Agência Estado
O aumento do juro básico da economia brasileira, a taxa Selic, anunciado nesta quarta-feira (28) pelo Banco Central é o início da terceira rodada de aperto monetário conduzido pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar da alta anunciada hoje, de 8,75% para 9,5% ao ano, o balanço do atual governo nos juros é positivo: a Selic acumulava queda de 16,25 pontos porcentuais nos sete anos e três meses do governo, de 25% para os 8,75% que vigoraram até hoje.
Quando Lula começou o governo em 1º de janeiro de 2003, a taxa Selic estava em 25% ao ano e o Brasil ainda sofria com a crise do ano anterior, quando as eleições causaram nervosismo e apreensão no mercado financeiro com o temor de mudança na política econômica. Após altas nas duas últimas reuniões do BC no governo anterior, Henrique Meirelles continuou o ciclo e subiu o juro nas duas primeiras reuniões do governo Lula. A postura foi importante para reconquistar a confiança do mercado, o que permitiu iniciar a primeira sequência de queda do juro poucos meses depois, em junho de 2003.
Em 2004, com a economia a todo vapor, os preços começaram a subir e o Comitê de Política Monetária (Copom) se viu obrigado a subir a taxa Selic naquele que seria o primeiro ciclo de aperto iniciado e encerrado na gestão Meirelles. Na ocasião, a taxa passou de 16% para 19,75% ao ano. Quatro meses depois de terminado o ciclo, o BC começou o mais longo período de redução da Selic da história no Brasil: foram 18 cortes seguidos em dois anos, entre os meses de setembro de 2005 e 2007. Ao todo, a taxa caiu 8,50 pontos porcentuais.
O segundo ciclo de alta do juro básico foi meses antes do estouro da crise de 2008. Em quatro reuniões, o BC aumentou a Selic em 2,50 pontos entre abril e setembro daquele ano para conter a velocidade da economia. Mas com a crise, a sequência foi interrompida e o juro passou a cair entre janeiro e julho de 2009 até atingir o patamar de 8,75% ao ano.
No jogo de forças entre aumentos e cortes da Selic no atual governo, a vantagem é da redução da taxa: já foram 32 reuniões com corte e 15 encontros com aumento desde o início de 2003.
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