No Congresso, começam as discussões. Quando está em jogo a própria causa ou a causa própria, eles legislam em causa própria.
Ontem, o presidente da Câmara já avisou, antecipando a frustração da cidadania, que vai ser difícil passar assim, que vão "flexibilizar", que é o eufemismo hipócrita para substituir o verbo "amolecer".
Vão sujar à vontade da ficha limpa. Vão se lixar para um caminhão de assinaturas, saídas do âmago deste país imenso, todos os dias indignado com a corrupção.
E já começou: até o presidente da OAB opina ao lado dos políticos que não querem o alvejar da política. Como sugeriu o presidente da Câmara, o presidente da OAB se alinha à ideia de que só vale o condenado em algum tribunal coletivo.
E, como se sabe, um processo pode levar anos para sair julgado de um tribunal, demorar mandatos.
Esses que querem a ficha meio suja não acreditam nos juízes de primeira instância, que são, me desculpem desembargadores e ministros de tribunais superiores, os que mais trabalham, os que mais se dedicam a administrar a Justiça. Parece que esses que admitem a ficha meio suja não usam ler a constituição ou pulam o Artigo 37, onde está escrito, como exigência para o serviço público, a moralidade.
Mas, pelo menos, a iniciativa é boa!
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