Fernando Teixeira, Jornal DCI
O Banco do Brasil (BB) apresentou lucro líquido de R$ 5,1 bilhões no primeiro semestre de 2010, alta de 26,5% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre, o lucro da instituição chegou a R$ 2,7 bilhões, uma evolução de 15,9% sobre o período anterior e 16,1% frente ao segundo trimestre do ano passado. A chave para o resultado foi a expansão de financiamentos, segundo o BB.
Com a visão de que a taxa Selic deve iniciar uma trajetória de queda, e de que o mercado primário imobiliário se acelerará nos próximos anos, o BB quer ganhar mercado neste segmento. A meta da instituição, segundo indicação do vice-presidente de novos negócios Paulo Caffarelli, é a de chegar ao final do ano com R$ 3 bilhões em crédito para imóveis para pessoa física. "O saldo disponível é de R$ 7 bilhões."
Caffarelli acredita que o investimento traz uma grande vantagem competitiva. "Até 2013, queremos ser um dos três principais bancos no setor."
O banco ingressou neste mercado há 2 nos e hoje já figura entre os 5 primeiros colocados. "Há dois anos, o mercado imobiliário era praticamente zero fora da Caixa Econômica Federal."
O resultado da carteira no primeiro semestre foi de R$ 2,1 bilhões, cerca de 10% acima do R$ 1,9 bilhão do final dos três primeiros meses do ano. O resultado é quase o dobro do alcançado em 2009. O banco descarta competir com a Caixa Econômica Federal, que detêm 70% do mercado.
O presidente do banco, Aldemir Bendine, destacou que a entrada do BB neste mercado só foi possível após depois da aprovação de um projeto de lei. "Agora, 10% da captação de poupança será destinado ao imobiliário e 90% para agricultura. Antes a provisão de funding era de 100% para o campo." Bendine esclareceu que nos outros bancos comerciais a proporção é inversa.
Bendine acredita que a relação entre crédito imobiliário e PIB ainda é muito "tímida" no Brasil - 3,3%. Para o executivo, há uma explosão no setor, pois economia está estável e o brasileiro está financiando o primeiro imóvel.
Outra carteira que aponta para um horizonte de crescimento é a de crédito é o consignado. O presidente do BB contou que o banco pode crescer muito nesta modalidade, pois empresta basicamente a servidores do Estado e não aos aposentados.
Hoje, a carteira é responsável por 40,5% do total, com recursos na casa de R$ 40, 476 bilhões. Em junho de 2009 a posição era de R$ 29, 533 bilhões.
De acordo com Bendine, o banco abocanha perto de 34% do mercado neste tipo de operação. A Nossa Caixa, recentemente adquirida pelo banco, foi responsável por 18% do resultado.
As operações de financiamento de veículos do BB cresceram 178, 4% nos seis primeiros meses do ano frente ao ano passado. Ela totalizou R$ 22, 774 bilhões ao final de junho. A compra do Banco Votorantim foi decisiva para o crescimento. Sem o banco a carteira cresceria 18,8%.
Outro destaque é a carteira de pessoa jurídica que cresceu 31,2% em 12 meses e alcançou em junho R$ 135,575 bilhões. O segmento que se sobressaiu foi o de médias e grandes empresas. Em junho do ano passado, o posicionamento era de R$ 63, 858 bilhões; já no mesmo mês deste ano, foi de R$ 88, 193 bilhões. Já o estoque para micro e pequenas empresas saltou de R$ 39, 493 bilhões para R$ 47, 382 bilhões.
A carteira de crédito total do banco fechou o semestre em R$ 326,5 bilhões, com crescimento de 29,3%.
Exterior
O Banco do Brasil deve ir às compras e adquirir alguma rede de banco de varejo norte-americana. Contudo, há sinalizações de que o banco possa adquirir redes também na América Latina. Ao mesmo tempo, o banco mantém conversas com o Banco Espírito Santo (BES) e Bradesco para expandir no continente africano.
Segundo Bendine, o BB usa critérios para a aquisição. O mais importante critério e que sinaliza onde o banco pode adquirir redes bancárias é a presença de empresas brasileiras no país.
Bendine ressaltou que a compra nos EUA se restringe a cerca de 5 estados. O DCI apurou que 10 bancos são avaliados pelo BB.
Seguros
O BB deve reestruturar a área de seguros. O principal alvo é a comprar entre 20% e 40% dos ativos da IRB-Brasil Re, maior resseguradora da América Latina. De acordo com o vice-presidente de novos negócios do BB, Paulo Caffarelli, o BNDES, a pedido do Tesouro, avalia o preço daquela empresa. "O banco quer ser ator principal em obras e PAC."
No ramo de títulos de capitalização, o BB se juntou com a Icatu. "Estamos na parte de comprar a parte da Sulacap e da Aliança da Bahia. Integração que deve acontecer até o final do ano que vem". Segundo o executivo, o banco tem parceria com a entre Brasilprev e Principal na área de planos de previdência.
Outra área que deve sofrer mudanças é no ramo de odontologia. "Podemos criar ou comprar um pedaço de uma empresa especializada no setor, depende do negócio que fizermos." O lucro da área de seguros ficou em R$ 297,7 milhões no segundo trimestre deste ano, expansão de 5,6% ante o mesmo período do ano passado. A área respondeu por 12,8% do lucro do banco.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
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