o país como um todo é credor em dólares. E o governo, em especial, é super-credor. Tem uma dívida externa em torno dos US$ 90 bilhões e reservas superiores a US$ 200 bilhões. Quando o dólar valoriza, o governo ganha dinheiro, reduz a dívida.

Em vez de passar o pires no FMI, faz um acordo de troca de moedas com o Fed, o banco central dos EUA. É o prêmio por 14 anos de uma política econômica consistente, aplicada com rigor desde 1993. Sofre com a crise, mas não quebra e está preparado para sair dela mais depressa e melhor.

Publicado em O Globo, 04 de dezembro de 2008

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

CBN Rio

Acompanhe a partir de agora o CBN Rio, programa veiculado pela Rádio CBN e apresentado por Lucia Hippolito.

Sintonize 92.5 FM ou ouça, assim como eu, pela internet em http://www.cbn.com.br/

Para 2010

Dilma Roussef está se preparando para assumir o figurino de candidata à presidência da República. Trocou os óculos de grau por lentes de contato.

Segundo assessores, os óculos ajudam a acentuar a imagem de professora severa.

Agora, ela está em fase de adaptação. Pode aparecer vez por outra com os antigos óculos.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Foto do Dia

Foto: Agência O Globo

Coluna Panorama Econômico

O olhar do tempo

Míriam Leitão

A tragédia de Santa Catarina alerta para um risco que o Brasil tem negligenciado: as mudanças climáticas vão aumentar a freqüência e a gravidade de eventos extremos, como secas, enchentes e ciclones. Os dados de população divulgados esta semana pelo IBGE repetem o aviso de que o Brasil está no melhor momento demográfico, mas vai envelhecer. Precisamos nos preparar para o Século XXI.

Neste século, a humanidade terá que combater intensamente os efeitos da mudança climática através da adaptação e da mitigação. Adaptação não é capitulação. Os cientistas estão avisando que uma parte do estrago está feito e é irreversível. Está no estoque de gases de efeito estufa já emitidos pela humanidade. Contra ele nada podemos. Esse estoque vai elevar a temperatura da terra e o nível do mar, vai intensificar furacões, ciclones, enchentes, secas. A população brasileira se concentra no litoral, as cidades ocupam de forma irregular as encostas, desmatam e concretam o espaço urbano. As obras de escoamento são adiadas. O planejamento urbano é sistematicamente desligado de qualquer preocupação ambiental. Uma chuva mais forte mata e desabriga. Como será no futuro, quando as enchentes ficarem piores e mais freqüentes?

O semi-árido nordestino, onde mora a população mais frágil, corre o risco da desertificação. A Amazônia é determinante de todo o clima brasileiro, mas, aqui, comemoramos quando num ano são destruídos “apenas” 11.968 km² de floresta. O Sul está sendo vítima de eventos inesperados e extremos. O furacão Catarina, secas fortes e chuvas intensas, mesmo neste ano que não tem El Niño, estão impressionando os cientistas. “É a fotografia de que o aquecimento global pode já estar atuando com mais intensidade no Sul do país”, disse o climatologista Carlos Nobre ao Bom Dia Brasil, da TV Globo.

Na preparação para o inevitável, temos falhado. Na luta para evitar o que se pode evitar, estamos falhando. O Brasil discutiu, nos últimos meses, o Plano Nacional contra as Mudanças Climáticas. Um plano feito para iludir. Analisado pelos especialistas, ele foi considerado medíocre. O governo ouve mais os diplomatas que acham que isso é uma briguinha Norte-Sul e não ouve os ambientalistas e climatologistas que alertam para os riscos extremos que o planeta corre, e que ainda podemos evitar.

A posição oficial do Itamaraty caducou. Felizmente, há diplomatas que já viram isso, mas a velha idéia permanece como a oficial. A de que não podemos aceitar metas internacionais de redução das emissões brasileiras porque, na formação do estoque de gases que estão na atmosfera hoje, não tivemos uma grande participação. Isso é miopia da urgência. A humanidade não pode reduzir o estoque, mas pode reduzir o fluxo. E no fluxo dos gases de efeito estufa nós somos, infelizmente, grandes.

A maior parte das nossas emissões vem da destruição da Amazônia, da qual somos as maiores vítimas. Por que não assumir um compromisso internacionalmente comparável, e cobrável, se somos os primeiros a ganhar com a proteção da floresta que nos protege a todos?

A demografia vem nos alertando que seremos cada vez mais velhos e que temos, hoje, uma vantagem que vai desaparecer no futuro. Em 2000, para cada pessoa com 65 anos ou mais, 12 estavam na faixa de 15 a 64 anos, chamada de potencialmente ativa. Em 2050, para cada brasileiro com mais de 65 anos, não haverá nem três na faixa potencialmente ativa. Certamente, eu não estarei mais aqui, mas minha neta terá 45 anos: 2050 parece distante, mas é logo ali na esquina do tempo. Somos jovens e a Previdência quebrou. O que foi aprovado de controle desses gastos tem sido contestado.

O IBGE avisa que temos uma “janela demográfica”, um tempo em que está aumentando o número de pessoas “potencialmente ativas”. A população com idade de entrar no mercado de trabalho (de 15 a 24 anos) é de 34 milhões de pessoas. Este número depois vai cair. Se o país educar os jovens e mantiver o crescimento, este será o momento de dar um salto. Mas hoje ainda existem no Brasil 2,4 milhões de crianças de 7 a 14 anos que não sabem ler e escrever.

No combate às velhas mazelas, o Brasil tem tido uma tolerância intolerável. Na sexta-feira, 21 de novembro, os jornais trouxeram a notícia do flagrante dado na Usina Vitória, em Pernambuco, propriedade do prefeito eleito de Palmares, Beto da Usina. A auditora do trabalho Jaqueline Carrijo disse que os trabalhadores não tinham água potável, alimentação adequada, equipamento de segurança e banheiros. Eles acordavam entre 2h e 3h da manhã, preparavam o próprio alimento, muitas vezes só com farinha de mandioca. O jornal Estado de S. Paulo trouxe o seguinte relato: “O advogado da usina, José Hamilton Lins, admitiu as condições precárias de trabalho, que considerou parte de uma cultura colonial que precisa de tempo para se adaptar às novas regras trabalhistas”. O período colonial acabou há 186 anos; a escravidão, há 120 anos; as “novas” leis trabalhistas são dos anos 30 do século passado. Quanto tempo mais o advogado José Hamilton Lins acha que devemos esperar? O Brasil pretende mesmo vender seu etanol ao mundo, como um produto para um planeta sustentável, tendo usinas com esta?

Da tragédia de Santa Catarina, dos alertas da natureza, dos riscos e das chances da demografia, das seqüelas dos velhos crimes, o Século XXI nos contempla como um enigma: que escolhas fará o Brasil?

domingo, 30 de novembro de 2008

Crise ameaça o comércio mundial

A jornalista Cláudia Trevisan entrevistou o economista americano Michael Pettis. Veja a entrevista na íntegra, publicada hoje no Jornal O Estado de São Paulo.

O colapso do comércio mundial é um dos grandes riscos da atual crise, que exigirá coordenação entre os governos para evitar medidas protecionistas que agravem ainda mais os desequilíbrios globais. Quem afirma é o economista americano Michael Pettis, professor de Finanças da Universidade de Pequim. Com experiência de quem já trabalhou em Wall Street, deu aulas na Universidade Columbia e vive há seis anos em Pequim, Pettis ressalta que o núcleo da crise está na relação entre Estados Unidos e China, os dois pólos do que se convencionou chamar de "desequilíbrio global".

Durante uma década, os dois países viveram um equilíbrio instável, no qual os americanos consumiam mais que produziam e os chineses produziam mais que consumiam. Os Estados Unidos tinham déficits e a China, superávits crescentes em conta corrente - o indicador que mede o saldo de cada país em suas trocas comerciais e financeiras com o restante do mundo.

Os excessos desse arranjo levaram à crise no sistema bancário americano e à redução forçada do consumo nos Estados Unidos. Agora, segundo Pettis, virá o ajuste na China e nos países superavitários, que terão de reduzir de maneira expressiva a sua produção para se ajustar à demanda decrescente do restante do mundo.

Com sobra de produção e sem os tradicionais compradores, a China poderá tentar direcionar suas exportações para outros países, incluindo o Brasil. O risco é que isso desencadeie uma guerra comercial que leve ao colapso do comércio global, a exemplo do que ocorreu na Grande Depressão, quando as trocas de bens entre países recuaram 70% entre 1929 e 1934. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Qual é o papel da China na solução da crise mundial?

Os dois principais atores do desequilíbrio global são Estados Unidos e China. Os Estados Unidos porque durante dez anos consumiram muito além do que produziam e a China porque durante dez anos produziu muito além do que consumia. O excesso de produção da China era consumido pelo excesso de demanda americano. Havia certo equilíbrio, mas ele era insustentável. Ele implicava que os Estados Unidos teriam enormes déficits comerciais para sempre e a China teria enormes superávits comerciais para sempre. A questão era qual dos dois seria interrompido primeiro. A parada veio nos Estados Unidos e o excesso de consumo americano está se reduzindo.

Da maneira como o equilíbrio global funciona, se a demanda das famílias americanas cai, tem de haver um ajuste em algum outro lugar. O consumo caiu e agora a produção está muito alta.

O consumo privado nos Estados Unidos não vai aumentar. As famílias precisam poupar mais e consumir menos para quitar suas dívidas. Isso deixa a tarefa para o governo. Mas temos de ser muito cuidadosos porque, se apenas substituirmos as famílias pelo governo no excesso de consumo, não estaremos resolvendo o problema. Vamos apenas adiar o ajuste. Por isso, precisamos que o consumo aumente em outro lugar, e esse lugar é a China.

E o governo?

Se assumirmos que o consumo das famílias americanas vai cair 5% do PIB dos Estados Unidos, isso significa que o consumo na China deve se expandir em 17% do PIB chinês para compensar a queda. É muito, especialmente quando consideramos que o consumo na China gira em torno de 40% do PIB. Nós precisaríamos que o consumo aumentasse entre 30% e 40% para compensar a retração nos Estados Unidos. Isso não vai acontecer.

O sr. espera uma recessão global ainda mais severa?

Sim, vai haver uma desaceleração no mundo e nós temos de lembrar que, em 1930, o pior aconteceu nos países que tinham superávits em conta corrente. Eu acredito que a mesma coisa se repetirá agora.

O que vai acontecer com o excesso de produção?

Há três opções: contrair a produção - e o pior ainda está por vir -, vender mais dentro do país ou exportar. Se a China decide exportar, isso significa que outros países que também têm mais produção que demanda terão de suportar o custo do ajuste e fechar suas fábricas. É por isso que o momento atual é tão delicado. Se os países que têm superávit em conta corrente tentarem superar sua crise com o aumento das exportações, estarão resolvendo seus problemas por meio do agravamento da crise global. E o resto do mundo não vai tolerar isso, o que levaria a uma guerra comercial e a uma contração do comércio mundial. É muito interessante pensar nas décadas de 1920 e 1930 porque é a mesma coisa. Só que naquela época eram os Estados Unidos que produziam em excesso e a Europa que consumia em excesso.

Com a queda nas exportações para os Estados Unidos, existe o risco de uma invasão de produtos chineses em países que ainda têm alguma demanda, como o Brasil?

É um risco real. Por isso é muito importante que os líderes globais entendam os riscos e façam de tudo para resolver a crise, o que significa que os países que têm superávit em conta corrente, como a China, vão sofrer, pois o mundo não quer mais seu excesso de produção. É necessária uma resposta coordenada que leve a uma expansão fiscal de todos os países. Mas os países com superávit em conta corrente terão de fazer a maior expansão.

O pacote de US$ 586 bilhões anunciado pela China há três semanas é suficiente para evitar uma forte desaceleração da economia?

Não. O pacote envolve grande quantidade de dinheiro, mas não sabemos os detalhes. De qualquer maneira, há um problema de timing. A demanda americana está se contraindo muito rapidamente. Portanto, a fonte alternativa de demanda deveria se expandir no mesmo ritmo. Isso é muito difícil. Acredito que o próximo ano vai ser bem mais difícil para a China do que muitos esperam.

O encontro do G-20 em Washington deu alguma indicação de que haverá coordenação entre os países para enfrentar a crise?

Não, em parte porque as pessoas não entendem a natureza da crise. Como nos anos 30, vêem o problema como questão nacional. Com isso, muitas soluções não resolvem os problemas globais. Portanto, não são soluções. É muito importante que os líderes olhem a questão como um problema de balanço de pagamentos global e encontrem caminhos para resolver os desequilíbrios.

Um país pode exportar mais e tirar espaço de outros países.

Se os outros países estiverem dispostos a permitir isso, ótimo, encontramos um novo equilíbrio. Mas os outros países não vão permitir. Todo o mundo tem o mesmo plano e o mesmo plano dos países com superávit em conta corrente: "Vamos aumentar as exportações". Mas, se os países com déficit em conta corrente estão reduzindo os déficits, isso significa que os países com superávit têm de diminuir seus superávits. Esse é o equilíbrio. Se você reduz seu déficit, eu tenho de reduzir meu superávit.

Como vê a situação do Brasil?

Eu sempre me preocupo com o Brasil quando ajustes ocorrem. Nos anos 50, 60 e 70, o Brasil lutou com grande dificuldade para superar sua dependência de commodities e desenvolver uma base manufatureira. A razão pela qual o Brasil fez isso era que a dependência de commodities se mostrou um péssimo negócio. Durante os anos de prosperidade, você tem grande crescimento. Mas, durante as contrações, você tem um colapso. Infelizmente, a enorme alta no preço das commodities nos últimos 10 anos levou muita gente a dizer: sabe de uma coisa, as commodities são um ótimo negócio. Mas o boom nunca dura para sempre. Em algum momento, acaba. Temo que o Brasil tenha de aprender por que o País lutou tanto no passado para se afastar da exportação de commodities. Quando o boom acaba, o ajuste é muito dolorido para os exportadores.

Que lições o mundo pode tirar de crises anteriores?

Coordenação global no estímulo fiscal. É necessária a clareza de que há problemas de excesso de consumo e de excesso de produção. O excesso de consumo está sendo atacado agora. Isso significa que o excesso de produção ainda precisa ser resolvido. Uma vez que o excesso de demanda se ajuste, o excesso de produção também se ajusta, e nós ainda não vimos esse ajuste chegar ao fim.