Do Jornal do Brasil
Uma CPI apura na Assembléia Legislativa do Rio a extensão do poder das milícias na cidade. Para o presidente da CPI, deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), professor de História, milícias se caracterizam pelo domínio de territórios, de negócios nesses lugares, pela extorsão de taxas de segurança e, sobretudo, por sua representatividade política.
Segundo Freixo, a milícia reflete a realidade de todo crime organizado, como um braço deste.
– O crime organizado envolve uma questão econômica com desdobramento político – analisa Marcelo Freixo.
Para o parlamentar, em tempos de currais eleitorais, as milícias levam vantagens em relação ao tráfico de drogas.
– Traficantes mantêm controle de território nas favelas, mas nem sempre obtêm o controle de fato do voto. São um exército de esfarrapados. As milícias exercem controle mais eficaz e elegem os seus candidatos de fato.
Na CPi das Milícias, Freixo já enfrentou o constrangimento de ouvir o depoimento de duas testemunhas sob a presença intimidatório do colega parlamentar Natalino, irmão de Jerominho e suspeito como ele de liderar milícias
O juiz Luiz Márcio, da fiscalização do TRE, discorda de Freixo:
– Não vejo diferença de gravidade na atuação do tráfico ou das milícias. Para mim trata-de de crime de qualquer modo – diz o magistrado e recorda: – Tanto o tráfico quanto as milícias impõem seu poder pela crueldade. Basta lembrar o caso do jornalista Tim Lopes, morto pelo tráfico no Complexo do Alemão, e de um mais recente, dos jornalistas seqüestrados e torturados na favela do Batan, em Realengo, na Zona Oeste, onde há suspeita de que também seja o comandante da milícia o vereador Jerominho.
domingo, 13 de julho de 2008
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