sábado, 5 de março de 2011

Economia: A Semana em Resumo

Do G1.com

A semana pré-carnaval foi marcada por uma “enxurrada” de eventos econômicos importantes: o governo anunciou cortes de R$ 50 bilhões no orçamento público, o Banco Central elevou a taxa básica de juros da economia, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5% e a inflação oficial aumentou, mas em ritmo menor. Um olhar atento aos números pode perceber fatores e tendências importantes para entender a economia brasileira.

SEGUNDA-FEIRA, 28

Relatório Focus - Os analistas e consultores que escrevem semanalmente o relatório de mercado divulgado pelo Banco Central estimaram que a economia vai desacelerar em 2011: crescerá 4,5%, menos que os 7,5% registrados em 2010.

Veem ainda que a inflação terminará este ano em um patamar maior do que o desejado pelo governo: 5,8%, acima do centro da meta de inflação do BC, que é de 4,5% com dois pontos de tolerância para mais ou para menos.

Corte de gastos do governo
Para evitar o descontrole da inflação e evitar que a economia demande mais bens e serviços do que é capaz de consumir, o governo anunciou corte total de R$ 50 bilhões no orçamento federal deste ano, para colocar um "pé no freio" da economia.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que não busca "derrubar" a economia brasileira, mas sim possibilitar um crescimento sustentado do Produto Interno Bruto (PIB).

TERÇA-FEIRA, 1


Balança comercial - Embora tenha crescido 208% em fevereiro na comparação com um ano antes, o saldo da balança comercial brasileira está em trajetória de queda: "inundado" pelas importações, fechou 2010 no menor patamar em oito anos. A previsão do mercado financeiro é de que o saldo comercial positivo recue novamente, agora para US$ 13 bilhões neste ano, o que, se confirmado, será o pior resultado desde 2001

QUARTA-FEIRA, 2

Índice de Preços ao Consumidor da Fipe - Na capital paulista, o forte ritmo de alta que atingia os preços relativos a despesas com transporte e educação desde o começo do mês começa a desacelerar nas últimas semanas. Já o custo dos alimentos, que atingiram altas expressivas no final do ano passado e exerceram a principal contribuição para a aceleração dos índices que medem as variações dos preços, já registra deflação.

Produção da indústria - Um dos setores mais abatidos pela crise financeira, a indústria tem apresentado uma série de resultados fracos nos últimos meses: alta de 0,2% em janeiro, e quedas de 0,8% e 0,1% em dezembro e novembro, respectivamente.

O setor sofre com o dólar fraco, a concorrência chinesa e a avalanche de importados manufaturados no Brasil - principalmente segmentos que fabricam produtos de alto teor tecnológico.

Elevação dos juros do Copom - De olho na economia muito aquecida e na inflação acima da meta, o BC elevou os juros em 0,5 ponto percentual. O receio é de que a economia cresça mais do que a capacidade do país de atender tanta demanda por bens e serviços.

A expectativa do mercado financeiro é de novos aumentos nos juros ainda em 2011. A previsão é de que a taxa termine 2011 em 12,50% ao ano.

QUINTA-FEIRA, 3

Produto Interno Bruto (PIB) - O crescimento de 7,5% da economia brasileira em 2010, o maior desde 1986, mostrou como o Brasil é forte na produção e exportação de matérias-primas, como soja, minério de ferro e petróleo, e tem um mercado interno vigoroso, retratado na alta de 7% do consumo das famílias, que demandam cada vez mais produtos.

Por outro lado, o 'pibão' reflete a base de comparação fraca: em 2009, o país havia amargado retração de 0,6%. Os investimentos, responsáveis por aumentar a capacidade de produção da economia, fecharam 2010 representando 18,4% do PIB, superior à taxa referente ao ano anterior (16,9%), mas ainda inferior ao nível pré-crise: em 2008, a taxa de investimento era de 19,1%.

SEXTA-FEIRA, 4

IPCA - A inflação oficial, usada pelo governo para balizar as metas, já mostra tendência de desaceleração após o período de altas do transporte e da educação em janeiro. A inflação de alimentos e bebidas já desacelera, em linha com as medidas do governo para evitar que o aumento dos preços seja uma ameaça real à estabilidade da economia.