quinta-feira, 1 de maio de 2008

INVESTMENT GRADE

A concessão do investment grade (grau de investimento) ao Brasil traduz-se na possibilidade concreta de entrada de investimentos estrangeiros no setor produtivo.

(Investment grade significa que o Brasil passa a ser visto como um bom pagador, país que respeita contratos, mantém regras estáveis para investimentos. Isto é vital para certos fundos de pensão americanos e canadenses, por exemplo, que são bastante conservadores porque lidam com aposentadorias e pensões de professores, servidores públicos, militares, viúvas etc. e estão proibidos, por seus regimentos internos, de investir em países que não possuem o investment grade.)

Ora, mais investimento no setor produtivo (e não especulativo) significa mais oportunidades de geração de empregos. Empregos formais

O que significa exatamente ter o grau de investimento? É uma boa notícia. Isso significa que o Brasil recebeu um atestado de que tem capacidade de pagar suas dívidas. É um bom pagador.

Na prática, investidores que antes não podiam vir para o Brasil, como por exemplo, o fundo de pensão dos professores de Ontário, no Canadá, e outros fundos de pensão agora podem vir.

Países menores que nós já receberam esse grau, como Botswana, Trinidad e Tobago, Cazaquistão e o Peru. Mas, claro, é diferente quando o país recebe esse grau e é um país grande, que está crescendo e tem muitas oportunidades de investimento. Isso vai trazer mais dinheiro para cá.

Pela natureza desses fundos de pensão eles não querem retorno imediato. Eles olham o longo prazo. Pode vir investimento para infra-estrutura, energia e agricultura. Isso tudo aumenta a oferta de emprego. Tudo só acontece se eles acharem que há um bom ambiente de negócios, que há regras estáveis. O caminho é continuar melhorando o país.

E na inflação? Qual o efeito? Com a entrada de mais capital, a tendência é o dólar cair mais ainda. Isto reduz a pressão inflacionária. O problema é que, ao mesmo tempo, prejudica quem exporta, que já está reclamando de receber menos em reais com suas vendas.

O ministério da Fazenda quer, para evitar novas quedas do dólar, reduzir os juros, porque isso afasta o dinheiro de curto prazo e o dólar se recupera. Só que nos próximos meses o Banco Central vai continuar subindo os juros para garantir a inflação baixa. E isso vai aumentar a tensão entre a Fazenda e o Banco Central.

Mas no médio prazo, os juros podem cair bastante. O país pode ter juros reais, descontando-se a inflação, de até 4%. Mas isso no futuro.

Nenhum comentário: