Autoestima: Um estudo de caso em discentes do curso superior
Alberto Carlos Teixeira Alvarães*
Entre os meses de outubro e novembro de 2008 no Centro Universitário Uniabeu, Campus Belford Roxo, no Rio de Janeiro, foi aplicada a pesquisa com temática relacionada à autoestima dos discentes de dez cursos de graduação desta instituição, etapa referente ao desenvolvimento do Projeto de Extensão CDHU (Centro de Desenvolvimento Humano Uniabeu).
Antes de qualquer informação ser tratada aqui, devemos entender alguns fundamentos para solidificar nossa compreensão em torno de peculiaridades do contexto.
As questões do instrumento da pesquisa, questionário, que foi utilizado para corroborar os dados analisados, abordam os elementos que influenciam a autoestima do sujeito tanto na dimensão existencial quanto na dimensão profissional.
Elementos como aparência física, segurança financeira, vigor físico, estabilidade no emprego, vigor mental, reconhecimento de autopotencial, realização profissional , autoestima de si em relação à autoestima dos outros, inteligência, definição de metas de vida, felicidade, submissão, ansiedade, solidão, preocupação com as outras pessoas, relacionamento interpessoal, atenção dos outros e resiliência na mudança, foram abordados na pesquisa.
Na dimensão existencial, a fundamentação teórica escolhida abrangeu os conceitos de super-homem e vontade de poder de Nietzsche, e a hierarquia das necessidades de Maslow, isto é, se o sujeito experimenta dificuldades de atingir a condição de ser potência, de superação, do conceito de super-homem em Nietzsche, poderá estar, segundo a teoria de Maslow, carente da satisfação de suas necessidades sociais e de estima pelos outros. Nesses níveis, sendo eles intermediários, o ser humano está submetido tanto a estímulos externos quanto internos. Pode-se prover que se, de alguma maneira, o ser humano não estiver consciente desses fatores internos ou, até mesmo, redireciona-los para o exterior contra ele mesmo, estará provavelmente extirpando as suas possibilidades de autorealização, de potência, pois não logrará motivação própria para isto.
Agora, na dimensão profissional, foram utilizados os conceitos de crenças limitantes de O’Connor. Segundo este conceito, as crenças são generalizações que fazemos sobre todos os elementos que nos envolvem e que acreditamos ser verdadeiros, pelo menos, para nós. Outro ponto relevante trata-se da teoria motivacional de Herzberg, que discute a problemática de haver fatores que causariam insatisfação e aqueles que seriam responsáveis pela satisfação no ambiente de trabalho.
Contudo, após a catalogação dos dados pode-se analisar que alguns quesitos merecem maior atenção.
Sobre o contexto Inteligência, observou-se que 67% dos respondentes não estão satisfeitos com sua atual capacidade intelectual, enfatizando que apenas 6% estão plenamente satisfeitos. Isso é um problema.
No ponto Metas de Vida, a situação se mostra mais calma. Entre os entrevistados, 65% afirmaram possuir metas de vida claramente definidas. Entretanto, 48% evidencia satisfação com as realizações de seu passado, e apenas 30% demonstraram estarem satisfeitas com as realizações no presente. Mas em relação ao âmbito profissional, 25% dos entrevistados se consideram realizados, 41% não estão realizados e apenas 49% reconhecem em si o potencial para esta realização.
Agora, o item Atenção dos Outros aponta entre os respondentes que há uma “falta de atenção” dos diversos grupos como amigos (6%), parentes (24%), professores (27%) e sociedade em geral (27%) em relação àqueles.
Em termos de Ansiedade, pode-se constatar que 49% dos respondentes se sentem muito ansiosos no seu dia-a-dia, mas apenas 24% declararam não se sentirem ansiosos.
Medos, elementos como mudanças na vida, morrer, magoar as outras pessoas e errar no julgamento do que é certo ou errado, representaram respectivamente 24%, 30%, 33% e 53%. Isso significa que as pessoas optam por manter um relacionamento pacífico com os outros componentes do seu grupo.
Agora, foi nas Necessidades Básicas que se verificou uma maior relevância de preocupação: 79% dos respondentes classificam como mais importante a situação financeira e 70% a estabilidade no emprego. Neste quesito são constatados números robustos ligados à carreira e ao contexto financeiro.
Quanto ao Reconhecimento de Qualidades, foi constatado que apenas 8% responderam ter mais defeitos do que qualidades e menos da metade, isto é, 48% declararam ter mais qualidades do que defeitos.
Em suma, considerando todos os elementos levantados nas diversas questões é possível mensurar que entre os respondentes 50% deles, isto é, metade das pessoas que responderam ao questionário apresenta uma autoestima alta, seguida de 31% com autoestima indiferente e 19% de autoestima baixa.
Portanto, os números são infelizes, mas acredita-se que a cada dia as pessoas buscam mais e mais sua satisfação interna e externa. Entretanto, é uma pessoa com autoestima alta que tem o controle da sua própria vida, sente-se confiante em lidar com os contratempos e almeja alcançar sucesso na vida pessoal e profissional.
* Professor Alberto Carlos Teixeira Alvarães é autor-pesquisador e orientador da pesquisa com a colaboração dos bolsistas Ellyel dos Santos e Taisa Zeca Val Passos.
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