quinta-feira, 13 de novembro de 2008

RJTV 1ª Edição

Reportagem do RJTV 1ª Edição, veiculado pela Rede Globo:

Todos os dias, Jaqueline faz questão de levar a filha Aline, de 7 anos, à Escola Municipal França Carvalho, em Nova Iguaçu. “A criança tem que estudar. Se ela não estudar, vai ser o que mais tarde?”, diz ela.

O local é improvisado. O prédio foi adaptado como uma alternativa para que as crianças não ficassem sem aulas, enquanto uma nova unidade é construída. A antiga foi condenada pela Defesa Civil, mas o que deveria ser provisório, já dura anos.

“Pouco mais de três anos. Não há condição nenhuma de se dar um bom ensino, de qualidade, nessas condições”, afirma Cristiane Pires, do sindicato dos profissionais de educação.

Com uma câmera escondida, entramos onde os estudantes estão tendo aulas. No teto de uma sala, um buraco. Os alunos enfrentam condições de risco. A rede elétrica também fica exposta lá dentro. A parede tem infiltrações. No corredor, cadeiras amontoadas. Na hora do lanche, as crianças usam a própria sala de estudos. Não há pátio, nem refeitório.

“Do jeito que está essa escola, parece que estamos esquecidos”, lamenta uma moradora.

Quando o portão está aberto, a passagem dos alunos do andar debaixo fica obstruída. Só há uma entrada e não existem saídas de emergência.

O RJTV já mostrou as obras na nova unidade, que abrigaria 300 estudantes. A promessa era de que tudo estaria pronto até setembro. Dois meses depois do prazo, os sacos de cimento permanecem em um canto da sala. Azulejos foram colocados só em parte da parede. As tubulações do teto estão à mostra.

Com as obras interrompidas, o risco é também de dengue. Em um reservatório, água parada. O ralo sem tampa pode ser outro foco do mosquito.

Na Escola Municipal Ana Maria Ramalho, mais descaso: a caixa d’água fica destampada. O anexo que deveria estar em construção tem uma grande poça. As máquinas estão paradas. Não há pias nos banheiros.

Faltam vidros nas janelas da Escola Municipal Mascarenhas de Moraes. Os materiais de construção acumulam água da chuva. Enquanto observamos condições precárias nos colégios, outro está praticamente pronto, mas continua fechado.

“Eu acho um grande desperdício, uma estrutura dessas sem ser utilizada”, reclama um morador.



O RJTV conversou com Bernadete Rufino, subsecretária municipal de educação.

RJTV - Por que as condições do ensino no município chegaram a esse ponto?

Bernadete Rufino - As condições do ensino não chegaram a esse ponto, porque as condições pedagógicas de ensino em Nova Iguaçu vão muito bem. Trata-se de 14 escolas, dentre elas, 9 que estão sendo reformadas e cinco que estão sendo construídas. Inicialmente houve todo um trabalho de conversa com a comunidade escolar sobre a construção e a reforma das escolas.

E com relação aos focos de mosquito da dengue, aos riscos, à fiação exposta?

Hoje ainda estaremos entrando nessas localidades, com uma equipe que forma uma ação integrada entre a Secretaria das Cidades, a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria Municipal de Saúde, para poder resolver essas situações, porque não há nenhum interesse nosso em que nossas crianças sejam prejudicadas. Tudo isso, com certeza, a partir de hoje, será resolvido.

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