sexta-feira, 26 de março de 2010

Um breve contexto

ERAS ECONÔMICAS


INTRODUÇÃO

Afinal, o que significa “Eras Econômicas”? Essencialmente, são divisões básicas que estudam a evolução das mudanças organizacionais em diferentes períodos.

No mundo empresarial, as mudanças acontecem desde tempos imemoriais. E é nesse contexto que, ao longo dos tempos, as organizações humanas passaram gradativamente por três etapas bem definidas. Evidentemente, em cada uma das etapas, as organizações humanas (e por que não, as organizações empresariais?) sofreram drásticas mutações.

Destacam-se, portanto, a Era da Terra, a Era do Capital e a Era Digital.

ERA DA TERRA

Considerada a mais longa de todas, a Era da Terra durou desde o início da humanidade até a Revolução Industrial, em 1776, quase final do século XVIII.

Galgada na principal riqueza, a terra, essa Era foi marcada pela atividade tipicamente pastoril e agrícola.

Durante longos e longos séculos, o homem viveu basicamente da terra e dos produtos que eram extraídos dela. Caracterizando a base de sustentação e provento do homem. O seu modo de produção foi evoluindo lenta e inexoravelmente com o gradativo aprendizado e com a tecnologia manufatureira, artesanal, rudimentar e primitiva.

Dessa forma, a improvisação, a ausência de métodos de trabalho, o exorbitante desperdício e o despreparo humano foram as marcas desse longo período da humanidade. Graças ao Feudalismo, no início da Idade Média, essa Era culminou.

Assim, com a inserção da tecnologia através de equipamentos avançados, métodos adequados de trabalho e esquemas de treinamento para o preparo profissional das pessoas, observou-se que o desperdício foi substancialmente reduzido e melhorias foram alcançadas com mais viabilidade.

ERA DO CAPITAL

A segunda etapa teve início com a segunda fase da Revolução Industrial, ou seja, a partir de 1860, em pleno o século XIX. É a época da industrialização, na qual o capital constituiu a principal fonte de riqueza. Nesse caso, o ferro foi rapidamente substituído pelo aço, material industrial básico, e o vapor pela eletricidade e pelos derivados de petróleo, principais fontes de energia.

A Era do Capital provocou um importante surto no desenvolvimento industrial e o gradativo distanciamento entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

Estável, previsível e tranquilo, assim era o ambiente empresarial até a metade do século XX. Exigia, portanto, das empresas uma abordagem mecanicista e uma estrutura organizacional hierárquica alta, centralizada e piramidal. Com a aplicação do modelo burocrático, a busca padronizada do desempenho das pessoas, da precisão e da eficiência, as relações de trabalho ordenadas e o controle hierárquico foram características marcantes desse período.

Porém, a partir de 1950, iniciou-se uma etapa conhecida como Etapa de Transição, ou seja, a inserção mais explorável da tecnologia. De fato, o desenvolvimento tecnológico proporcionou condições para que as empresas produzissem em enormes escalas de produção. Com isso, o que era local tornou-se regional e o que era regional tornou-se nacional, por conseguinte o que era nacional tronou-se internacional.

Até mesmo o aparelhamento administrativo começou a mudar e a estrutura organizacional deixou de ser funcional e hierárquica passando a ser matricial – mista e híbrida. Oscilava entre o a ênfase interna nas funções organizacionais e a ênfase externa no produto e/ou serviço oferecido pela empresa.

Dessa forma, intensas mudanças sociais, culturais, econômicas e tecnológicas tornaram o ambiente vulnerável a mutações operacionais, isso é, mudanças rápidas, em curto prazo.

Tudo considerado, as empresas passaram internamente a tornar-se inchadas. Resultado: a estrutura ficou grande demais para enfrentar tantos desafios, como a rápida expansão dos mercados, novos concorrentes, novos produtos e processos, novas tecnologias, e por aí vai.

Para tanto, toda essa integralização que circunda o Capital convergiu para inovações: novos conceitos, modernas tecnologias de comunicação, investimento em conhecimento. Em suma, trouxe, para nós, administradores, uma nova realidade.

ERA DIGITAL

O final do século XX marca o início da terceira etapa das organizações humanas. É a Era Digital, a tecnologia da informação (TI), em avanço. E a nova riqueza e o recurso administrativo mais relevante passa ser o conhecimento.

Nas empresas, redes internas, equipes de trabalho sucedem a hierarquia administrativa e os departamentos funcionais e de produtos/serviços. Outro avanço é de que o foco nos controles passa a ser mais flexível e solto, e, finalmente, a burocracia dá lugar à inovação e à criação do conhecimento.

A informação torna-se um artigo de primeira necessidade. Rapidez, retorno sobre o tempo, aprendizagem, liderança, modelo orgânico, dinâmico, flexível com ênfase em unidades de negócios autônomas, redes internas e atividades grupais. É onde surge a figura do empreendedor, da busca frenética e incessante de inovação e de mudança.

Essa Era apresenta uma peculiaridade: nunca a informação fez tanta diferença nos negócios das empresas. E a internet é a ferramenta mais poderosa.

O petróleo da empresa, seu principal combustível, o recurso que lhe dá os rumos passou a ser a informação. Não é matéria-prima, é conhecimento adquirido, filtrado e aplicado no contexto social, profissional e pessoal do ser humano.

Portanto, na Era Digital que já aprendeu-se a viver, as mudanças que ocorrem nas empresas não são apenas estruturais, mas principalmente culturais e comportamentais, transformando e valorizando o papel das pessoas que nelas trabalham.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mundo mudou. Tudo ficou diferente. E tudo será mais diferente ainda. A globalização da economia, ao discorrer sobre as Eras Econômicas, sintetiza que no fundo as mudanças estão presente em todos os produtos e serviços que se utiliza no cotidiano, nos comportamentos e na tecnologia que influencia a vida.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BRAICK, Patricia Ramos. História: das cavernas ao terceiro milênio, Volume Único – 3ª Edição – São Paulo: Moderna, 2007.

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