terça-feira, 5 de maio de 2009

Rio: candidata a Patrimônio Mundial


Jornal Bom Dia Brasil


Rio é candidato a Patrimônio Mundial das Nações Unidas.


É na categoria paisagem cultural que a cidade se candidata - um exemplo de integração entre o homem e a natureza.

Dia de luz, festa do sol, o mar brilhando, o trânsito intenso e a agitação nas ruas do Centro, a paz colorida das orquídeas e dos caminhos do Jardim Botânico.

É apenas mais um dia comum na cidade das mulheres douradas, na cidade que inventou o samba, na cidade onde nasceu a bossa-nova que conquistou o mundo com Tom Jobim e, claro, aquela garota que vem e que passa no doce balanço a caminho do mar.

Roberto Menescal, outro criador de clássicos da bossa nova como "O barquinho", com Ronaldo Bôscoli, acha que tudo no Rio de Janeiro inspira boa música.

“Fazíamos música para o que vivíamos. O Jobim tem milhões de músicas de mar, nós todos temos músicas de mar, porque era onde vivíamos”, diz o compositor Roberto Menescal.

Olhe a moldura ondulada do Pão de Açúcar, veja as curvas dos Arcos da Lapa, as montanhas de veludo, como as chamaram Bôscoli e Menescal.

Nós, brasileiros, que já nos acostumamos com a beleza do Rio, muitas vezes, não nos damos conta de quão extraordinária essa beleza é como tem uma história como nenhuma outra do mundo. A metrópole, hoje com onze milhões de habitantes, cresceu entre o mar, as montanhas e a floresta tropical.

Canibais e colonizadores se estranharam e se integraram aqui. Depois chegaram os africanos. Escravos e senhores se misturavam na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, retratada por Debret. Aqui a família real portuguesa procurou refúgio, foi acolhida e retribuiu fazendo do Rio a capital do vasto império lusitano.

O Jardim Botânico foi criado nessa época. É um dos lugares citados na candidatura do Rio a patrimônio mundial da Unesco.

No lançamento da campanha, ontem, estavam o governador, o prefeito, e representantes de entidades como o vice-presidente das Organizações Globo e presidente da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho.

“Nosso carnaval é a festa mais bonita e a maior do mundo. E por todo o resto que o Rio de Janeiro representa para a cultura do resto do Brasil: música, dança, artes plásticas", disse o presidente da Fundação Roberto Marinho José Roberto Marinho, no lançamento da candidatura.

É na categoria paisagem cultural que a cidade se candidata - um exemplo de integração entre o homem e a natureza.

Quer exemplo melhor do que o Parque do Flamengo? Outro: as imensas áreas verdes das montanhas da Tijuca, resultado de reflorestamento comandado por Dom Pedro II. A alegria do povo, na imensa arena do Maracanã. Um espelho do céu e do relevo carioca, na Lagoa Rodrigo de Freitas. As construções que atravessaram séculos, no Centro da antiga capital federal.

O Morro da Urca - o cartão-postal mais conhecido da cidade - cercado pelo mar, transformado em ponto de observação desta paisagem, de tirar o fôlego.

“Acho que o Rio tem que ser patrimônio mundial, porque ele é, mas para não deixar de ser. Na hora que se tornar, vai mexer nos brios e todo mundo vai pensar um pouco no Rio. Maltratamos muito a cidade”, comenta o presidente da Fundação Roberto Marinho José Roberto Marinho.

Não é concurso e a decisão ainda demora: a Unesco só se pronunciará em 2011.

Com ou sem o título, a cidade mostra, como poucos lugares no planeta, a harmonia que é possível entre a natureza e a intervenção humana.

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