domingo, 2 de novembro de 2008

As Revoluções Inglesas

Texto escrito por Caroline Guimarães Kallaun.

As Revoluções Inglesas do século XVII representou um marco na vida européia. Pela primeira vez na história do continente, a burguesia, aliada à pequena nobreza, assumiu o poder e lançou as bases para a consolidação de uma nova ordem, que se expressou pela hegemonia do parlamentarismo.

Essa transformação exigiu uma série de rupturas. Os vários conflitos do período podem ser divididos em dois momentos. O primeiro teve início com a Revolução Puritana, em 1640, e foi responsável pela execução do rei Carlos I e a instalação do governo republicano de Cromwell. O segundo, em 1689, conhecido como Revolução Gloriosa, completou o processo político liderado pela burguesia.

Naquela época, o reino era do rei. Por isso, as diversas transições de poder se efetuaram de maneira muito complexa na Inglaterra. Em 1588, o governo pertencia a Elizabeth I, esta sem herdeiros diretos, depois de sua morte, em 1603, o governo foi passado para seu primo, Jaime Stuart, Jaime I, rei da Escócia.

Uma relação conflituosa entre o monarca e seus súditos agravou as coisas em 1610. Motivo disso, era a fuga do controle financeiro do Parlamento, além de impor medidas como monopólio real sobre as indústrias de tecidos. Resultado: muitos ingleses migraram para a América do Norte.

Jaime Stuart morre em 1625. Dessa maneira, seu filho Carlos Stuart torna-se rei da Inglaterra e da Escócia. No dia de sua posse, ele foi obrigado a assinar um documento titulado Petição de Direitos, proibindo a intervenção da Coroa em assuntos sem prévia aprovação dos parlamentares. Ele acabou sendo igual a seu pai, autoritário, principalmente nas esferas econômicas e religiosas. E isso não agradou a muita gente.

Conquistou a insatisfação popular. Conflitos religiosos e econômicos acabaram gerando uma crise política. Pressionado, pelos representantes do povo que defendiam reformas e eram oposição sistemática às da Coroa, perdeu o controle da crise e prendeu alguns líderes de oposição, invadindo o Parlamento. Essa demonstração de força precipitou em uma guerra civil, que se estendeu de 1642 a 1651. Isso mesmo, nove anos de guerra civil na Inglaterra.

A sociedade era polarizada. De um lado estava Carlos I, apoiado pelos lordes e pela dissidência da pequena nobreza e do outro lado, a Câmara dos Comuns, falando em nome do conjunto da população inglesa.

Dessa forma, inicia-se a Revolução Puritana.

Em meio à guerra civil, os presbiterianos (partidários dos Comuns) assumiram o Parlamento, enquanto o Exército de Novo Tipo, conquistava terras para os Comuns.

Em 1646, terminou a primeira fase da do conflito. O resultado foi desastroso para Carlos I.

Decapitado por inimigos, o trono passou por diversos governos.

A história da República Puritana acaba com a tomada do poder pelos contra-revolucionários, nobres realistas aliados à oposição presbiteriana e com a proclamação de Carlos II, filho do rei decapitado, como soberano da Inglaterra e da Escócia. Inicia-se, portanto, o período conhecido como Restauração Monárquica.

Coroado pela aristocracia e pela burguesia, Carlos II em seu governo expandiu o comércio, a indústria e a ciência. Apesar de atritos continuarem existindo entre o rei e o Parlamento.

Em 1685, Carlos II morre e o trono, nesse “processo de rodízio”, passa para seu irmão Jaime II. Este, partidário da religião católica, logo se tornou impopular.

O segundo momento dos conflitos ingleses caracteriza-se por problemas que, infelizmente, são ainda comuns nos dias de hoje. Ele, o rei, tentou isentar os católicos do pagamento de algumas taxas, impostas a eles por motivos religiosos, e indicou líderes para cargos importantes do governo e foi afastado por um golpe de Estado conhecido como Revolução Gloriosa.

Não houve derramamento de sangue ou desordem sociais que pudessem possibilitar o ressurgimento de exigências revolucionárias democráticas, o Parlamento estabeleceu um acordo com o presidente Guilherme de Orange, chefe do governo da Holanda.

Ao assumir o governo, Guilherme estabeleceu uma nova roupagem política, com caráter liberal, o capitalismo se desenvolveu livremente.

E, a partir de então o novo perfil inglês começou a modificar, principalmente, no campo da industrialização. Afinal, a Inglaterra foi a pioneira da Revolução Industrial tornando política e economicamente acessível ao desenvolvimento necessário para garantir investimentos na atividade industrial.

Foi o ponta-pé para o desenvolvimento industrial. Graças às revoluções que aconteceram no século XVII.

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