quarta-feira, 28 de maio de 2008

Análise da Economia

Superávit primário de R$ 17 bi em abril
Acumulado dos quatro primeiros meses do ano chega a R$ 48 bi

O Tesouro Nacional superou em R$ 14,4 bilhões a meta de economia para o pagamento de juros da dívida pública prevista até abril. O resultado mostra que o chamado superávit primário do governo central (o Tesouro, a Previdência Social e o Banco Central) acumulado no ano chegou a R$ 48,034 bilhões. Só em abril, a economia foi de R$ 16,745 bilhões.

O compromisso do governo central é economizar R$ 62,6 bilhões até dezembro, o equivalente a 2,2% do PIB. O superávit até abril é de 5,31% do PIB, explicado principalmente pela arrecadação de impostos, 16,5% maior do que a do mesmo período de 2007. Já a meta de superávit primário para as contas públicas como um todo (incluindo estatais, municípios e Estados) é de 3,8% do PIB.

Apesar do bom desempenho, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, preferiu ressaltar o caráter sazonal do resultado, dizendo que não deve se manter até o final do ano.

– No começo do ano o superávit é mais forte porque a execução das despesas é mais lenta no início do ano – disse Arno Augustin.

Na análise oficial, os ganhos recorrentes de arrecadação são "atípicos'' e não podem servir para financiar despesas permanentes. Augustin defende que esses ganhos de receita sejam direcionados a um fundo e possam funcionar como uma poupança para o país.

O destino cogitado pelo governo para o superávit maior é o fundo soberano. Por meio desse instrumento, os ganhos de arrecadação seriam direcionados para a compra de dólares e depois reinvestidos em empresas brasileiras no exterior.

A principal preocupação de Augustin foi responder às críticas sobre o aumento de gastos do governo, que alimentaria a inflação. Disse que "no momento'' o Tesouro tem contribuído para reduzir a demanda da economia e, assim, as pressões para aumento dos juros.

– Os impulsos fiscais nesse momento são contracionistas. O superávit e a [queda] nas despesas mostram isso. Isso pode mudar, mas, nesse momento, é contracionista – afirmou.

O secretário citou as despesas com pessoal como exemplo – estão crescendo 5,2% menos do que no ano passado se forem comparadas à variação do PIB sem descontar o efeito da inflação. Esses números, no entanto, não levam em conta o impacto de R$ 7,5 bilhões que os aumentos concedidos ao funcionalismo ainda terão sobre os gastos públicos. No agregado, as despesas caíram 2,8%.

As despesas do governo são um dos principais itens analisados pelo BACEN para definir os juros.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sorry if I commented your blog, but you have a nice idea.