24 de janeiro
O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) abre investigação interna para apurar o uso de cartões de crédito corporativos do governo federal pelos ministros. MPF investiga mau uso desses cartões por parte do primeiro escalão do governo.
28 de janeiro
A Comissão de Ética Pública analisa o uso de cartão de crédito corporativo pela ministra especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, e decidiu encaminhar o caso para análise da Controladoria Geral da União (CGU).
31 de janeiroO ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, anunciou que o governo decide proibir, com algumas exceções, o uso do cartão corporativo para saques. O governo também proibiu a compra de passagens aéreas e pagamento de diárias com os cartões.
1º de fevereiro
A ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, pede demissão do cargo. Matilde é suspeita de usar indevidamente o cartão corporativo. Só em 2007, segundo o Portal da Transparência, Matilde gastou mais de R$ 170 mil.
2 de fevereiroO ministro do Esporte, Orlando Silva, afirma ter devolvido “cada centavo” utilizado com o cartão corporativo. Segundo Silva, o valor total foi de R$ 30.870,38, referentes aos gastos em 2007 e 2006, quando assumiu a pasta. Orlando Silva disse estar convicto de que fez os gastos dentro da legalidade.
12 de fevereiroLula diz que o cartão é a forma mais séria e transparente de cuidar dos gastos públicos. "O que precisamos é, a partir da deficiência, fazer as correções necessárias e continuar colocando na internet para que a população brasileira tenha acesso às informações", afirmou.
19 de fevereiroO presidente Lula defende que as investigações abertas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos cartões corporativos devem permanecer no âmbito do Legislativo. "Eu confesso a vocês que não tenho tempo a perder com CPI", disse.
21 de fevereiroO presidente do Congresso, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), fez a leitura do requerimento de criação da CPI mista dos Cartões. O PMDB do Senado já indicou Neuto de Conto (SC) para a presidência e o PT da Câmara escolheu Luiz Sérgio (RJ) para relator.
27 de fevereiro
Após o PMDB abrir mão do cargo, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) aceita o convite para ser a presidente da CPI mista dos Cartões Corporativos.
3 de março
Entra em vigor regra que limita saque com cartões corporativos. Os saques em dinheiro passaram a ser limitados e feitos apenas com autorização do ministro de cada pasta. Os saques também não podem superar 30% das despesas anuais de cada órgão público.
Os cartões poderão ser usados apenas em situações específicas, como para a compra de materiais e contratação de serviços. O uso para pagamentos de diárias de servidores e emissão de passagens aéreas está vetado.
11 de março
A CPI aprovou o cronograma de trabalho proposto pelo relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), e deixou para a segunda fase da investigação os depoimentos dos ministros suspeitos. As investigações começarão pelos aspectos técnicos do funcionamento dos cartões.
18 de março
Em clima de desconfiança, a CPI mista dos Cartões teve apenas depoimentos técnicos na primeira sessão de depoimentos. Parte da oposição já fala em abandonar a comissão caso a investigação não avance sobre dados sigilosos dos cartões.
19 de marçoO ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmaque a discussão sobre o acesso dos dados sigilosos dos cartões pela CPI dos Cartões está fora de foco. "Não é o cartão que é sigiloso, a despesa, por lei, que tem caráter sigiloso”, afirmou o ministro.
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, afirma na CPI mista dos Cartões que a repercussão dada à compra de uma tapioca com cartão corporativo é preconceito contra o Nordeste.
26 de marçoDepois de reportagem da revista "Veja" trazer informações sobre um suposto dossiê que teria sido elaborado contra o ex-presidente Fernando Henrique, a base do governo na CPI mista dos Cartões impediu a convocação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
27 de março
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), e o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) entregam à Presidência da República pedido de divulgação de seus gastos com cartão corporativo e contas tipo B na época em que eram ministros.
28 de março
Reportagem do jornal “Folha de S. Paulo” afirma que a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, deu ordem para a produção de um dossiê com as despesas do ex-governo Fernando Henrique Cardoso.
No entanto, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou a existência de um dossiê contra o ex-governo FHC. Ela disse que está sendo produzido um banco de dados com informações sobre gastos do governo Luiz Inácio Lula da Silva e de governos anteriores.
31 de marçoO governo armou uma estratégia para impedir que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, tenha que depor no Congresso sobre o dossiê com os gastos pessoais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
1º de abrilA CPI recusou um requerimento apresentado por parlamentares da oposição que pedia todas as informações relativas aos cartões corporativos da Presidência da República, inclusive as sigilosas. A votação foi 11 a 7 contra o requerimento.
2 de abril
O TCU negou o pedido feito pela presidente da CPI mista dos Cartões, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), para que o órgão repassasse ao Senado os dados sigilosos dos cartões corporativos a que teve acesso.
3 de abrilLíderes da oposição pediram no plenário a leitura do pedido de uma segunda CPI, sendo essa somente no Senado. Documentos sobre saques chegam de caminhão à CPI mista dos Cartões. CPI recusa convocação de assessora de Dilma acusada de montar dossiê.
4 de abril
O ministro da Justiça, Tarso Genro, cogitou a possibilidade de a Polícia Federal investigar o vazamento do suposto dossiê. Deputado Raul Jungmann (PPS-PE) apresentou um balanço de seus gastos com contas "tipo B" no período em que era ministro.
A ministra Dilma Rousseff disse que o vazamento do suposto dossiê é crime. "Nós vamos avaliar com o ministro da Justiça a questão da investigação do vazamento. Nós temos certeza que o crime reside no vazamento" disse.