terça-feira, 16 de junho de 2009

Não foi erro técnico, foi erro ético

Alexandre Garcia

O que o Senado pode fazer? Afastar só o diretor geral não vai funcionar. O que tentam fazer é aquela tentativa que já foi usada para camuflar o escândalo, como foi a convocação da Fundação Getúlio Vargas, pela segunda vez, supostamente para reformar a administração do Senado.

Pelo que tem aparecido, pelo número de atos secretos, ainda há muito segredo a desvendar. Um grupo no Senado conseguiu descumprir todos os princípios exigidos pela Constituição para o serviço público: legalidade, moralidade, impessoalidade e publicidade. Nesse período, aparecem à frente Sarney, Renan e Jáder. Na retaguarda, Agaciel, Zoghbi e Gazineo.

O senador Cristovam acha que é caso de polícia. Afinal, usaram o dinheiro dos impostos do povo, que é sagrado. Também sugere a renúncia de Sarney. Afinal, há menos de um mês, o presidente da Câmara dos Comuns, na Inglaterra, nem estava diretamente envolvido em gastos exagerados da casa, e ainda assim, renunciou à presidência e ao mandato.

Aqui, há uma abundância de distribuição secreta do dinheiro do povo, pagando salários altíssimos a parentes de dentro e fora de casamento, a gente investigada e até presa pela Polícia Federal, gente demitida em público e readmitida em segredo - tudo protegido por atos escondidos, denunciando que sabiam que praticavam ilegalidades. Agora, alegam erro técnico para a não publicação. Não foi erro técnico. Foi erro ético.

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