GERSON CAMAROTTI
Com o início do recesso parlamentar, foi deflagrada uma "operação abafa" para barrar qualquer tipo de punição ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).Esta operação retomou o clima de ameaças e intimidação. Mas dessa vez, não apenas entre governo e oposição, mas entre os próprios aliados.
O recado do PMDB foi repassado nos bastidores: ou todo mundo se acalma no recesso, ou todo mundo vai parar no Conselho de Ética. Foi uma advertência para senadores da oposição e até mesmo do PT. O grupo de Sarney já teria munição suficiente para fazer representação contra vários parlamentares. A estratégia é clara: se houver reação à iniciativa do presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), de barrar as investigações contra Sarney, haverá uma avalanche de processos contra muitos parlamentares.
Depois de cinco meses de crise institucional, Sarney passou a admitir arrependimento por ter disputado o comando da Casa no início do ano. Em conversas reservadas, ele passou a reconhecer que a decisão foi um erro político. Até porque colocou a sua família no foco da crise. Mas agora, ele avalia que está obrigado a enfrentar no cargo esse processo. Nesses últimos dias, Sarney chegou a conclusão que qualquer tipo de recuo, neste momento, terá um reflexo negativo não só para ele, mas também para sua família.
Nesse fim de semana, o presidente do Senado colocou em prática a estratégia de esvaziar o noticiário e viajou para o Maranhão. Ficará o recesso parlamentar em sua mansão, na Ilha de Curupu, para ajudar na estratégia de abafar os escândalos.
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