segunda-feira, 22 de março de 2010

Falta trabalhador

Coluna da Miriam Leitão, O Globo, de ontem.

(...)Começou a faltar trabalhador qualificado. A indústria da construção pesada está sentindo falta de engenheiros, técnicos e operadores de máquinas. Na tecnologia da informação faltam 100 mil profissionais. Mas há setores que dizem que o país nem voltou ao nível de atividade de antes da crise. O país vive a contradição dessa transição: há setores retardatários e outros onde falta gente para contratar. (...)

(...)O sociólogo José Pastore escreveu um artigo, dias atrás, comemorando e ao mesmo tempo alertando para o risco de falta de trabalhadores qualificados.

— No Brasil é assim, quando o crescimento é de 4,5%, falta trabalhador qualificado, quando é de 5,5% a 6%, como este ano, falta trabalhador de forma geral, qualificado ou não — disse.

(...)O setor de tecnologia da informação está passando aperto por falta de gente. A Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) acha que este ano haverá falta de 100 mil trabalhadores no setor e isso pode chegar a 200 mil em 2013. O setor tem um ritmo de crescimento muito superior ao resto da economia e o ritmo de formação de novos profissionais em universidades e escolas técnicas é muito baixo.

— Em 2009 tivemos um crescimento de 9% e este ano podemos chegar a 20%. O número de vagas nas universidades federais e escolas técnicas ficou congelado no governo anterior — disse Sérgio Sgobbi, diretor de recursos humanos da Brasscom.

(...)As empresas têm também que investir pelo menos um ano em treinamento, logo após a contratação do técnico, porque a tecnologia muda com muita velocidade.

O volume de crescimento de exportação de softwares impressiona. Em 2008, houve crescimento de 75%, chegando a US$ 2,2 bilhões. Em 2009, saltou para US$ 3 bilhões. A Brasscom quer montar parcerias com o governo para a formação de pessoal.

— Um dos projetos se chama DNA em TI, que vai ser implantado em 71 escolas federais para que os alunos tenham aulas de tecnologia da informação — diz Sgobbi.

Nem bem o país saiu de um problema, já entra no oposto. Nem bem saiu da recessão, já está com dores do crescimento, como a escassez de mão-de-obra.

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