Festa com dinheiro público
Terminou em festa a aprovação da lei que regulamentou as centrais sindicais. Os sindicalistas foram generosos no agradecimento aos parlamentares. A conta foi alta. O dinheiro das centrais não é fiscalizado.
O presidente Lula vetou o artigo da lei que obrigava as centrais a prestar contas ao Tribunal de Contas da União. A festança ontem foi em pleno Salão Negro do Congresso nacional. Os sindicalistas gastaram R$ 17 mil com os comes e bebes. Em compensação, as centrais terão direito este ano a cerca de R$ 100 milhões do imposto sindical.
A festa foi farta. Além de canapés, teve uísque importado, espumante e drinques à vontade. Patrocinada por cinco centrais sindicais, o evento custou R$ 17 mil.
“A vida econômica e política do país é decidida aqui. Então, as centrais estão buscando esse relacionamento, que eu acho que é muito inteligente”, disse o ex-sindicalista Luiz Antônio Medeiros.
O motivo da festa? Agradecer a deputados e senadores pela aprovação do projeto que legalizou as centrais sindicais.
“O trabalhador merece outra atenção por parte das centrais sindicais com o dinheiro fruto da contribuição sindical”, criticou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
“Quando o empresário faz, ninguém fala nada. Quando o trabalhador faz, falam. Então, podem falar que nós vamos fazer muito mais”, afirmou o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
A lei que regularizou as centrais sindicais previa a fiscalização dos gastos pelo Tribunal de Contas da União, mas o presidente Lula vetou esse artigo. As centrais têm outro motivo para comemorar: no começo do ano, elas correram o risco de perder recursos da contribuição sindical, que é paga por todo trabalhador com carteira assinada e equivale a um dia de trabalho.
Os deputados chegaram a aprovar o fim da cobrança, mas os senadores decidiram manter o imposto. Na quarta-feira (9), o partido Democratas entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal contra o repasse desse dinheiro para as centrais.
“Não há autorização constitucional para esse repasse para as centrais sindicais”, garantiu o presidente do Democratas, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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