sexta-feira, 30 de abril de 2010

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Jornal da CBN 2ª Edição

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CRA: Entrevista

A Revista AdministrAção – edição nº 84 (março/abril 2010) - ouviu o Adm. Prof. Carlos Roberto Fernandes de Araujo para saber como anda o ensino de Administração no Brasil.

Revista AdministrAção - Como o senhor analisa a atual situação do ensino de administração no Brasil?

Adm. Prof. Carlos Roberto - A consolidação da opção dos jovens universitários brasileiros pela Administração como carreira profissional, talvez seja um dos maiores indicadores de que o Brasil caminha numa trilha sem volta de progresso longo e duradouro. Médicos, engenheiros, advogados são importantes, mas administradores são fundamentais! Parafraseando o saudoso Peter Drucker que dizia que o mundo passou a ser dividido em nações que sabem administrar para criar riqueza e nações que não o sabem, eu digo que o Brasil é hoje uma nação que aprende a ser mais rica a cada administrador e outros profissionais de gestão que estão sendo formados, com competência nos bons cursos deste país. Além disso, segundo pesquisa do professor Nery da FGV, os profissionais de administração, pós-graduados, estão entre os mais bem remunerados do país, considerando todas as profissões. Percebemos que o ensino de Administração é hoje amplamente reconhecido, no Brasil e no mundo, como um fator decisivo para o desenvolvimento da própria sociedade, haja vista a grande demanda em todos os setores por gente gabaritada para administrar negócios. Isso também explica o fato de o curso de Administração ser o mais procurado em todo o Brasil, reunindo aproximadamente 15% dos estudantes universitários, alem de ser o curso presente no maior numero de municípios brasileiros o que colabora para o fortalecimento dos processos de gestão em todo o território nacional.

Revista AdministrAção - Quais são os pontos fortes e o que pode melhorar no ensino de administração?

Adm. Prof. Carlos Roberto - Desde 2005 com a aprovação das Diretrizes Curriculares pelo Conselho Nacional de Educação os cursos de Administração puderam, em função das peculiaridades regionais de cada um, conferir uma identidade aproximando-se mais das necessidades do mercado de trabalho. Isso permitiu um diálogo permanente entre escolas, alunos e empresas, gerando maior atração pelos egressos dos cursos de Administração, e essa atualização permanente dos currículos tem sido fundamental para que a parceria entre Instituições de Ensino Superior e Empresas seja cada vez mais sintonizada, afinal os alunos de Administração devem receber conhecimentos – que se traduzirão em competências, habilidades e atitudes - que sejam também de interesse do mercado de trabalho, ou seja, das empresas que gerarão os empregos para os mesmos. Observando atentamente as exigências das organizações públicas e privadas quanto ao perfil do profissional desejado, percebe-se a necessidade crescente de incorporação, na formação dos gestores, consultores e executivos, de elementos que ultrapassem a simples qualificação técnica, tais como inovação, criatividade, habilidades interpessoais, capacidade crítica e proatividade. Qualquer indivíduo, em seu próprio ritmo e capacidade está apto a assimilar as mais diferenciadas técnicas de gestão, entretanto é exigido dos profissionais de administração uma permanente reinvenção do seu “fazer profissional” precisamos ser inovadores cotidianamente e os formuladores das matrizes curriculares dos Cursos de Administração e dos Superiores de Tecnologia em Gestão nas suas mais diferentes modalidades, ou seja os Colegiados de Curso e os Núcleos Docentes Estruturantes precisam manter firme atenção a estes elementos. Igualmente, devem ser utilizadas todas as tecnologias disponíveis e de uso corrente na gestão.

Revista AdministrAção - O que há de novo no ensino de administração?

Adm. Prof. Carlos Roberto - A novidade é a disseminação do ensino a distancia (EaD) que tem ganhado força na medida em que parcela da população não tem tempo ou acesso aos centros universitários por dificuldade de deslocamento, ou por indisponibilidade de recursos. Os pólos de EaD vêm se multiplicando, com o devido acompanhamento do MEC que deve garantir os padrões de qualidade para a entrega desse serviço, e tem garantido o acesso de milhares de brasileiros ao ensino de várias áreas, principalmente da Ciência da Administração. Ainda é preciso, entretanto, uma grande evolução na adoção das tecnologias de informação e comunicação (TIC) nos processos de ensino em conformidade com os seus usos na empresa e na vida cotidiana, especialmente no que diz respeito à formação de redes sociais de produção coletiva de conhecimento. Atualmente a pesquisa e desenvolvimento de produtos nas empresas, é feita em redes de cooperação que interligam pessoas de competências várias em instituições distantes milhares de quilômetros umas das outras. Nossos alunos precisam aprender a produzir desta forma. Os centros de formação ainda buscam uma resposta adequada e eficaz para este problema, A meu ver, para resolução disso, seguramente, a EaD pode oferecer alternativas e metodologias, mas há uma longa trilha a percorrer e muitas coisas a serem desenvolvidas. Vejamos por exemplo as duas principais ferramentas de relacionamento na internet, o Orkut e os Mensageiros Instantâneos, há empresas que as usam e há aquelas que as proíbem, mas certamente, a grande maioria dos jovens que estão ingressando nas universidades e nas empresas hoje possui seus “nick's” e “id's” e seguramente quando eles querem resolver algum problema rapidamente, recorrem com eficácia às suas redes de relacionamento. Vejamos o caso, por exemplo, do Linkedin e outras redes de profissionais. Diretores e executivos de empresas, consultores, e headhunters lá estão trocando informações e se relacionando, contratando e encontrando soluções. Estamos todos imersos num mundo de relações virtuais que afetam o mundo real. A universidade não pode ignorar este fenômeno, sob o risco de encontrar algo que a sucederá. Vejo com muita esperança o esforço de várias IES para enfrentar este desafio.

Revista AdministrAção - Quais as tendências do ensino de Administração?

Adm. Prof. Carlos Roberto - Parecem ser tendências: a internacionalização da formação superior, a ênfase cada vez maior no uso de métodos quantitativos na gestão e, paradoxalmente uma maior visão humanística, mas somente com o tempo saberemos de fato para onde caminha o futuro da formação dos Administradores. O certo é que somente quem oferecer uma formação de qualidade se manterá no mercado.

Revista AdministrAção - Quantos cursos de administração existem no Estado do Rio de Janeiro?

Adm. Prof. Carlos Roberto - Atualmente há 78 IES oferecendo o curso de Bacharelado em Administração em mais de 160 campi distribuídos no Estado do Rio de Janeiro, além de um número crescente de pólos de EaD.


Revista AdministrAção - Quais os cinco melhores?

Adm. Prof. Carlos Roberto - Não creio que possamos ou devamos estabelecer um ranking qualitativo. Ora se um curso, mesmo sendo pouco conhecido, obtém sucesso ao preparar Administradores para atuarem tanto na iniciativa privada, quanto no setor público, seja em pequenas, medias e grandes empresas, podemos afirmar que o objetivo desse curso foi plenamente atendido. Quero dizer que os cursos podem atuar por nichos ou serem massivos, sempre haverá espaço no mercado de trabalho para todos que tiverem qualidade.

Revista AdministrAção - Quais os benefícios, em termos educacionais, das IES terem administradores lecionando disciplinas específicas da área?

Adm. Prof. Carlos Roberto - Os mesmos benefícios que existem nas demais carreiras profissionais, ou seja, o exemplo, a experiência, o caso de sucesso que representa aquele professor postado em sala de aula perante os alunos. O professor é o principal referencial para os alunos durante o curso. As disciplinas típicas do Administrador devem ser lecionadas por professores habilitados técnica e legalmente para esse exercício profissional, ou seja, deve existir aderência que é muito bem avaliada pelo MEC no momento das visitas às IES. Assim como as coordenações de cursos de Administração devem ser providas com Administradores qualificados para essa função. Isso garante identidade e credibilidade aos cursos. O papel do coordenador como gestor do curso se amplia no atual momento, pois ele responde entre outras coisas, pela captação e fidelização dos alunos, bem como, pela seleção dos melhores docentes, pelos aspectos regulatórios, enfim por tudo o que envolve e garante a qualidade do curso.

Revista AdministrAção - Quantos administradores se formam anualmente, em média, no Rio de Janeiro?

Adm. Prof. Carlos Roberto - Aproximadamente 6.500 a cada ano, segundo informações disponíveis no MEC.

Revista AdministrAção - Como o CRA/RJ apoia os estudantes e os profissionais recém-formados?

Adm. Prof. Carlos Roberto - De várias formas. Através da concessão da CEAD (Carteira de Estudante de Administração) o que permite aos alunos de Administração um acompanhamento intenso do que ocorre na entidade que representa a categoria no Estado do RJ. Além disso, o CRA/RJ mantém uma programação de visitas às IES com palestras e stands nos principais eventos acadêmicos que são por elas realizados, com distribuição de informativos, revistas, brindes. Para o primeiro semestre deste ano a atual gestão está programando a retomada do SOA – Serviço de Orientação e Apoio ao Administrador que enseja, dentre os seus objetivos, preparar, por meio de programas sócio-psico-educacionais,os jovens profissionais para os desafios da profissão, conferindo a eles maior auto-estima, foco, atitudes desejadas pelas empresas, entre outros atributos, vale dizer, aumentando o seu nível de empregabilidade e de mobilidade profissional e social.

Revista AdministrAção - Qual o nível de empregabilidade dos administradores recém-formados no mercado do Rio de Janeiro?

Adm. Prof. Carlos Roberto - Pesquisas recentes demonstram que o nível de empregabilidade é significativo, não só pela elevada demanda de Administradores no setor privado, por parte de micros, pequenas, medias e grandes empresas de todos os setores da economia, mas também pela incidência de chamados por Administradores nos inúmeros concursos públicos por todo o Brasil. Percebemos uma grande mobilidade de Administradores, mesmo recém-formados, que a todo momento trocam seus atuais empregos ou trabalhos por posições cada vez melhores demonstrando assim a potencialidade de progresso profissional que possuem. Não resta dúvida de que a manutenção da empregabilidade tem relação direta com a educação continuada, a atualização permanente. As IES que conseguirem aproximar as suas propostas pedagógicas das reais exigências do mercado de trabalho, seja em cursos de extensão, graduação, tecnológicos ou pós-graudação, estarão contribuindo decisivamente para aumentar a empregabilidade de seus alunos.

Carlos Roberto Fernandes de Araujo
Vice-Presidente de Planejamento e Desenvolvimento Institucional do CRA/RJ.
Diretor do Centro de Gestão e Negócios da Estácio de Sá.
Administrador e Mestre em Administração Pública pela Ebape/FGV.

Um novo ciclo

Agência Estado

O aumento do juro básico da economia brasileira, a taxa Selic, anunciado nesta quarta-feira (28) pelo Banco Central é o início da terceira rodada de aperto monetário conduzido pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar da alta anunciada hoje, de 8,75% para 9,5% ao ano, o balanço do atual governo nos juros é positivo: a Selic acumulava queda de 16,25 pontos porcentuais nos sete anos e três meses do governo, de 25% para os 8,75% que vigoraram até hoje.

Quando Lula começou o governo em 1º de janeiro de 2003, a taxa Selic estava em 25% ao ano e o Brasil ainda sofria com a crise do ano anterior, quando as eleições causaram nervosismo e apreensão no mercado financeiro com o temor de mudança na política econômica. Após altas nas duas últimas reuniões do BC no governo anterior, Henrique Meirelles continuou o ciclo e subiu o juro nas duas primeiras reuniões do governo Lula. A postura foi importante para reconquistar a confiança do mercado, o que permitiu iniciar a primeira sequência de queda do juro poucos meses depois, em junho de 2003.

Em 2004, com a economia a todo vapor, os preços começaram a subir e o Comitê de Política Monetária (Copom) se viu obrigado a subir a taxa Selic naquele que seria o primeiro ciclo de aperto iniciado e encerrado na gestão Meirelles. Na ocasião, a taxa passou de 16% para 19,75% ao ano. Quatro meses depois de terminado o ciclo, o BC começou o mais longo período de redução da Selic da história no Brasil: foram 18 cortes seguidos em dois anos, entre os meses de setembro de 2005 e 2007. Ao todo, a taxa caiu 8,50 pontos porcentuais.

O segundo ciclo de alta do juro básico foi meses antes do estouro da crise de 2008. Em quatro reuniões, o BC aumentou a Selic em 2,50 pontos entre abril e setembro daquele ano para conter a velocidade da economia. Mas com a crise, a sequência foi interrompida e o juro passou a cair entre janeiro e julho de 2009 até atingir o patamar de 8,75% ao ano.

No jogo de forças entre aumentos e cortes da Selic no atual governo, a vantagem é da redução da taxa: já foram 32 reuniões com corte e 15 encontros com aumento desde o início de 2003.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Selic: Tudo o que precisa saber

O que é a Selic?
A taxa Selic é a média de juros que o governo brasileiro paga por empréstimos tomados dos bancos. Quando a Selic aumenta, os bancos preferem emprestar ao governo, porque paga bem. Já quando a Selic cai, os bancos são "empurrados" para emprestar dinheiro ao consumidor e conseguir um lucro maior. Assim, quanto maior a Selic, mais "caro" fica o crédito que os bancos oferecem aos consumidores, já que há menos dinheiro disponível.

Por que a Selic é importante para a política econômica?
O governo usa essa taxa como instrumento para controlar a inflação. Se a Selic é alta, há menos dinheiro circulando e menos procura por produtos e serviços à venda. Se a demanda é menor, os preços caem.

A Selic também ajuda a controlar a entrada de investimentos estrangeiros. Quem investe em títulos brasileiros ganha com os juros altos, o que faz entrar mais dinheiro no país. Quanto mais dólares entram no país, menor a cotação dessa moeda por aqui.

Por que tanta gente reclama dos juros altos?
Os juros altos diminuem o consumo, o que prejudica as vendas e as empresas. Se as empresas não crescem, há mais desemprego, e a economia encolhe. Além disso, o investimento estrangeiro que entra no país por causa dos juros altos é especulativo. Esse dinheiro pode sair daqui a qualquer momento; é diferente do capital que entra para construir uma fábrica ou melhorar uma empresa.

E para o consumidor, que diferença isso faz?
É a Selic que dá a medida das outras taxas de juros usadas no país: do cheque especial, do crediário, dos cartões de crédito, da poupança. É a partir dela que os bancos calculam quanto cobrarão de juros para conceder um empréstimo. Quanto menor a Selic, mais "barato" fica para o consumidor fazer um empréstimo ou comprar a prazo.

Mas essa relação não é direta. Quando o Banco Central reduz a Selic, essa queda demora a chegar ao consumidor. Isso acontece porque os bancos também cobram, em forma de juros, impostos (IOF), inadimplência, seus custos e seu lucro. Essa diferença entre o que o banco paga ao tomar um empréstimo e o que ele cobra ao conceder um empréstimo é o chamado "spread bancário".

Também dá para ganhar com a Selic alta?
Como a Selic também influencia os juros que os bancos pagam quando emprestam dinheiro de alguém, o consumidor também pode ganhar com isso. Em geral, quanto maior a Selic, maior o rendimento das aplicações de renda fixa, como poupança e CDBs.