sábado, 29 de março de 2008

Charge - Néo


Porque hoje é sábado


Do blog da Cientista Política Lucia Hippolito.

Apenas uma pergunta

Seus índices de popularidade estão nas alturas.

Os números da economia são os melhores em décadas.

Os banqueiros não conseguem parar de rir desde 2003.

Os empresários estão produzindo no limite da capacidade instalada.

O dólar está nos níveis mais baixos das últimas décadas.

A nova classe média está consumindo como nunca.

Os programas sociais do governo federal já atingem 25% das famílias brasileiras.

A base aliada do governo é a mais ampla das últimas décadas.

A oposição é a pior das últimas décadas.

Não existe, no horizonte próximo -- e mesmo de meia distância -- nenhuma liderança política que lhe faça sombra.

Por que está cada dia mais raivoso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva?

" Nós fizemos um "banco de dados" "

A ministra Dilma Rousseff afirmou, ontem, que a Casa Civil não fez um dossiê contra FHC, mas um "banco de dados" para que ficasse acessível a qualquer problema jurídico que possa ocorrer até fim do mandato do presidente Lula.

Durante uma entrevista de dois minutos ela repetiu o termo "banco de dados" sete vezes.

Êta mulher "eficiente"!

Casa Civil nega existência de dossiê contra FHC

Segue na íntegra nota divulgada pela assessoria da Casa Civil a respeito do suposto dossiê saído de lá com dados sigilosos do governo passado:

"1. Com relação à matéria de capa da Folha, de 28/03, a Casa Civil reafirma que, em momento algum, organizou qualquer dossiê com denúncias sobre o uso de cartões corporativos e contas tipo B no governo anterior. O que o jornal insiste em chamar de dossiê são fragmentos de uma base de dados em fase de digitação para alimentação do SUPRIM –, que visa unicamente organizar os dados relativos aos gastos com suprimento de fundos desde 1998 até hoje, fato já explicado em nota de 22/03. Trata-se de uma ferramenta de gestão e não de um dossiê.

2. O vazamento desses fragmentos da base de dados para a imprensa é lamentável. Algumas das informações estão cobertas por sigilo e sua divulgação contraria a legislação vigente. Por isso mesmo, a Casa Civil instituiu comissão de sindicância para apurar o episódio, composta por funcionários estáveis da Advocacia Geral da União, da Controladoria Geral da União e da própria Casa Civil.

3. A matéria, de forma maliciosa, dá a entender que a secretária-executiva, Erenice Guerra, teria assumido a responsabilidade de “organizar processo de despesas de FHC, isentando a chefe (no caso, a ministra Dilma Rousseff) de ter tomado a decisão”. Isso não é verdade. Se “processo de despesas de FHC”, nas palavras do jornal, é sinônimo para dossiê, a secretária-executiva nunca assumiu essa responsabilidade pelo simples fato de que nunca existiu qualquer dossiê. Se a expressão anterior refere-se à alimentação de base de dados do SUPRIM, não haveria motivo para a insinuação maldosa. Afinal, trata-se de uma ferramenta de gestão cuja supervisão é competência institucional da Secretaria-Executiva, na forma do regulamento que disciplina as competências da Casa Civil.

4. Quanto à suposta reunião, que segundo a Folha, teria sido convocada pela secretária-executiva com “membros da secretaria de Administração, da Secretaria de Controle Interno da Presidência e de outras áreas da Casa Civil”, para organizar uma força-tarefa para produzir o chamado dossiê, a Casa Civil afirma peremptoriamente que tal reunião nunca ocorreu.

Casa Civil da Presidência da República."

quinta-feira, 27 de março de 2008

Muito bate-boca, ontem, na CPI dos Cartões Corporativos

Houve muito barulho também no Congresso brasileiro. Governo e oposição se trataram aos gritos. Eram berros de lado a lado. Só que aqui não teve panela.

Teve de tudo: sorvete de tapioca, bate-boca, dedo em riste, troca de acusações e, como previsto, a derrota da oposição. Com maioria folgada na CPI, por 14 votos a 7, os governistas conseguiram barrar a convocação da ministra Dilma Rousseff. O descontrole foi total.

- Senador, respeite!- Eu estou no microfone!- O senhor está fazendo molequeira. O senhor está fazendo molequeira.

Houve provocação.

“Eu gostaria de, quebrando um pouquinho essa sisudez aqui, saber se a senhora gostou do sorvete de tapioca que eu trouxe do meu estado para a senhora, para todos os meus colegas e para a imprensa também. É do Pará, tapioca da boa”, disse o deputado Vic Pires (DEM-PA).

Foi uma brincadeira por causa da tapioca que o ministro dos Esportes, Orlando Silva, comprou com cartão corporativo.

“Nós não podemos aqui estar de brincadeirinha de deputado menino, menino de calça curta trazendo sorvete de tapioca aqui para vulgarizar a CPI”, criticou o deputado Sílvio Costa (PMN-PE).

Era quase impossível comandar a sessão.

“Eu gostaria, senador Almeida Lima, que o senhor mantivesse a calma, Vossa Excelência está inscrito”, pediu a presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS).

“Eu estou calmo. Estou extremamente calmo”, respondeu o senador Almeida Lima (PMDB-SE).
Na confusão, uma voz falou mais alto: a do governo, que conseguiu evitar que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, fosse convocada. A oposição queria que ela explicasse à CPI o vazamento de informações sobre os gastos do ex-presidente Fernando Henrique e da mulher dele, Ruth Cardoso.

“É terminantemente contra a convocação da ministra Dilma Rousseff, pelo que ela representa hoje e talvez – porque esse talvez seja o grande motivo de trazê-la – pelo que ela poderá representar em 2010”, afirmou a líder do PT no Senado, senadora Ideli Salvatti (PT-SC).

Balanço final: nada mais foi decidido. Para a presidente da cpi, a sessão “não foi só não produtiva. Foi péssima”, opinou a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que desabafou: “Essa casa hoje viveu momentos ruins e que eu não gostaria de ter vivido”.

O clima de batalha entre governo e oposição continuou fora do Congresso. O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que abriu mão do sigilo das contas do governo dele, desafiou o presidente Lula a fazer o mesmo.

“Eu, se eu se fosse o presidente Lula, eu diria o que eu disse: ‘Olhem, venham ver o que eu fiz com o dinheiro, como foi gasto esse dinheiro’. Isso não tem problema nenhum, abre. É melhor”, declarou o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

“Essa questão dos dados sigilosos não pertence à vontade dos dois presidentes. É uma questão de Estado. Por acaso, o presidente Lula é o presidente neste momento, mas a segurança de Estado pertence à instituição, ao governo brasileiro”, disse o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.

O PSDB quer agora que a procuradoria-geral da República investigue a responsabilidade pelo vazamento do suposto dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique.

quarta-feira, 26 de março de 2008

A ministra Dilma Rousseff escapou

A base do governo na CPI mista dos Cartões impediu nesta quarta-feira (26) a convocação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Por 14 votos a 7, o requerimento que pedia a convocação da ministra foi rejeitado. A base derrubou a convocação argumentando que não existe motivo para convocar a ministra.

O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), afirmou que o pedido de ouvir Dilma era para politizar a CPI e não para avançar nas investigações.

O relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), chegou a afirmar que a intenção da oposição em pedir a convocação da ministra seria desestabilizar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A oposição desejava o depoimento de Dilma para ter explicações sobre o suposto dossiê elaborado pelo governo sobre as contas do governo Fernando Henrique Cardoso.

PSDB e DEM gostariam ainda de ter mais informações sobre o controle dos cartões corporativos. O requerimento foi o primeiro votado em três horas de sessão.

A oposição reclamou do que chamou de “trator” do governo na votação da convocação de Dilma. Um documento de orientação da base recomenda que os governistas votem também contra todos os requerimentos de quebra de sigilo dos cartões.

Esses são os próximos itens da pauta e a oposição tenta adiar a votação em busca de um acordo.

Cesp e o fracasso da negociação

O que aconteceu ontem no fracasso do leilão da Cesp é o mesmo que está rondando todas as empresas de energia do Brasil.

As hidrelétricas têm um prazo de concessão que só pode ser renovado uma vez.

As duas hidrelétricas mais importantes do sistema Cesp, a de Jupiá e Ilha Solteira, só tem mais 7 anos de concessão, está muito perto. Porto Primavera era a mesma coisa, mas renovaram por mais 20 anos.

Isso deixou os investidores com receio. Eles estariam comprando ativos com prazos de 30 anos ou com um prazo de validade menor, com risco de não renovação da concessão?

Essa foi a dúvida que pairou.

Além disso, tivemos a crise internacional. Ocorreu a soma de um mau momento com uma grande dúvida. Por isso investidores não apresentaram garantias.

O governo precisará resolver esse problema alterando a lei, porque isso altera completamente o quadro acionário e o valor das empresas.

Bom Dia Brasil

Comentário do Alexandre Garcia, sobre o clima quente da CPI dos Cartões Corporativos.

O governo tem maioria tranqüila nessa CPI dos Cartões Corporativos. Será que a “gota de veneno”, como disse o senador Tião Viana (PT-AC), vai mesmo fazer algum estrago? O senador tem percepção e percebeu o estrago.

Há dois anos, o presidente Lula chamou de “aloprados” assessores do diretório nacional do PT que foram flagrados com a mala cheia de dinheiro – que ainda não foi reclamado – para comprar um dossiê sobre José Serra. Agora parece haver um novo aloprado, que vazou informações dos cartões do presidente Fernando Henrique e da primeira dama, dona Ruth.

Como nem a oposição nem o próprio ex-presidente teriam acesso a essas contas, admite-se que o aloprado deva estar no governo. Um aloprado sem luzes, um primário em estratégia. Fez o vazamento no momento mais errado possível, justo quando a oposição se enfraqueceria, pois o PSDB ameaçava se retirar da CPI dos Cartões.

O aloprado deu à oposição a prova de que ela precisava: de que a divulgação dos gastos de um presidente não afeta a segurança nacional. E se vazar os gastos do topo, de um presidente, não afetou a segurança nacional, muito menos afetaria a divulgação dos gastos dos demais escalões do Palácio do Planalto.

Percebendo passar o cavalo com sela e arreios, Fernando Henrique montou: mandou anunciar que ele e Dona Ruth abrem todas as contas de seus cartões no seu período presidencial, deixando no ar o desafio para que o atual governo faça o mesmo. Tudo estrago do neo-aloprado.

Hoje vão para o voto se a CPI abre ou não a caixa-preta dos cartões da presidência. O governo tem maioria, mas na argumentação fica a gaguejar. A oposição fica a sorrir. Os tucanos, que pensavam em sair, ganharam alento. E a CPI esquentou.

O presidente Lula deve estar furioso com o primarismo de quem quer ajudar mas deixa gotas de veneno, com mensalões, dossiê comprado ou vazamentos de conta de caseiro ou de ex-presidente.

terça-feira, 25 de março de 2008

DENGUE: De quem é a culpa?

Os governantes não mudam hábitos quando o assunto é dengue. Todo ano a gente fica nessa mesma situação.

Nos últimos meses, as autoridades gastaram tempo discutindo duas coisas inúteis: se era epidemia e de quem era a culpa.

As respostas são simples: todas as instâncias de governo são culpadas por falhas tão grosseiras quanto a impossibilidade de controlar uma doença que sempre chega na época certa. E, sim, é uma epidemia com índice de mortes 20 vezes acima do tolerável para Organização Mundial de Saúde.

Na campanha eleitoral de 2002, quando o atual governo era oposição, ele dizia que o mosquito era federal. Agora acha que o mosquito virou municipal ou estadual. A Defesa Civil diz que a culpa é da população.

Está na hora de as autoridades serem mais responsáveis.

O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, que só gosta de se comunicar via e-mail, tem que assumir suas responsabilidades reais. O governo do estado e o governo federal também.

A culpa não é da população. A população é vítima. É ela que está ameaçada e morrendo por uma doença que já esteve erradicada. Isso é uma epidemia grave e séria.

Precisa ser combatida pelos três níveis de governo, juntos.
Depois de abril, o que os governos têm que fazer é trabalhar em medidas preventivas para que a epidemia não volte no ano que vem.

segunda-feira, 24 de março de 2008

O amargo dos ovos de páscoa

Estamos tendo um aumento forte de financiamentos.

Agora na Páscoa, vimos que até ovo de chocolate está sendo financiado no Brasil, e isso é muito estranho.

A explicação é que o próprio mercado tem interesse em financiar.

Eles embutem juros nos produtos e o consumidor não tem visibilidade disso.

As estatísticas mostram que o que cresceu no total do crédito no país foi o destinado a pessoas físicas.

O consumidor precisa é tomar cuidado para que a soma das parcelas não seja maior do que o seu orçamento, é preciso fazer as contas certas antes de sair comprando a crédito.