sexta-feira, 19 de junho de 2009

II Seminário de Habilidades Sociais

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIABEU
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO UNIABEU
PROJETO DE EXTENSÃO E PESQUISA
PROFº ALBERTO ALVARÃES
17 JUN 2009

ELLYEL DOS SANTOS

II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HABILIDADES SOCIAIS

Durante os dias quatro (04) e cinco (05) deste mês do ano corrente, realizou-se na UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro – o II Seminário Internacional de Habilidades Sociais, organizado pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia Social (PPGPS) – UERJ e pelo grupo de professores pesquisadores filiados ao GT – Relações Interpessoais e Competência Social da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia – ANPEPP.

Coordenado pelos Professores Dr. Almir Del Prette e Dra. Zilda Del Prette, o evento contou com a colaboração de pesquisadores de várias instituições nacionais e internacionais. Estes, vinculados a programas de pós-graduação, desenvolvem, orientam e compartilham estudos com temática das habilidades sociais.

Diante do objetivo de compartilhar e fazer avançar as principais questões conceituais, empíricas e metodológicas das atividades interpessoais e das habilidades sociais em nosso país, o evento foi contemplado com mini-cursos, mesas-redondas, comunicações livres, mini-conferências e conferências. O evento também foi contemplado com a presença de especialistas do mundo inteiro. Brasileiros, argentinos, uruguaios, espanhóis, portugueses e americanos, marcaram presença.

Diante disto, a abertura do evento, realizada no Anfiteatro Central da UERJ, contou com a participação da Dra. Zilda Del Prette (UFSCar), contextualizando sobre o tema Habilidades Sociais: Um pouco de sua história no Brasil; a Dra. Maria Lucia Seidl de Moura (UERJ), discutindo as Habilidades Sociais: origem e a importância; e, por fim, Eliane Falcone (UERJ), presidente da comissão organizadora do evento, convergindo para o tema: A Necessidade de um Modelo Sócio-cognitivo para os Estudos das Habilidades Sociais.

Desta forma, foram feitas algumas anotações, por mim, em relação aos diversos temas abordados durante os dois dias do evento.

Segundo Del Prette, o campo teórico-práticos das Habilidades Sociais tem origem na Psicologia Clínica e do Trabalho, apesar de os programas de Treinamento de Habilidades Sociais serem tão aplicados na área da Psicologia. Desta forma, Del Prette conceitua Habilidades Sociais como sendo “...um campo com questões teóricas e práticas, cujos significados e desdobramentos são bem mais amplos e complexos do que pode sugerir um exame superficial.”

Concluiu-se, após diversos estudos, que indivíduos com bom relacionamento interpessoal são mais saudáveis, propensos em menor escala a doenças e, por conseguinte, mais produtivos no trabalho. Desta maneira, torna-se trivial que profissionais de diversas áreas sejam habilidosos, a partir de adquirirem competências e habilidades de relacionamento.

De acordo com Del Prette, o conjunto de habilidades sociais relevantes pode ser organizado em classes e subclasses de maior e menor abrangência. Assim, têm-se, as habilidades de comunicação, civilidade, assertivas de enfrentamento ou defesa de direitos e cidadania, empáticas e de expressão de sentimento positivo, sociais profissionais, sociais educativas, e, por fim, de automonitoria.

Conforme Caballo, professor da Universidade de Granada, Espanha, o século XX foi testemunha de notáveis conquistas em relação ao domínio das habilidades técnicas. A partir disto, o treinamento em habilidades sociais é a técnica escolhida hoje em dia em muitos campos.

Tópicos relevantes e discutidos no evento seguem arrolados a seguir. Segundo Del Prette & Del Prette,

• as habilidades sociais são aprendidas e contemplam as dimensões pessoal, situacional e cultural.
• possuir um bom repertório de habilidades sociais não garante, por si só, um desempenho socialmente competente.
• há diferença entre os conceitos de habilidades sociais e competências sociais. O primeiro se refere à existência de diferentes classes sociais de comportamentos sociais no repertório do indivíduo para lidar de maneira adequada com as demandas das situações interpessoais. Enquanto isso, as competências sociais têm um sentido avaliativo e, portanto, qualifica a proficiência de um desempenho e se refere à capacidade do indivíduo de organizar pensamentos, sentimentos e ações em função dos seus objetivos e valores articulando-os às demandas imediatas e mediatas do ambiente.

A partir de estudos empíricos, contestou-se que a maioria das pessoas não são felizes na sua vida social. Desta forma, dificilmente conseguirão ser felizes na vida geral. Segundo Fordyce, com base em estudos experimentais, propôs os fundamentos para ser feliz:
1- Ser mais ativo e manter-se ocupado;
2- Passar mais tempo em atividades sociais;
3- Ser produtivo em trabalho recompensador;
4- Organizar-se melhor;
5- Deixar de preocupar-se;
6- Diminuir as expectativas e as aspirações;
7- Desenvolver um pensamento positivo, otimista;
8- Situar-se no presente;
9- Ter bons autoconhecimento, auto-aceitação e auto-imagem;
10- Desenvolver uma personalidade sociável, extrovertida;
11- Ser autêntico;
12- Eliminar as tensões negativas;
13- Dar importância às relações íntimas;
14- Valorizar e comprometer-se com a felicidade.

Por outro lado, os problemas conjugais, a ansiedade social, a depressão, a esquizofrenia e a deliquencia são áreas patológicas que precisam de tratamento. É nesse momento que o Tratamento em Habilidades Sociais, é comumente empregado.

A falta de uma teoria geral que englobe, na prática, a avaliação e o treinamento das habilidades sociais é, talvez, uma das principais lacunas do tema.

Enfim, é um campo que precisa ser mais explorado e possuir mais fundamentação teórica para poder, assim, aplicar na prática de maneira eficiente e eficaz treinamentos que sondarão com excelência as habilidades sociais de cada indivíduo.

Nenhum comentário: