sexta-feira, 18 de abril de 2008

Saindo da montanha de papéis

Do comentário da cientista política Lucia Hippolito à CBN
Na queda de braço entre governo e oposição na CPI dos Cartões, o governo vem ganhando todas.
A oposição quer convocar Dilma Roussef? O governo derruba o requerimento.
A oposição quer investigar as contas do primeiro casal e família? O governo cerra fileiras contra.
A oposição requisita as despesas de ministros do governo atual e anterior? A Casa Civil afoga a CMPI com mais de 1.200 caixas de papel. Coisa para desanimar qualquer um.
Pois não é que algumas coisas interessantes estão surgindo da montanha de papéis?
Por exemplo, as despesas de hospedagem do ex-ministro Luis Gushiken. Embora resida em São Paulo, há várias despesas de hospedagem do ex-ministro em hotéis de luxo na capital paulista.
E, mais interessante ainda: as despesas com comida e bebida nos hotéis são bem maiores do que as de hospedagem. Constatou-se, sem sombra de dúvida, o uso de recursos públicos para comprar bebidas alcoólicas e pagar refeições para terceiros, o que é considerado desvio de recursos.
Mas sobrou também para o governo Fernando Henrique. As despesas de supermercado do ex-ministro da Educação Paulo Renato também vieram à luz. Vão do danoninho à tapioca (como comem tapioca, meu Deus!).
Muita coisa ainda vai sair desta montanha de papéis. Se houver dedicação e empenho, o país ainda vai tomar conhecimento de outros instantes de mau uso do dinheiro público.
Claro que todas essas despesas podem ser justificadas – e é importante que sejam.
Prestação de contas pelas atuais e ex-autoridades precisam tornar-se rotina no Brasil, e não exceção.
Mas esta farra com o dinheiro público também precisa ter um fim. Ao contrário do que pensam muitas autoridades (superiores e subalternas), dinheiro público tem dono, sim. É dinheiro suado dos impostos pagos pelo povo brasileiro, dinheiro que falta para remédios, hospitais, saneamento, escola, habitação, comida... E por aí vai.
Finalmente, continuamos aguardando a revelação das despesas do primeiro casal e familiares.
A divulgação do dossiê com as despesas pessoas de Fernando Henrique e Ruth Cardoso não abalou um milímetro a segurança nacional.
O país permanece tão seguro quanto sempre esteve.
Por isso, é legítimo indagar: o que será que existe de tão esquisito nas despesas do presidente Lula, dona Marisa Letícia e seus familiares, que não possa ser divulgado?
Não dá para acreditar que algum vestido de dona Marisa Letícia possa constituir ameaça à segurança nacional.Não dá para acreditar que algum terno do presidente Lula possa constituir ameaça à segurança nacional.
Isto é bobagem.
Quanto mais transparentes forem as despesas do primeiro casal e seus familiares, tanto mais protegidos eles estarão de eventuais ataques da oposição.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Depois, nós, é que falamos de mais

Hoje, a ministra Dilma Rousseff em seu discurso, acompanhada do presidente Lula em Belo Horizonte para mais uma inauguração da pedra fundamental de obras do PAC, cometeu uma gafe.

Ela, dirigindo-se às mulheres que estavam na frente do palanque, agradeceu por elas estarem animando "o comício".

Pelo jeito ela precisa de orientações de seus marqueteiros.

Caso Isabella: Seu rosto foi limpo antes de ser jogada pela janela


O trabalho do Instituto de Criminalística (IC) concluiu que não tinha no apartamento mais ninguém além do casal Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Jatobá, 24, no momento em que Isabella de Oliveira Nardoni, 5, foi morta e atirada do apartamento do pai, no sexto andar do edifício London, na Vila Mazzei.


De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), o rosto de Isabella foi limpo com uma fralda e com uma toalha antes de ela ser jogada pela janela. A fralda e a toalha de rosto ficaram com marca de sangue e foi constatado que o sangue era de Isabella.


A marca de solado de sapato num lençol no quarto de onde Isabella foi jogada é, segundo os peritos, de Alexandre Nardoni.

Artigo enviado pela Anefac - Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade

Alta de 0,5 p.p.

A simulação da alta de juros nas operações de crédito

A elevação da taxa básica (SELIC) anunciada ontem pelo Banco Central de 11,25% ao ano para 11,75% ao ano terá um efeito muito pequeno nas operações de crédito como demonstrado abaixo.

Este fato ocorre uma vez que existe um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e as taxas cobradas ao consumidor que na média da pessoa física atingem 132,39% ao ano provocando uma variação de mais de 1.000,00% entre as duas pontas. Em algumas financeiras em linhas de empréstimo pessoal estas taxas chegam a atingir mais de 1.500,00% ao ano.

A fim de demonstrarmos o efeito da elevação nas taxas de juros descrevemos abaixo algumas simulações de crédito:


CREDIÁRIO DE LOJA
Compra de uma geladeira – preço à vista – R$ 800,00

Financiada em 12 vezes 0 + 12

Antes taxa de juros de 6,03% ao mês – 0+12 – R$ 95,58 - total R$ 1.146,96

Nova taxa de juros de 6,07% ao mês – 0 +12 – R$ 95,79 -total R$ 1.149,48

Elevação na prestação de R$ 0,21 ou R$ 2,52 no total

CHEQUE ESPECIAL
Utilização de R$ 1.000,00 por 20 dias

Antes taxa de 7,73% ao mês – R$ 51,53 de juros

Nova taxa de 7,77% ao mês – R$ 51,80 de juros

Elevação de R$ 0,27 no período

CARTÃO DE CRÉDITO
Utilização do rotativo de R$ 1.000,00 por 30 dias

Antes taxa de 10,37% ao mês – R$ 103,70 de juros

Nova taxa de 10,41% ao mês – R$ 104,10 de juros

Elevação de R$ 0,40 no mês

EMPRÉSTIMO PESSOAL BANCOS
Empréstimo no valor de R$ 1.000,00 por seis meses

Antes taxa de 5,32% ao mês - 0+6 – R$ 199,04 – total R$ 1.194,24

Nova taxa de 5,36% ao mês – 0+6 – R$ 199,29 – total R$ 1.195,74

Elevação de R$ 0,25 na prestação ou R$ 1,50 no total

CDC BANCOS
Compra de um veículo de R$ 25.000,00 em 60 meses

Antes taxa de 3,01% ao mês - 0+60 – R$ 905,26 - total R$ 54.315,60

Nova taxa de 3,05% ao mês – 0+60 – R$ 913,02 - total R$ 54.781,20

Elevação de R$ 7,76 na prestação ou R$ 465,60 no total

EMPRÉSTIMO PESSOAL FINANCEIRAS
Empréstimo no valor de R$ 500,00 por 12 meses

Antes taxa de 11,20% ao mês – 0+12 – R$ 77,75 – total R$ 933,00

Nova taxa de 11,24% ao mês – 0+12 – R$ 77,90 - total R$ 934,80

Elevação de R$ 0,07 na prestação ou R$ 1,80 no total

quarta-feira, 16 de abril de 2008

O Globo - Panorama Econômico - Míriam Leitão

Juros polêmicos
A decisão de hoje do Copom tem tudo para ser polêmica; seja ela qual for. Se os juros subirem, aumentará a tensão com a equipe econômica; se não subirem, o mercado dirá que houve interferência política. O Banco Central deu todos os sinais de que os juros vão aumentar, após três anos. A Fazenda já deu todos os sinais de que não gostaria que subissem. O mercado já fechou seu consenso, mas isso é o menos importante.

Os economistas que fazem parte das instituições financeiras gostam de pensar igual. Raramente aceitam divergir. No consenso, há menos riscos, então, mesmo quando há uma análise divergente, eles vão arrumando suas opiniões dependendo do que os outros estão pensando. Poucos são os que mantêm posições realmente independentes. Há um processo de retroalimentação: o Banco Central olha as projeções do mercado, e o mercado muda suas projeções conforme os sinais dados pelo BC, e quem não mudou de posição acaba seguindo a maioria. É por isso que, semana a semana, as previsões de juros no ano estão subindo; são os retardatários engrossando o coro dos que prevêem alta. O gráfico mostra o quanto as expectativas podem variar com o tempo.
A melhor forma, portanto, de discutir esta questão é esquecendo sinais do Banco Central e projeções de mercado, e olhando na direção da economia de fato. Os sinais do BC são de que os juros vão subir mesmo. Talvez 0,25 ponto percentual hoje. A dúvida ainda é quanto tempo vai durar este ciclo de alta e até que nível isso levará as taxas.

Há, realmente, uma pressão inflacionária. No acumulado em 12 meses, o IPCA subiu de 4,4%, em dezembro, para 4,7%, em março. Contudo, isso não pode ser um problema tão grande assim, afinal, a meta é fixada em uma banda. O problema é que a economia está dando vários indícios de aquecimento: três milhões de novos acessos de celulares apenas nos dois primeiros meses do ano, que não é época de aumento; vendas de automóveis crescendo há vários meses. Filas de espera para caminhões.

Só que não é a inflação de preços industriais o que está preocupando, mas, sim, a de alimentos. Existe uma inflação estrutural de alimentos que assusta o mundo e que foi o centro da discussão da reunião do FMI e do Banco Mundial na semana passada. Há, às vezes, aumentos sazonais de preços de alimentos, que ocorrem naturalmente e desaparecem tão rapidamente quanto surgiram, e sempre estão localizados em alguns produtos específicos.

Seja para a alta de alimentos estrutural do mundo — que leva a movimentos de rua no Haiti, à inflação de alimentos de dois dígitos na China, a um acumulado de 11% nesses preços no Brasil —, seja para as oscilações sazonais de preço, os juros podem fazer pouco.

O consumo que está sendo ajudado pelo crédito fácil também não deve ser muito afetado por este provável aumento nos juros. Para os brasileiros, anestesiados por taxas sempre altíssimas, uma elevação pequena não é capaz de convencer ninguém a suspender uma decisão de compra. É possível que os juros bancários subam muito mais por força da crise externa que pela elevação da Selic. Crédito concedido com funding em empréstimos externos tende a ficar mais caro.

Quem é contra o aumento da Selic no Brasil argumenta que os efeitos da alta seriam pequenos, com danos grandes, como o aumento do custo da dívida pública. Curiosamente, um artigo de Martin Feldstein, no “Wall Street Journal” de ontem, usou argumento semelhante — de que os danos potenciais seriam grandes e o benefício pequeno —, mas para defender a alta. Para ele, o maior risco é a inflação e a vantagem de retomar o crescimento é muito pequena.

O problema do Brasil não é que os juros vão subir 0,25 p.p. O problema aqui é por que a economia brasileira nunca consegue viver com taxas de juros parecidas com as do resto do mundo. Em raros momentos, não somos os campeões nesse quesito.
Quatorze anos depois da queda da inflação, o Brasil ainda precisa de juros nominais de mais de 11% para ter uma inflação beirando 5%. Alguns outros países, mesmo tão cheios de problemas econômicos, conseguem ter, por mais tempo, juros menores sem que isso ameace o controle da taxa de inflação.

Dinheiro público jogado fora

Reportagem de Isabela Martin na edição desta quarta-feira em "O Globo'' mostra que a sogra do governador Cid Gomes (PSB) e as mulheres de dois secretários estavam entre os sete passageiros do vôo fretado por R$ 388,5 mil para uma viagem de dez dias à Europa, em fevereiro.

A lista dos integrantes do vôo era mantida em sigilo e foi divulgada nesta terça, atendendo a requerimento do deputado estadual Heitor Férrer (PDT), que criticou o gasto com o frete e a carona às passageiras. Quando o requerimento foi aprovado, em fevereiro, Cid disse que não se submeteria à "demagogia barata" da oposição.

A viagem começou em 31 de janeiro e incluiu o carnaval. O grupo foi à Espanha, à Escócia, à Irlanda e à Alemanha. Além de Cid e da primeira-dama, Maria Célia, viajaram a sogra dele, Pauline Carol Moura, o secretário de Turismo, Bismark Maia, e a esposa, Gláucia Barbosa; e o secretário particular de Cid, Valdir Fernandes, que estava acompanhado da mulher, Samara Dias.

O deputado diz que requisitará ressarcimento ao erário das pessoas que não integram o governo.

O valor seria calculado dividindo-se o frete pelas três passageiras, ou seja: R$ 166,5 mil.

A viagem foi oficial. Segundo o líder do governo, deputado Nelson Martins (PT), Cid participou de uma feira de turismo em Madri e de dois seminários: um de fruticultura, na Alemanha, e um de energias alternativas, na Escócia. E teria mantido contatos com o Banco Mundial e outras instituições para atrair investimentos para o estado.

Ele não vê problema na carona que Cid deu à sogra.

Governo cochilou de novo

Senado convoca Dilma para falar sobre dossiê com gastos de FHC.

A Comissão de Infra-Estrutura do Senado aprovou, em votação "relâmpago", a convocação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para dar esclarecimentos sobre o suposto dossiê com gastos do governo Fernando Henrique Cardoso.

A ministra precisa comparecer em até 30 dias sob pena de crime de responsabilidade. A mesma comissão já havia convocado Dilma para falar sobre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento.

É bom que a ministra leia o Art. 13 da Lei nº 1.079, de 1950, conhecida como Lei do Impeachment.

Está lá:

“São crimes de responsabilidade dos Ministros de Estado:

...3. A falta de comparecimento sem justificação, perante a Câmara dos Deputados ou o Senado Federal, ou qualquer das suas comissões, quando uma ou outra casa do Congresso os convocar para pessoalmente, prestarem informações acerca de assunto previamente determinado.”

A pena para esses crimes, sempre de acordo com a Lei nº 1.079, vai desde a perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, até processo e julgamento por crime comum, na justiça ordinária, nos termos das leis de processo penal.

Também é bom que alguém presenteie a ministra Dilma com uma cópia da lei, para evitar maiores dissabores.

Salário Mínimo chegará até R$ 539, mas só em 2011

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2009, que irá ao Congresso Nacional nesta terça-feira (15), prevê o reajuste do salário mínimo para os próximos anos. Segundo os cálculos do governo, o salário mínimo, que subiu de R$ 380 para R$ 415 neste ano, pode subir para R$ 453 em 2009 e chegar em 2011 em R$ 539.

Na LDO, o Ministério do Planejamento lembra que existem duas regras para o reajuste do salário mínimo: a primeira pela variação do INPC e pelo crescimento do PIB per capita do ano anterior (sistema atual); e a segunda pelo INPC mais a variação do PIB real com dois anos de defasagem - que geraria ganhos maiores para os trabalhadores com o passar dos anos.

O Ministério informa que a LDO prevê a manutenção da regra atual (correção pelo PIB per capita), mas informa que há a possibilidade de que uma "legislação específica" fixe uma nova regra. Em seguida, lembra que o sistema proposto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), carro-chefe do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevê o reajuste do salário mínimo com base no PIB real.

Pela regra anterior, que ainda está contemplada na LDO, ou seja, pela variação do PIB per capita, o salário mínimo subiria de R$ 415 neste ano para R$ 449 em maio de 2009, para R$ 485 em maio de 2010 e para R$ 524 em maio de 2011. Pela nova regra, que está no PAC, o mínimo passaria de R$ 415 neste ano para R$ 453 em fevereiro de 2009, para R$ 492 em janeiro de 2010 e para R$ 539 em janeiro de 2011

Jornalista é preso

O jornalista Roberto Cabrini, da TV Record, está preso na 100ª Delegacia de Polícia, em São Paulo.
A informação dada por policiais da delegacia é que foram apreendidos com ele 10 papelotes de cocaína.

Atualização das 20h26 - Extra-oficialmente, a TV Record informa, por meio de um dos seus dirigentes, que Cabrini foi preso quando entrevistava um traficante. E que não estava de posse de drogas.

Caso Isabella: Pai e madrasta são culpados


Para a Polícia Civil de São Paulo e para o Ministério Público Estadual não há mais dúvidas: a menina Isabella Nardoni, 5, foi atirada do sexto andar do Edifício London, na noite de 29 de março, por seu pai, o estagiário de direito Alexandre Alves Nardoni, 29.


Com base em dados preliminares elaborados por peritos do IC (Instituto de Criminalística) e de legistas do IML (Instituto Médico Legal), os delegados e investigadores do 9º DP (Carandiru) responsáveis pelo esclarecimento do assassinato da criança também têm outra convicção: Nardoni jogou a filha do seu apartamento após a madrasta da menina, Anna Carolina Trotta Jatobá, 24, ter tentado asfixiá-la.


Leia a matéria publicada pela Folha de São Paulo, hoje, às 17h38.

Nas próximas horas, os responsáveis pelo caso pedirão à Justiça a prisão preventiva do casal. O juiz do 2º Tribunal do Júri, Maurício Fossen, o mesmo que decretou no começo do mês a prisão temporária --por 30 dias-- de Nardoni e de Anna, será o responsável pela análise do pedido da preventiva, já com base nas individualizações das ações de cada um na morte de Isabella.

Para peritos, legistas, investigadores e delegados, as agressões de Anna contra Isabella naquela noite de 29 de março fizeram com que ela desfalecesse, passando a impressão de que ela havia morrido. Na seqüência, ainda na interpretação dos responsáveis pelo caso, Nardoni a jogou pela janela e começou a tentar simular a invasão de seu apartamento.

Até o final da tarde desta terça, o advogado do casal Marco Polo Levorin não havia sido localizado pela reportagem para manifestar-se sobre a individualização do crime, segundo a polícia.

O relatório que a polícia irá apresentar à Justiça para o pedido da prisão preventiva do casal já está praticamente pronto. Somente os espaços para a indicação e descrição de cada um dos laudos que ajudaram a polícia a formar a convicção contra Nardoni e Anna estão em branco no documento.

Um dos laudos mais aguardados é o que apontará que, no momento em que Isabella foi jogada do apartamento do pai, tanto Nardoni quanto Anna estavam no local.

Outro documento dos peritos do IC será usado pelos policiais para afirmar à Justiça que Nardoni carregou Isabella no colo dentro do seu apartamento, após ela ter sofrido as agressões por parte da madrasta e ficar com um corte de aproximadamente dois centímetros na testa. A posição das gotas de sangue nos diversos cômodos do lugar dirão aos policiais qual o trajeto do pai com a menina no colo.

terça-feira, 15 de abril de 2008

CPMI dos Cartões Corporativos - acordão -

Parlamentares da base aliada do governo e da oposição chegaram há pouco a um acordo sobre os novos rumos da CPMI dos Cartões Corporativos. Primeiro, pedirão ao Tribunal de Contas da União (TCU) os relatórios de todas as auditorias feitas nas contas de cartão corporativo do governo, inclusive os sigilosos.

A condição imposta pelos governistas é que todos os dados sejam mantidos em segredo entre os parlamentares. Para tal, enviarão um requerimento ao gabinete de Segurança Institucional da presidência da República pedindo a relação de quais dados são e quais não são sigilosos.

O acordo foi firmado depois de quase três horas de reunião reservada entre parlamentares do governo e da oposição, o que atrasou o início da reunião, marcada para às 9h30. A idéia de tentar um consenso foi da presidente da CPMI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que ameaçou encerrar os trabalhos caso a comissão não aprovasse nenhum requerimento importante.

Ainda segundo o acordo, a CPMI pedirá técnicos do TCU para auditarem irregularidades nos relatórios que já foram recebidos pela comissão. Para dar mais agilidade às investigações, também serão formadas quatro sub-relatorias. Hoje, o único relator é o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).

O último consenso é adiar para amanhã as votações de requerimentos. 118 ainda devem ser analisados. Dentre eles, um que convoca José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, e Lurian, filha do presidente Lula, a deporem na CPMI.

Charge - Néo


segunda-feira, 14 de abril de 2008

Agenda Política de 14 a 19

Segunda-feira

* Caciques do PSDB e DEM se encontram em São Paulo para discutir formas de atuação conjunta. Nas palavras de Rodrigo Maia, presidente do DEM, "uma reunião para avaliar a conjuntura, o governo, a economia".
* Reunidos em Brasília, os petistas se preparam para a 11ª Marcha dos Municípios - que ocorre entre terça e quinta-feira desta semana.
* Será formada nesta semana uma comissão especial que vai analisar o mérito da reforma tributária. São 23 titulares e 23 suplentes. Leia mais em: Chinaglia deseja Palocci na relatoria
* O Senado começa a semana com seis Medidas Provisórias (MP) na pauta de votações. Nada pode ser apreciado antes delas. A primeira MP abre crédito extraordinário a diversos ministérios. Na Câmara, entre as MPs que obstruem as votações está a que eleva a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para o setor financeiro.

Terça-feira

* PDT, PTB e o bloco de apoio ao governo (PT, PR, PCdoB, PSB, PP e PRB ) devem indicar os nomes dos senadores que farão parte da segunda CPI dos Cartões Corporativos, exclusiva ao Senado. Pelo DEM farão parte da comissão Efraim Morais (PB) e Demóstenes Torres (GO). Pelo PSDB, a dúvida é entre Marconi Perillo (GO) e Álvaro Dias (PR). PMDB será representado por Romero Jucá (RR), Gilvam Borges (AP) e Valdir Raupp (RO). Dos 11 senadores que farão parte da CPI, apenas três serão de oposição.
* A primeira CPI dos Cartões Corporativos, a mista, se reúne para votar 118 requerimentos. Entre eles, um que tentará convocar o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e a filha do presidente Lula, Lurian da Silva.
* Ainda não há acordo para a votação do relatório do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que muda a tramitação das Medidas Provisórias (MPs). A comissão especial formada para analisar a proposta se reúne nesta terça para discutir e tentar votar o relatório.
* Começa a 11ª Marcha dos Prefeitos a Brasília em Defesa dos Municípios. O presidente Lula deve participar da abertura. O encontro vai até quinta-feira.
* Senadores recebem em plenário a presidente da Índia, Pratibha Devisingh Patil.

Quarta-feira

* CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas ouve os depoimentos do procurador da República na Primeira Região, Nicolao Dino de Castro e Costa Neto. O procurador falará sobre legislação para atuação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público Federal no combate ao crime organizado, e para o estabelecimento de limites ao uso da escuta telefônica legal.

Quinta-feira

* Lula vai a Belo Horizonte para lançamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Sábado

* Lula vai a Gana, na África Ocidental, para participar da 12ª reunião da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento. O presidente volta ao Brasil no dia 21.
* IV Congresso Nacional do PDT, no Complexo Turístico Bay Park, em Brasília. Filiados de todo o país participarão de palestras sobre saúde, educação e economia; e debates sobre alianças para eleições municipais de outubro.

Bom Dia Brasil: Caso Isabella

Há 16 dias o país inteiro faz a pergunta: quem matou a menina Isabella? A polícia diz que as investigações estão quase concluídas. Faltam os laudos do Instituto Médico-Legal (IML) e do Instituto de Criminalística.

Dezenas de testemunhas já foram ouvidas e outras ainda serão chamadas a depor. No domingo (13), pela primeira vez desde a tragédia, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá visitaram os dois filhos do casal na casa da avó materna.

As perguntas básicas da investigação ainda não foram respondidas – longe disso. Enquanto isso, outras perguntas vão surgindo. Ontem, Alexandre Nardoni e a mulher, Anna Carolina Jatobá, viram os filhos pequenos pela primeira vez desde que foram libertados.

Os filhos do casal estão na casa da família da madrasta de Isabella. Apenas Alexandre falou ontem com os jornalistas que estavam em frente à casa do pai dele.

Ainda não se sabe se eles passaram a noite na casa da família da madrasta de Isabella. Três carros saíram do prédio com os vidros totalmente escuros e não foi possível ver quem estava dentro.

O apartamento do pai de Anna Carolina Jatobá fica no nono andar de um prédio, virado para os fundos. O prédio fica em uma movimentada rua de Guarulhos. Segundo o porteiro, ninguém está autorizado a entrar – nem amigos e nem parentes.

Na casa do pai de Alexandre Nardoni, na Zona Norte de São Paulo, ninguém entrou ou saiu durante a madrugada. A última vez que o portão foi aberto foi com a chegada de um casal, no fim da noite de domingo. Eles se disseram primos de Alexandre, trouxeram várias sacolas e foram embora depois de 50 minutos.

Um pouco antes, às 23h, um carro entrou na garagem. Era do mesmo modelo que levou Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá até a casa dos pais dela, em Guarulhos. Mas, desta vez, não foi possível enxergar quem estava dentro do carro. As luzes da casa foram totalmente apagadas à 1h.

A movimentação foi grande na casa da família Nardoni durante todo o domingo. A polícia espera receber ainda esta semana os resultados dos laudos que podem apontar quem matou Isabella.

Na casa da família Nardoni, o fim de semana foi movimentado. No domingo (13), parentes carregaram caixas de leite e fraldas para um carro. É o mesmo carro que levaria Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá para o reencontro com os filhos, depois de dez dias de separação. Na saída, Alexandre até falou com os jornalistas.

“Bom dia”, disse Alexandre Nardoni aos jornalistas.

O casal foi direto para a casa do pai de Anna Carolina, em Guarulhos, onde estavam o bebê de 11 meses e filho mais velho, de 3 anos. Alexandre e Anna Jatobá passaram o dia no apartamento. No final da tarde, várias pessoas apareceram na sacada. Na delegacia que concentra a investigação, cinco vizinhos foram chamados para depor.

“Eu não ouvi briga nenhuma, gente. Eu estava na rua, cheguei depois”, contou uma testemunha.
Quinze dias depois do assassinato de Isabella, 48 pessoas foram ouvidas. Ainda há perguntas que precisam de respostas: de quem é a pegada encontrada no lençol do quarto de onde a menina foi jogada? O sangue encontrado em vários pontos do apartamento é de Isabella? Qual o resultado da análise das roupas usadas por Anna Carolina Jatobá na noite do crime? E o que causou a morte da menina?

Dependendo das respostas, a polícia diz que poderá pedir a prisão preventiva dos suspeitos.
“Isso é uma hipótese. Se for feito pela Polícia Civil, eu terei tempo suficiente para analisar todos os fundamentos, todas as provas até então obtidas, e me manifestarei”, afirmou o promotor de Justiça, Francisco Cembranelli.

“Desde o início, quando nós ingressamos neste inquérito, nós temos sustentado isso: a questão da precipitação. A falta de elementos que justificassem a decretação de uma prisão, seja da provisória, seja da preventiva”, disse o advogado do casal, Marco Pólo Lavorin.

A delegada que comanda a investigação vai decidir se convoca 22 pessoas apontadas como testemunhas pela defesa. Nos próximos dias, devem ficar prontos os laudos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico-Legal (IML). Com eles, a polícia poderá marcar a reconstituição do crime.

“Em princípio, [eles] vão participar”, confirmou o advogado do casal, Marco Pólo Lavorin.
‘Nosso objetivo é achar quem fez isso’, diz pai de Alexandre

A família Nardoni decidiu vender os dois apartamentos que tem no prédio onde Isabella morreu. O repórter César Tralli entrevistou, com exclusividade, o pai de Alexandre, Antônio Nardoni.

“Nós não temos condição nem de ir a um cemitério, nós não temos condição de levá-lo nem lá para visitar o túmulo da filha. Então, tudo isso é muito difícil. O que a gente vê são fotos e vídeos que nós temos alguns em casa”, contou Antônio Nardoni.

Antônio Nardoni, pai de Alexandre, conta que virou prisioneiro dentro de sua própria casa, onde estão o filho e a nora, Anna Carolina Jatobá.

“O filho e a sua nora deixaram a cadeia, mas a percepção que se tem é que eles vivem hoje uma prisão domiciliar?”, pergunta o repórter.

“Na verdade, eles e o resto da família. Então, na verdade todos nós estamos em prisão domiciliar, infelizmente. Mas espero que seja uma situação passageira”, comentou Antônio Nardoni, pai de Alexandre.

A lembrança da neta é o maior motivo de dor e comoção na família Nardoni.

“Em todas as festas, nós estávamos e ela adorava estar com a gente. Em casa, adorava estar com o pai, sempre gostou muito de ficar com o pai e com os irmãos. Então, para nós, essa falta é muito complicada, muito difícil. A gente não consegue falar disso, desculpe”, disse o pai de Alexandre Nardoni, emocionado.

Seu Antônio confirma que, logo depois da queda de Isabella, os pais dela não ligaram para o resgate. A família é que foi avisada.

“Talvez algumas pessoas estranhem esse tipo de comportamento. Nós temos uma regra dentro de casa, isso é desde criança. Meu filho hoje é um homem casado, tem filho. Então, desde quando eles saíram de casa, nós temos uma norma que é assim: quando você tem algum problema, um liga para o outro primeiro”, conta Antônio Nardoni.

Naquela noite, do outro lado da linha, era Anna Carolina Jatobá, a madrasta de Isabella.
“Ela estava muito nervosa, falando muito alto e dizendo que tinha acontecido alguma coisa com a Isabella, que dava a impressão de que a Isabella tinha caído ou tinha sido jogada. A partir daí, eu desliguei o telefone e saí correndo para lá. Eu fui um dos primeiros a chegar lá”, contou o pai de Alexandre Nardoni.

Logo depois, chegou a filha de Antônio Nardoni, Cristiane, a irmã de Alexandre. Ela estava num restaurante quando o pai ligou.

“Meu celular tocou, eu vi ‘meu pai’, e falei: ‘Vou atender’. Atendi e ele falava, mas não dava para ouvir. O barulho, a música era muito alta. Só ouvia que era alguma coisa relacionada a Isabella, mas eu não entendia o quê. Levantei da mesa e disse: ‘Aconteceu alguma coisa com a Isabella.
Vou no banheiro ligar para saber’”, disse Cristiana Nardoni, irmã de Alexandre.

Na segunda ligação, Cristiane teve certeza de que algo terrível tinha acontecido, mas ela nega que tenha dito qualquer coisa que pudesse incriminar o irmão.

“Eu só avisei: ‘Olha, aconteceu alguma coisa com a Isabella, eu não sei exatamente o quê, mas vamos embora que eu preciso saber o que está acontecendo’. E fui embora. Não falei nada em momento algum”, continuou a irmã de Alexandre Nardoni.

Pouco antes do crime, vizinhos ouviram uma violenta discussão entre Alexandre e a madrasta de Isabella, Anna Carolina. É o que diz a promotoria, com base em depoimentos de testemunhas. Mas Antônio Nardoni, pai de Alexandre, contesta a suspeita de uma briga entre o casal.

“Não houve briga, eu tenho absoluta certeza. Se alguém está dizendo que ouviu briga deve ter ouvido em algum dos prédios em volta e pode ter tido a impressão de que fosse lá, mas com absoluta certeza não teve nada disso”, afirmou o pai de Alexandre Nardoni.

A família Nardoni revelou que nunca mais voltará a morar no prédio onde Isabella morreu. Os dois apartamentos do sexto andar serão vendidos. Para Seu Antônio, esta é uma das poucas certezas diante de uma realidade ainda cercada de mistério e de um futuro incerto.

“Seu filho está totalmente disponível para investigação? Quantas vezes ele for chamado para depor?”, pergunta o repórter.

“Quantas vezes. Nós, desde o fato que nos fomos para o hospital, de lá fomos para o necrotério, falamos com a delegada, o apartamento está lá, as roupas estão lá, está tudo lá. Ou seja, em nenhum momento eles criaram nenhum obstáculo, porque o objetivo nosso é, realmente, chegar no final e achar quem fez isso”, finalizou Antônio Nardoni.

No domingo, três pessoas prestaram depoimento sobre o crime. Eram todos vizinhos do casal. Hoje a delegada que comanda a investigação decide se vai convocar as testemunhas indicadas pela defesa.

Charge - Milton César