O Banco do Brasil, maior instituição da América Latina em ativos, disse que seu lucro recorrente mais que dobrou no quarto trimestre com o crescimento da carteira de empréstimos. O aquecimento do consumo e alta de salários tem impulsionado o crédito no país.
O lucro recorrente passou de R$ 1,82 bilhões no quarto trimestre de 2009 para R$ 3,7 bilhões nos últimos três meses do ano passado, segundo um comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários. O lucro líquido incluindo os eventos extraordinários foi de R$ 4 bilhões, 3,7% menor que o registrado no mesmo período de 2009.
O crédito no país chegou a R$ 1,7 trilhão em dezembro, um aumento de 20% no ano. A taxa de desemprego no nível mais baixo da história e alta de salários tem alimentado a demanda por empréstimos, tanto de empresas quanto de pessoas físicas. O Produto Interno Bruto provavelmente cresceu 7,3 % no ano passado, a maior expansão em mais de duas décadas, segundo estimativas do Banco Central (BC).
Para 2011, carteira de crédito pode ser ainda maior
O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a expansão do crédito no Brasil deve arrefecer para algo entre 10% e 12% este ano, com os efeitos do aumento de depósito compulsório e requerimento de capital determinados pelo BC em dezembro para conter os empréstimos e ajudar no combate à inflação. Em relação a novembro, os empréstimos totais avançaram 1,6%, a menor expansão desde julho, já refletindo os impactos das medidas do BC.
A carteira de crédito do Banco do Brasil cresceu 19% para R$ 358,4 bilhões. Os ativos totais chegaram a R$ 811 bilhões, um crescimento de 14% em relação a dezembro de 2009, segundo o comunicado divulgado na quinta-feira. O Banco do Brasil projeta crescimento entre 17% e 20% de sua carteira no país, depois de um aumento de 19% para R$ 337,9 bilhões em 2010.
O índice de inadimplência do banco medida por atrasos superiores a 90 dias, caiu de 4,4% em dezembro de 2009 para 3,2%.
No quarto trimestre, o banco teve R$ 460 milhões de lucro extraordinário referente à eficiência tributária e R$ 231 milhões de despesas com demandas cíveis referentes a planos econômicos, disse o banco.
As ações do banco se valorizaram 3,5% nos últimos 12 meses, superando os 0,4% de ganho do índice Ibovespa.
BB quer agências em todas as cidades brasileiras até 2015
O Banco do Brasil (BB) tem como meta agências abrir agências próprias em todos os 5.565 municípios brasileiros até 2015. Para isso, a maior instituição financeira do país deve abrir postos de atendimento em cerca de 1,8 mil cidades em que ainda não contam com a bandeira da estatal.
Só este ano, o BB abrirá 600 agências em todo país, segundo informou Aldemir Bendine, presidente do banco. Ele disse que, dessas agências, 200 serão convencionais; 150 serão para atendimento a clientes especiais, principalmente de alta renda (no chamado segmento prime); e 250 agências complementares.
Bendine disse as agências complementares são a grande aposta do Banco do Brasil para ampliar a presença no país. Ele explicou que postos desse tipo são menores que os pontos convencionais de atendimento, mas com estrutura para saques, depósitos, pagamento de contas e presença de funcionários do banco para informações sobre investimentos e linhas de crédito.
“As agências complementares fazem parte do nosso plano de estar em todos os municípios do país em quatro anos”, disse Bendine, após a divulgação do balanço do Banco do Brasil de 2010. “Essas agências fazem o mesmo que os correspondentes bancários, mas também têm gente para a educação financeira dos clientes.”
O número de agências que devem ser abertas em 2011 é três vezes maior do que o de agência sinauguradas em 2010 (200). O número de contratações de funcionários, entretanto, deve ser menor este ano. Bendine afirmou que pretende admitir 4 mil funcionários, contra 6 mil contratações no ano passado.
Além das agências no Brasil, a estatal deve também ampliar a presença no exterior. A internacionalização é outra prioridade do banco para este ano, de acordo com o vice-presidente de Finanças, Ivan de Souza Monteiro. Segundo ele, o BB deve finalizar em breve o processo de aquisição do Banco da Patagonia, da Argentina. Também deve anunciar a compra de um banco de pequeno porte nos Estados Unidos, além de iniciar operarações em países da África.
Com o crescimento, o banco espera expandir sua atuação pela América Latina e planeja fazer novas aquisições neste ano. No alvo da meta do banco estatal de ampliar sua presença no exterior, estão os mercados do Chile, Equador, Colômbia e Peru, disse o vice-presidente da área internacional, Allan Toledo.
Nesse processo de internacionalização, o BB quer se tornar a instituição financeira de referência para a comunidade brasileira que vive fora do país. Também pretende apoiar a expansão dos negócios de empresas nacionais para fora do território brasileiro.
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