Lucia Hippolito
Para o que se esperava de Sara Palin, não foi lá muito animado.
Sara Palin fazia o ar de dona-de-casa ocupada com as crianças, o marido que come gordura demais e o colesterol está alto, a hora do médico, da reunião de pais nas escolas. Além das aulas de musculação, evidentemente.
Sara Palin estava sempre descabelada, com os óculos meio fora do lugar, a camisa displicentemente fora da calça.
Pois bem. Hoje ela parecia Sophia Loren trabalhando num filme sueco. Amarrada, engessada, impedida de dar asas ao seu temperamento derramado. Em vez de um jeans, uma camiseta e um blazer (elegantérrimo conjunto, segundo Giorgio Armani), enterrou-se num terninho preto, brega e careta.
Uma Joe Badin de saias.
O problema é o voto enrustido, de lado a lado. Isto fez com que, por exemplo, Joe Badin não tenha saído decididamente a favor da união gay. Tanto ele quanto ela cortejaram o voto conservador que ainda está "no armário".
Não se tocou no voto racista. Um tema incômodo, no qual ninguém quer tocar. Mas no dia 4 de novembro vai aparecer, em sua face horrenda, pragmática e, infelizmente, eficaz.
No final, Sara Palin não deu o piti que era esperado, nem pagou os micos que se esperava.
Mas perdeu mais da metade do charme de sua espontaneidade.
Quanto a Joe Badin, velha raposa do Senado, controlou sua tradicional tendência à gafe e, ainda, sua quase irresistível tentação de debochar dos poucos recursos de sua adversária.
Enfim, não sei se houve ganhadores. Nem perdedores.
Talvez, pelo que se esperava de Sara Palin, no sentido de mobilizar a mídia, foi decepcionante.
Não pelo conteúdo, mas pelos efeitos que o marketing político esperava extrair.
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