Benefício deveria ser para todos os setores
As medidas deveriam ser mais gerais. A resposta do governo à crise é escolher setores que vão ser beneficiados, em vez de procurar medidas que beneficiem todos os contribuintes e todos os trabalhadores.
A redução do IPI dos carros beneficia quem compra carro zero, que é a classe média, os ricos. Os trabalhadores que não podem ser demitidos a partir desse acordo são os que trabalham nas montadoras. O resto dos trabalhadores brasileiros está sob o risco do desemprego.
Seria mais eficiente e justo abrir mão da arrecadação, por exemplo, reduzindo os pesados impostos que incidem hoje sobre a folha salarial. Isso reduziria o risco de o desemprego subir e aliviaria todas as empresas formais.
A queda de impostos para o setor de construção civil e material de construção tem chance de beneficiar um grupo maior de brasileiros, até porque vem depois de um plano habitacional dirigido aos mais pobres.
Em relação ao cigarro, o governo escolheu bem o produto que ele quer tornar mais caro. O cigarro custa tanto para a saúde pública e faz tão mal que o consumo deve mesmo pagar muito imposto.
Mas a indústria diz que a medida pode incentivar o mercado clandestino e o de contrabando no Brasil. O imposto do cigarro tem de ser alto mesmo, mas o governo também tem de combater o mercado clandestino. Do contrário, a medida fica sem efeito.
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