sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

A Dívida Externa morreu!!

Lembra da dívida externa brasileira? Pois é, acabou, morreu.

O aviso fúnebre - neste caso um alegre comunicado - saiu no site do Banco Central (www.bcb.gov.br).

Revela que no último mês de janeiro, o Brasil tornou-se credor externo, “fato inédito em nossa história”. Mais exatamente, o Brasil é credor em US$ 4 bilhões.

Chega-se a esse resultado assim: toma-se a Dívida Externa Total (pública e privada, DET) e se subtrai dela o “ativo” do país no exterior, que são basicamente as reservas internacionais do BC.

Chega-se, assim, à Dívida Externa Total Líquida (DETL).

Em 2003, essa DETL era de US$ 165 bilhões - era isso que o governo e as empresas privadas deviam liquidamente no exterior.

Em janeiro último, informa o BC, essa DELT deve ter chegado a “menos US$ 4 bilhões”, ou seja, não é mais Dívida, mas um crédito externo líquido de US$ 4 bilhões.

Resumindo, se você deve 190 e tem caixa de 194, você não deve nada. Sendo que a dívida externa brasileira é de médio e longo prazo. E as reservas são caixa, dinheiro no bolso.

É por isso que o Brasil tem passado bem pela crise internacional. Há uma crise de crédito e o Brasil não precisa de crédito.

Como chegamos a isso?

Estabilidade macroeconômica longamente construída;

Avanços no mercado financeiro, atraindo investidores externos para negócios, bolsa e títulos de renda fixa do governo;

Fantástico cenário internacional, com crescimento real (e, pois, aumento do comércio externo) e liquidez (dinheiro sobrando para investimentos nos países emergentes);

Ótimo desempenho das exportações;

Em resumo, ortodoxia econômica, empresas preparadas para exportar e a sorte de um extraordinário ambiente internacional no período 2003/07.

O mundo, agora, está desacelerando, mas o Brasil já construiu bons fundamentos. Aproveitou.

Se a gente tivesse um governo menor, com menos gastos e menos arrecadação de impostos, e um ambiente mais favorável ao investimento privado, o país estaria crescendo mais que a China.

Nisso, o país ainda está perdendo o bom momento para fazer as reformas tributária e fiscal.

PS: O documento do BC chama-se: Focus-BC - Indicadores de Sustentabilidade Externa do Brasil - Evolução Recente.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Petróleo em alta

A gasolina e o diesel não sobe aqui no Brasil desde 2005, mas o óleo combustível que é vendido para as empresas aqui no Brasil já está 80% mais caro desde 2006.

Isso é um reflexo do aumento do preço do petróleo, embora a Petrobras diga que não vai subir os preços até que o petróleo se estabilize.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O Globo - Míriam Leitão

O futuro de Cuba começou. Sem o carisma e a mítica de Fidel Castro, Raul, que deve ser eleito sexta-feira, não terá o mesmo controle do país. As TVs passam novelas brasileiras e séries americanas. O desafio será a independência. Cuba já foi colônia espanhola, cassino dos Estados Unidos, ilha soviética. O sonho dos EUA sempre foi transformá-la no 51 estado americano. Outro desafio: manter as conquistas sociais.

As mudanças já são visíveis. Ônibus mais modernos e carros novos circulam pelas ruas de Havana. Grande parte vinda da China, segundo maior parceiro comercial de Cuba. O primeiro é a Venezuela. Dois milhões de turistas passeiam por lá a cada ano e são grande fonte de renda. O país tem crescido de 8% a 10% ao ano.

Este momento é duplamente desafiador para a pequena ilha do Caribe próxima a Miami. De um lado, a ilha pode ver o fim da ignomínia de ser o local dos desterrados americanos. A Base de Guantánamo é uma excrescência em si, mas é pior pelo que virou: um local onde o governo americano — confessadamente — não respeita suas próprias leis. De outro, é o lugar onde um ditador da extração romântica dos anos 50/60 envelheceu no poder perdendo qualquer ternura.
O poder sem fim e sem limites transforma qualquer idealista num ditador como outro qualquer.

Os Estados Unidos pensam em fechar Guantánamo. É o que têm dito os três candidatos. Quando esteve no Brasil, Tom Shannon, vice-secretário de Estado dos EUA, admitiu, numa entrevista para mim, que até o governo George Bush pensa no assunto. Alegou que a proposta não avança porque, na opinião dele, não há um governo com o qual se possa ter interlocução em Cuba.

Cuba tem sido um país confinado. Não faz parte da OEA, não é membro do Banco Mundial, do FMI, nem do BID. Maluquices herdadas do tempo da guerra fria e impostas pelos Estados Unidos. Leis como a Helms-Burton impedem até a venda de matérias-primas para terceiros países se o produto final for enviado para Cuba.

Começa a se romper esse absurdo bloqueio. Empresários canadenses e espanhóis estão investindo no país. O Brasil estabeleceu acordos para que a Petrobras faça prospecção de petróleo. Os dois países desenvolveram juntos uma vacina antimeningite, mais barata que a usual. Cuba quer ajuda brasileira para aumentar a produção de alimentos por lá. Eles gastam US$ 1 bilhão importando comida.

Raúl Castro já negociou a dívida que tinha com agricultores, já disse que vai assinar o pacto de direitos humanos da ONU, e afirmou, no seu último discurso, que quer ouvir as reivindicações da sociedade. Ouvirá pedidos de melhores salários e do fim da moeda dupla na economia.

Ontem, o presidente George Bush disse que esperava ver, enfim, eleições “livres e justas” em Cuba e repetiu: “livres e justas.” As eleições cubanas não são nem uma coisa nem outra, mas Bush só pode falar no assunto quando pedir o mesmo à Arábia Saudita, onde mulher não pode votar nem ser votada.

O regime cubano conseguiu conquistas impressionantes. Há muitos anos, o país pobre está entre os de maior desenvolvimento humano da ONU, nível ao qual o Brasil só chegou agora. O Brasil é o último desta parte do ranking, com a classificação número 70. Cuba está vinte pontos à nossa frente e só não está melhor porque a renda per capita é baixa. A expectativa de vida é de 77,7 anos, a mesma da Dinamarca (77,9 anos). Não tem analfabetismo — ou melhor, ele é residual, de apenas 0,2%.

No Brasil a taxa é de 11,4%, e o problema não acabou nem entre jovens. No indicador de mortalidade na infância, que mede crianças falecidas até cinco anos por cada 1.000 nascidas vivas, eles tinham 54 em 1960, e agora têm a menor taxa da América Latina: de 6.

Cuba, antes de Fidel Castro, era um protetorado dos americanos, que fizeram da ilha um local de jogos. A Cuba de Fidel entrou logo na órbita soviética e lá ficou sendo financiada pela Rússia. Uma das formas de sustentá-la foi comprar o açúcar cubano a qualquer preço. A queda soviética detonou um processo de decadência e recessão na ilha do qual ela saiu nos últimos anos.

O bote salva-vidas foi enviado por Hugo Chávez e, de novo, foi através de um preço artificial e por motivos políticos. O governo venezuelano passou a vender para Cuba, a preços substancialmente abaixo do mercado, 90 mil barris de petróleo por dia. Como Cuba produz 80 mil barris e consome 120 mil barris, fica com um excedente que exporta a preço de mercado com grande lucro.

Empresas estão chegando à ilha, turistas deixam lá seus dólares, joint ventures começam a operar, projetos de produção de biocombustível estão em andamento. Cuba voltou a crescer.

O novo momento não será de uma hora para outra. O regime já começou a se modernizar. Vai continuar. Inevitável. Depois de ser colônia da Espanha, protetorado americano, satélite soviético e protegido de Chávez, Cuba pode agora tentar uma vida independente. O desafio será evitar o desembarque americano. Se falhou o desembarque militar na Baía dos Porcos, nos anos 60, pode ser mais forte agora a conquista pelo capital. Cuba tem que manter suas virtudes e conquistas e procurar o caminho da democracia.

Quem sabe agora ela poderá ser deixada livre para escolher seu caminho, livre de todas as influências e pressões que sempre recaíram sobre essa ilha; ela também um mito; mito da geopolítica mundial.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Renúncia, já era hora

O ditador Fidel Castro, 81, anunciou nesta terça-feira a renúncia à Presidência Cuba e à chefia do Partido Comunista após 49 anos na liderança da ilha.

Fidel já havia transferido seus poderes ao irmão Raúl Castro, 76, em julho de 2006, quando se afastou do comando da ilha por motivo de doença.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Atividades de Campo - Univ. Estácio de Sá

Regulamento de Atividades de Campo dos Cursos de Graduação e
Graduação Tecnológica


CAPÍTULO I

Art.1º O campo se destina a realização de um conjunto de atividades que fortalecem o conhecimento da disciplina e visam a observação e reflexão sobre a aplicação dos conhecimentos estudados nos diferentes contextos da realidade.

§ 1º - As atividades de campo se constituem como componente curricular obrigatório para os cursos de graduação e dos cursos superiores de tecnologia.

§ 2º - As atividades de campo vinculadas às disciplinas serão desenvolvidas no decorrer das mesmas, conforme definido no Projeto Pedagógico do curso, sendo componente curricular obrigatório para integralização da carga horária do Curso.

§ 3º - As atividades de campo deverão ser desenvolvidas em diferentes contextos de atuação da futura prática profissional do egresso, sem que se confundam com estágio curricular supervisionado e com as atividades acadêmicas complementares.

CAPÍTULO II

DAS ATRIBUIÇÕES

SEÇÃO I

DA COORDENAÇÃO DO CURSO OU DA DISCIPLINA

Art.2º Coordenar o processo de planejamento, execução e acompanhamento relativo às atividades de campo inerentes às disciplinas do Curso, estabelecendo diretrizes, metodologias e orientações gerais.

SEÇÃO II

DO PROFESSOR DA DISCIPLINA


Art.3º Elaborar o plano de atividades de campo.

Art.4º Registrar no diário de classe as atividades de campo propostas bem como o cumprimento ou não da mesma.

SEÇÃO III

DO ALUNO

Art.5º Cumprir, obrigatoriamente, todas as atividades de campo inerentes à disciplina.

Art. 6º Apresentar os resultados das atividades (relatórios, registros, protótipos, entrevistas, mapeamento, etc), atendendo às estratégias solicitadas pelo professor.


CAPÍTULO III

DA AVALIAÇÃO

Art.7º A avaliação das atividades de campo deverá estar vinculada às AV1e AV2 , consolidada em uma única nota para cada AV.

§ 1º- A AV3 constituir-se-á como avaliação global dos conhecimentos e habilidades adquiridos pelo aluno na disciplina,numa escala de 0(zero) a 10(dez).

§ 2º- As avaliações das atividades de campo serão computadas nas AV1, AV2 na seguinte proporção:

até 8 pontos - atribuídos a prova escrita ou prática;
até 2 pontos - atribuídos às atividades de campo.


CAPÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art.8º Os casos omissos neste Regulamento serão tratados pelo Coordenador do Curso.

Dinheiro público não tem dono

Comentário da Lucia Hippolito à CBN

Pode ser que a CPI dos cartões corporativos nem saia do lugar.

Pode ser que a CPI dos cartões corporativos termine num acordão entre petistas e tucanos, para poupar o presidente Lula e seus familiares, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seus familiares.

Ah, sim, e para poupar o governador José Serra, cujo governo também está enrolado com essa história de cartões corporativos.

Mas também pode ser que a CPI dos cartões corporativos chegue a conclusões importantes.

O fato é que, neste momento, os acontecimentos já assumiram uma dinâmica própria.

As investigações desembestaram e não vão parar nos cartões.

No rastro do escândalo dos cartões corporativos, já estão sendo investigados: as diárias recebidas por servidores públicos federais e estaduais, que não precisam prestar contas dos gastos.

Ao contrário do que acontece em empresas privadas.

O luxuoso apartamento do senhor reitor da Universidade de Brasília, com suas lixeiras moderníssimas e caríssimas.

O luxuoso automóvel comprado para uso do senhor reitor da Universidade de Brasília.

O mau uso das fundações que funcionam junto às universidades federais, usadas para contratar pessoal sem concurso, contratar serviços sem licitação, realizar despesas com luxo e desperdício.

Tudo isto aponta para uma única direção: o descaso com o dinheiro público, a negligência com o dinheiro dos impostos pagos pelos cidadãos brasileiros.

Outro dia mesmo, um homem apanhado em falcatruas, dizia, em telefonema gravado pela Polícia Federal, que determinada quantia “é dinheiro público, não tem dono...”Isso mesmo.

A sociedade brasileira, vergada sob o peso de uma carga tributária escorchante, não tem hospitais decentes, não tem saneamento básico suficiente, não tem escolas de boa qualidade, não tem habitação, não tem estradas nem transporte público decentes.

Mas o dinheiro público é desperdiçado em todos os pontos do território nacional, por servidores de todos os escalões, que não se sentem obrigados a prestar contas.

Afinal, “é dinheiro público, não tem dono...”

Em 2007, o Brasil foi apresentado à farra, à desordem do Senado Federal, aos escândalos protagonizados pelo senador Renan Calheiros e por vários de seus pares.

O Legislativo esteve na berlinda o ano todo: aumento de salário para deputados e senadores, absolvição vergonhosa do senador Renan Calheiros, mensaleiros confessos sendo reeleitos, a sanha fisiológica da base aliada, a desorganização da oposição.

Pelo visto, este ano de 2008 será dedicado ao Poder Executivo, tanto federal, quanto estadual e mesmo municipal – as eleições para prefeito vêm aí.

O descaso com o dinheiro público não conhece diferenças entre unidades da federação, nem entre partidos ou ideologias.

Esta doença dá em governos do PT, do PSDB, do PMDB.

Não é de surpreender que tanta gente queira um carguinho no governo.

Qualquer cargo. Qualquer governo.

Eleições Paulistas

Deu na Folha 17/02/2008

Sabemos que São Paulo será apenas um grande balão de ensaio para as eleições de 2010.

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e a ministra Marta Suplicy (PT) lideram hoje a corrida pela Prefeitura de São Paulo, revela a primeira pesquisa Datafolha do ano, publicada na Folha, deste domingo (17).

De acordo com a pesquisa, os dois estão tecnicamente empatados: Alckmin aparece com 29% das intenções de voto, contra 25% de Marta.

Na pesquisa anterior, realizada em novembro, Alckmin tinha 26% das intenções de voto, contra 24% de Marta.

Num eventual segundo turno entre Alckmin e Marta, o tucano venceria a eleição com 52% das intenções de voto, contra 40% da petista.

Esse resultado mostra uma oscilação de um ponto em relação à pesquisa anterior, realizada em novembro.

Naquele levantamento, Alckmin aparecia com 53% das intenções de voto contra 39% de Marta num eventual segundo turno.

A pesquisa Datafolha entrevistou 1.092 pessoas no dia 14.

A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.