quinta-feira, 24 de julho de 2008

Carlos Alberto Sandenberg comenta

Teto dos juros deve ficar mais baixo

Quando iniciou o atual ciclo de alta de juros, o Copom indicou que uma elevação mais forte na partida poderia ter dois efeitos positivos: reduzir o nível necessário de juros para debelar a inflação e encurtar o movimento de alta. Em resumo, uma dose mais forte de início pode encurtar o tratamento.

Nessa ocasião, fevereiro passsado, a taxa básica de juros foi de 11,25% para 11,75% - e pareceu forte.

Mas a inflação foi mais forte ainda. Subiram além do esperado tanto a inflação corrente quanto as expectativas de inflação. Assim, o Copom está aumentando a dose.

O consolo está no seguinte ponto: no ciclo de alta anterior, os juros foram de 16% para 19,75%, nível alcançado em maio de 2005. Agora, a expectativa indica que os juros devem subir até 14,5%. Ou seja, o teto será mais baixo.

Na outra ponta, os juros caíram durante quase dois anos (de setembro/05 até setembro de 2007) até os 11,25% - nível mais baixo do que estavam quando começaram a subir (16%).

Resumindo: os tetos são cada vez mais baixos e os pisos cada vez mais fundos.

Se essa tendência se mantiver, os juros voltam a cair no ano que vem e podem ir abaixo dos 11,25% ao final do ciclo de queda.

Mas isso é olhar lá longe. Para já, temos: inflação mais alta agora e desacelerando no segundo semestre; juros subindo até o final do ano e caindo em 2009; economia desacelerando um pouco neste ano e bastante em 2009.

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