segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Tem que costurar!

O eleitor pode se perguntar: por que José Serra (PSDB), líder absoluto em todas as pesquisas, reluta tanto em se lançar candidato a presidente?

O governador tem bons motivos para ser cauteloso: tem mais a perder do que os demais presidenciáveis, tem dificuldade para encontrar um mote de campanha e conhece a história.

Serra sabe que intenção de voto a esta altura do campeonato não é garantia de voto na urna em 2010.

Como já dizia o Sr. Ulisses Guimarães: "Ninguém ganha ou perde eleição de véspera".

Muitos saíram e chegaram na frente.

Mas a história eleitoral brasileira está plena de exemplos de candidatos que largaram em primeiro lugar e nem apareceram na foto da chegada.

Só para recordar, em 1994, Lula (PT) manteve larga margem sobre Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por meses.

Em junho, batia o ex-ministro da Fazenda por 41% a 19% (Datafolha) -vantagem bem semelhante à atual, de Serra sobre Dilma.

Aí veio o Plano Real, a inflação foi controlada, a popularidade do governo aumentou e FH foi subindo com ela, a cada semana: 21%, 29%, 36%, 45%. Terminou eleito no 1º turno. Lula acabou com metade dos votos do adversário.

Mesmo havendo diferenças, a começar da presença de Lula, o cenário da primeira eleição de FH é o mais próximo do pleito do próximo ano. Trata-se da única outra disputa eleitoral desde a redemocratização travada por um candidato situacionista que não era o próprio presidente mas que defendia um governo com popularidade.

Em 1989, diante da hiperinflação do governo Sarney, todos os candidatos fortes eram de oposição. Em 1998, o governo era bem aceito, mas o candidato da situação era o próprio presidente. Em 2002, a popularidade do governo estava em baixa, e deu oposição. Em 2006, o presidente foi reeleito graças à sua alta aprovação.

Por isso, tem que costurar as alianças com mais veemência.

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