sábado, 15 de dezembro de 2007

Entenda como a CPMF afeta nosso bolso

A decisão do Senado de não prorrogar a cobrança da CPMF até 2011 vai ter um efeito direto no bolso dos brasileiros a partir de janeiro.

Com o fim da contribuição, o brasileiro vai ter uma "sobrinha" a mais no Orçamento.

Isso porque a CPMF consumia 0,38% da renda do trabalhador - quem recebe R$ 1.000 por mês, por exemplo, pagaria R$ 3,80 de contribuição por mês e R$ 45,60 por ano.

Entretanto, o impacto da CPMF nas contas do trabalhador transcende os valores que são debitados de sua conta.

Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), ela afeta também os preços das mercadorias - em alguns casos, como o dos aparelhos eletroeletrônicos, a contribuição da CPMF para o preço final da mercadoria passa de 2%.

Portanto, se o consumidor adquire um computador de R$ 2 mil, ele poderia pagar R$ 1.960 pelo mesmo bem caso a CPMF não existisse.

Apesar disso, ainda não está claro, de acordo com economistas, se o fim da CPMF em janeiro vai ter uma influência imediata nos preços.

Entretanto, ela existe e o preço das mercadorias poderia, teoricamente, ser reduzido.

O instituto explica que, quanto maior é a cadeia produtiva de um determinado bem, maior é a influência da CPMF em seu preço final.

Isso porque, se há um grande número de fornecedores e de fases de produção, haverá mais transferências bancárias e descontos de cheque antes que um determinado produto atinja o consumidor.

Por isso, no caso dos alimentos "in natura", a influência da CPMF é bem menor, pois só produtor, revendedor e consumidor pagarão a contribuição.

Existe também um estudo mostrando o quanto cada profissional tem de trabalhar para pagar CPMF todos os anos - na média nacional, o brasileiro trabalha uma semana para pagar o tributo, segundo o IBPT.

Quem usa mais o sistema bancário para receber, paga mais - caso dos taxistas, por exemplo. De acordo com o IBPT, eles trabalham nove dias por ano para arcar com o custo de CPMF.

Um conselho que dos economistas para quem pretende movimentar grandes somas de dinheiro nos próximos dias é esperar até janeiro.

Isso porque apenas duas semanas de paciência pode, nesses casos, representar uma economia importante.

Exemplificando:

Se alguém for comprar um carro de R$ 20 mil e fizer a transferência do dinheiro ainda em dezembro, pagará R$ 76 de CPMF.

Se for comprar uma casa de R$ 100 mil, o valor a ser pago de CPMF é de R$ 380. Em janeiro, com o fim da CPMF, esses valores não serão mais cobrados.

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