sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Semana em Resumo

A semana oscilou com a decisão do senador Aloísio Mercadante de deixar a liderança do PT no Senado.

Na área entre política e economia, o presidente Lula desafiou a ex-secretária da Receita de provar o encontro com a Dilma, um comportamento institucional inadequado. Ela não mostrou a agenda, mas falou com firmeza e certa inabalável de que houve o encontro.

Foi uma semana também de saída da Marina Silva para o PT. Isso foi comemorado como um primeiro passo da candidatura, uma terceira via para as eleições de 2010. E, no mesmo dia, um papelão com o arquivamento das denuncias contra Sarney sem investigação.

Debate polêmico

Depois de a oposição enterrar a cobrança da CPMF, ressurge como uma fênix das cinzas com o nome de CSS (Contribuição Social para a Saúde).

Vale a pena acompanharmos os debates sobre o tema!

No entanto, hoje é sexta-feira, estou cansado e quero mais é ouvir uma boa música e aproveitar o último dia de férias, antes de voltar ao batente das aulas da graduação.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Que dia!


Lucia Hippolito

E eu que pensava que a data mais triste da história do PT tinha sido o dia 11 de agosto de 2005!

Para os que não se lembram mais, naquele dia o marqueteiro do presidente Lula, Duda Mendonça, declarou, simplesmente e com todas as letras, que o PT pagou parte da campanha eleitoral do presidente Lula, do senador Aloísio Mercadante, da candidata a governadora Benedita da Silva e do candidato a governador José Genoíno com dinheiro de caixa dois.

De contas no exterior para uma conta de Duda Mendonça, também no exterior.

Ao final do depoimento, deputados petistas choraram no plenário da Câmara, a senadora Ideli Salvati passou mal, o senador Aloísio Mercadante fazia ares patéticos, senadores e deputados petistas na CPI dos Correios ficaram completamente atarantados diante da bomba que Duda Mendonça jogou no PT e no governo do presidente Lula.

De lá para cá, nunca mais o partido foi o mesmo.

Um grupo, liderado pela então senadora Heloísa Helena, saiu do PT para fundar o PSOL. Militantes e eleitores, desencantados, procuraram outras paragens.

O PT não desapareceu, apenas mudou de personalidade. Perdeu quase todo o seu patrimônio ético, dilapidou seu capital. Tornou-se um partido inteiramente dependente da imensa popularidade do presidente Lula.

Tornou-se refém do PMDB.

Os antigos dirigentes do PT hoje são réus no Supremo Tribunal Federal, acusados de pertencer – e alguns, de liderar – uma “sofisticada organização criminosa”.

Quanto ao presidente Lula, descolou-se do partido e decolou em carreira solo. Criou o lulismo, tornou-se aliado do que há de mais execrável na política brasileira e segue em frente, feliz da vida.

Deixa no PT um rastro de destruição.

Pois hoje o Partido dos Trabalhadores viveu mais um dia daqueles!

Mais uma vez o PT abandonou às traças o melhor de si mesmo.

Enquadrado pelo presidente Lula, o partido foi o principal responsável pelo salvamento de José Sarney, assim como tinha sido o principal responsável pelo salvamento do mandato de Renan Calheiros.

E no mesmo dia, perdeu a senadora Marina Silva, representante maior do que restava do patrimônio ético do partido.

Perdeu também o senador Flavio Arns, do Paraná, descontente com os rumos tomados pelo PT.

Finalmente, perdeu totalmente a compostura.

Que dia! Nem a oposição mais assanhada se animou a comemorar. Pois não há nada a festejar. Não se festeja uma tragédia.

Conselho de Ética

De maneira estranha, começou a votação no Conselho de Ética em relação as acusações contra o senador José Sarney (PMDB-AP).

Entre os membros do conselho, a votação ficou assim:

6 votos para a abertura do processo e 9 contra a abertura do processo do senador.

Votaram a favor do arquivamento das onze denúncias contra José Sarney os senadores João Pedro (PT-AM), Delcídio Amaral (PT-MS), Ideli Salvatti (PT-SC), Weelington Salgado (PMDB-MG), Almeida Lima (PMDB-SE), Gilvan Borges (PMDB-AP), Inácio Arruda (PCdoB-CE), Romeu Tuma (PTB-SP), Gim Argello (PTB-DF). Demóstenes Torres (DEM-GO), Marisa Serrano (PSDB-MS), Eliseu Resende (DEM-MG), Rosalba Ciarlini (DEM-RN), Jefferson Praia (PDT-AP) e Sérgio Guerra (PSDB-PE) votaram contra o engavetamento.

Resultado: Mantêm-se arquivadas as representações contra José Sarney.

Começa a votação para o próximo item: Votação das representações contra Arthur Virgílio (PSDB-AM).

Porém, antes da votação, ele, na bancada faz sua defesa.

A maior insegurança de Arthur Virgílio, é que a votação seja de 9 votos pela abertura de processo contra ele.

Neste momento, PMDB, PSDB e DEM, notoriamente, demonstram seu apoio ao parlamentar e dizem que, apesar das diferenças, manifestam a favor do arquivamento das representações.

Vai iniciar a votação.

Os senadores votam de forma unânime - 15 a 0 - pelo arquivamento da representação contra o tucano.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Foto do Dia


Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, em depoimento no Senado Federal, hoje.

Depoimento relevante

O depoimento da ex-secretária da Receita Fedral, Lina Vieira, hoje, 18, foi fantástico.

Categórica, continuou com o mesmo discurso que fora divulgado nos jornais impressos e no Jornal Nacional.

Afirma, com veemência, que houve o encontro com a ministra Dilma Rousseff, que durara dez minutos, que a chefe de gabinete, Dra Erenice Guerra, responsável pelo dossiê com gastos corporativos do ex-presidente Fernando Henrique e a ex-primaira-dama Dona Ruth Cardoso, foi a responsável por marcar o encontro.

Fatalmente, está compilado que a ministra deve estar metindo e que, claro, para não prejudicar a sua campanha eleitoral em 2010 e para não perder o apoio do PMDB, o pedido de "agilidade" no processo de Fernado Sarney, favoreceria seu pai, José Sarney.

Agora, seria interessante que as imagens fossem veiculadas e pronto. Tudo isso seria respondido com muita clareza. Afinal, a maior dúvida dos governista é: se houve ou não houve o encontro entre a ministra Dilma e a ex-secretária Lina Vieira.
"Dilma foi cirúrgica no seu pedido: de que era para agilizar o processo sobre o filho de José Sarney", afirma Lina. "Ou a senhora prevaricou ou não está falando a verdade", diz Mercadante, porque ela não comunicou ninguém sobre o encontro. O senador comete um ato falho e chama a ex-secretária de "Dona Dilma".
Mercadante pergunta sobre como Lina foi convidada para outras reuniões que ela teve com Dilma e outros membros do governo. "Eu fui acompanhada do ministro", responde a ex-secretária da Receita Federal.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) desdenha da entrevista que Lina concedeu e diz que já é tradição no Senado as coisas tomarem dimensões circenses. "Uma declaração como a senhora fez causa muito estardalhaço. Para que eu possa fazer parte desse jogo político-partidário, eu preciso fazer algumas perguntas", diz Ideli, que começa a ler em voz alta declarações da ex-secretária na entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Ou a senhora mentiu para a Folha, ou a senhora mentiu aqui. A senora disse que nao houve pressão". Renan Calheiros intervém e diz que Lina refez as declarações feitas ao jornal.
Romero Jucá diz que a investigação trabalha "para a Justiça". "Não há ingerência. Nem a Receita Federal poderia mudar o rumo das investigações". Questionada se a ministra Dilma pediu para agilizar algum processo específico, Lina responde a Jucá que "era sobre o processo de Fernando Sarney". "Acho que o que houve foi um grande mal entendido. Para mim, esse assunto morre hoje", diz Jucá.
A base governista quer politizar as declarações da ex-secretária da Receita Federal.
Lina disse há pouco que o Palácio do Planalto deve ter registro da passagem dela por lá para a reunião com a ministra Dilma Rousseff.

"Achei incabível o pedido da ministra", acrescentou Lina.

A Justiça também pediu que a Receita Federal agilizasse as investigações sobre os negócios suspeitos do filho do senador Sarney. Considerou que o processo estava muito moroso, segundo Lina.

Questionada sobre as mudanças tributárias na Petrobrás, a ex-secretária diz que o CAE não é o lugar para falar sobre o assunto, que tramita em uma CPI própria.
"Eu não me lembro do dia do encontro".
A ex-secretária da Receita Federal repetiu até agora na Comissão de Constituição e Justiça do Senado tudo que disse antes em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo e ao Jornal Nacional: que foi convidada pela ministra Dilma Rousseff para uma reunião no gabinete dela no Palácio do Planalto no fim do ano passado. E que ouviu dela o pedido para que agilizasse as investigações em torno dos negócios suspeitos do empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP).

Lina topa ser acareada com Dilma. Foi o que ela disse.
"Confirmo, sim, o encontro."

"Eu estive, sim, com a ministra Dilma, em menos de dez minutos, no quarto andar do Palácio do Planalto, sem saber o que havia de ser tratado."
Segundo ela, afirmando categoricamnete, que o encontro houve, sim, com a ministra Dilma Rousseff.

E que o pedido para agilizar as investigações em torno da Petrobras, foram feitos pela própria ministra, através do encontro "arranjado" pela sua secretária de gabinete, Dra Erenice Guerra.

"Tudo o que falei, repito em qualquer outra instância."
A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira começou seu depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, nesta terça-feira (18), falando de seu currículo profissional. Lina também afirmou que estava na comissão para falar da suposta reunião secreta com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Estou aqui como cidadã para prestar esclarecimentos sobre os fatos publicados pela imprensa que denunciam a possível interferência da ministra da Casa Civil em assuntos da Receita Federal", disse Lina.
Agora, ela relata sobre suas atividades enquanto esteve na Secretaria da Fazenda.

No Senado

Lina Vieira, ex-secretária da Fazenda, começa suas declarações na Comissão de Constituição e Justiça, lendo seu curriculum.

Lina Vieira vai ao Senado

O presidente Lula desafiou Lina Vieira a mostrar a agenda, falou em mexerico, disse que se faz carnaval sem samba, que há assuntos importantes a tratar.

Esse é um assunto importante.

Saber se alguém mente no serviço público é importante porque ou uma secretária da Receita mente ou uma ministra mente.

Isso é importante, é relevante.

Se houve o encontro, foi fora de agenda e deixado de lado para o superior da secretária da Receita, que é o ministro da Fazenda. Se não houve o encontro, a então secretária inventou tudo e como é funcionária de carreira, fica sujeita a um enquadramento administrativo, além de arcar com reparação por danos morais.

Mentir é grave.

O senador Pedro Simon, que é do PMDB, ao se referir ao desafio que o presidente Lula fez à ex-secretária, lembrou que se a ministra fez o pedido sobre Sarney, não foi por conta dela, mas a mando do presidente.

Enfim, são especulações e dúvidas que podem começar a ser esclarecidas no depoimento de hoje no Senado. Tem tudo para ser um dos momentos que atraem atenção para aquela Casa tumultuada. Atenção porque as pessoas podem ter raiva ou admiração; podem vaiar ou aplaudir. Só não podem deixar de prestar atenção.

É a pior reação. A reação de alienar-se é estorvo para melhorar o país.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Record X Globo

Uol.com.br

Em programa de quase uma hora exibido na noite deste domingo, a Rede Record aumentou o tons das críticas contra a Rede Globo, vinculando a emissora da família Marinho à ditadura militar no país.

Sem intervalos comerciais, o programa "Repórter Record" exibiu a denúncia de que a Globo estaria tratando como terreno particular uma praça pública em São Paulo, além de acusar a emissora de falsificar documentos.

O programa retransmitiu entrevistas com políticos a respeito do "monopólio" da emissora, alegando que essa prática seria "prejudicial à democracia".

Ainda nessa linha, utilizou trechos de um documentário britânico, "Muito Além do Cidadão Kane", para acusar a Globo de ter sido conivente com as autoridades da ditadura militar brasileira.

Pedofilia e islamismo
Depois das críticas dirigidas à Globo, o Repórter Record mostrou uma entrevista exclusiva com o bispo Edir Macedo, que está no centro das acusações dirigidas contra a quadrilha.

Na entrevista, feita nos Estados Unidos, Macedo afirma que as acusações contra ele não são novas, e que as recebe com "alegria -- por causa da fé"

O bispo afirmou que "claro que há bispos ruins na igreja", mas disse que eles são expulsos da organização quando se descobrem irregularidades. Macedo citou como exemplo um suposto caso de pedofilia nos Estados Unidos: "A igreja colaborou com a polícia nesse caso".

Quando perguntado pela repórter qual sua ambição, ele disse que pretende "colocar a Record lá no topo".

"E com a igreja?", continuou ela. "Pretendo chegar aos países muçulmanos", respondeu Edir Macedo. "Eu sei que é uma guerra danada lá, mas é nossa ambição".

"Diploma de dizimista" de Edson Luiz de Melo. Sua mãe conta que por causa da igreja o filho teve que ser internado

"Fantástico" atira de volta

A edição do programa "Fantástico" da noite deste domingo também deu prosseguimento à troca de acusações. Em reportagem mais curta que o concorrente, mostrou casos de fiéis que teriam sido coagidos a doar mais dinheiro do que poderiam.

Uma das entrevistadas dizia que após ter doado cerca de R$ 100 mil à Igreja Universal, não tinha mais dinheiro para comer e almoçava as amostras grátis distribuídas nos supermercados.

O "Fantástico" também citou o caso de Edson Luiz de Melo, ex-zelador, de 45 anos de idade, portador de um "diploma de dizimista" (veja imagem ao lado). Dulce Conceição de Melo, de 65 anos, mãe de Edson, entrou com a ação na Justiça contra a Igreja Universal do Reino de Deus por prejuízo de R$ 55 mil.

O mesmo programa mostrou uma mansão em Campos do Jordão que seria propriedade de Edir Macedo e que "virou ponto turístico" na cidade.

Guerra das TVs

A troca de acusações entre Globo e Record dominou o telejornal das duas emissoras na última semana, em uma escalada de acusações desencadeada pela abertura do processo no Ministério Público sobre lavagem de dinheiro e formação de quadrilha por parte dos líderes da Igreja Universal.

Na terça-feira, o "Jornal Nacional" veiculou reportagem de dez minutos sobre as acusações, ao lado de imagens de 1995 do bispo Edir Macedo ensinando pastores a convencer fiéis a doar dinheiro.

A resposta veio na noite seguinte. O "Jornal da Record", durante 14 minutos, fez ataques à Globo e mostrou obras de caridade mantidas pela Universal. Para a Record, a cobertura da concorrente é um "ataque direto e desesperado" de quem tem medo de perder "o monopólio dos meios de comunicação no Brasil". O texto afirmava "não ser novidade que a família Marinho usa a televisão para seu jogo de interesses" e que "o poder da família Marinho teve origem na ditadura militar".

Ao mesmo tempo, a reportagem da Globo (9,5 minutos) detalhava as acusações do Ministério Público contra a Universal e destacava que "a Promotoria concluiu que empresas de comunicação estão entre os que receberam ilegalmente" dinheiro de fiéis. Mostrava imagens de um templo para ilustrar a acusação de que "a religião é apenas um pretexto para a arrecadação de dinheiro".

Na quinta-feira, a Record ampliou a cobertura e, em 22 minutos, disse que, com os "ataques" da Globo, "a fé de todos esses fiéis foi ridicularizada". Insistiu ainda no foco no lado empresarial da Globo. "A ligação com o submundo dos golpes financeiros está presente na Globo desde o seu nascimento."

O "JN" do mesmo dia diminuiu o tempo destinado ao tema, para 6,5 minutos. Sempre citando o Ministério Público ou jornais, reforçou que "o dinheiro doado pelos fiéis para a caridade" acabou "usado em benefício do grupo de Edir Macedo".

A Globo fez nova reportagem na sexta-feira, de seis minutos e 15 segundos. Reproduziu reportagens de jornais e foi atrás do destino de R$ 10 milhões apreendidos com um líder da Universal em 2005. Informou que a igreja já fez seis recursos para reaver o dinheiro, mas não conseguiu convencer a Justiça.