quarta-feira, 28 de maio de 2008

Saldo negativo para oposição

A CPMI dos cartões corporativos vai terminando de acordo com o script. Nenhuma surpresa, nenhuma novidade.

Para compor a CPI, o governo escolheu a dedo. Só membros do baixíssimo clero. Deputados e deputadas, senadores e senadoras e muitos suplentes, todos de quinto escalão.

A estratégia da base governista para matar a CPI era: fazer valer a maioria; recusar a aprovação de todos os requerimentos incômodos; blindar a principal responsável pelo dossiê, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef; desqualificar todos os depoimentos inconvenientes que porventura viessem a ser prestados.

E as táticas para atingir o objetivo foram as mais rasteiras: grosserias, gritarias, exibição de truculência, valeu tudo. Deputados prepotentes, mal-educados, desinformados. Deputadas descabeladas a gritar e a fazer caretas, senadores e senadoras à beira da histeria.

Parlamentares do baixíssimo clero desesperados para aparecer na mídia, loucos por um holofote e prontos para fazer um favor ao governo. E doidos para serem credores do governo Lula.

A estratégia revelou-se um sucesso completo. Nada se apurou, praticamente ninguém foi incomodado, quase ninguém foi convocado.

Também aí só apareceu o quinto elenco. Funcionários subalternos, fossem eles titulares de órgãos importantes da Presidência da República, como a CGU e o GSI. Subalternos.

Tudo ia muito bem, até que o PT decidiu dar sua colaboração. Como o partido gosta de viver perigosamente, ficamos sabendo que quem vazou o dossiê com as despesas pessoais do ex-presidente Fernando Henrique e da ex-primeira dama Ruth Cardoso foi... um petista histórico, vejam só!

O PT não falha.

Até agora, tudo dentro do script. O governo se comportou como governo, a maioria fez valer sua maioria. Nada a reclamar.

Quem fez um papelão foi a oposição. Mais uma vez...

Talvez já sabendo que também o governo Fernando Henrique não poderia explicar muitas das despesas que seus ministros fizeram com dinheiro público, oposição e governo acertaram um acordão para matar a CPI desde o nascedouro. Nada era para valer.

As estrelas da oposição passaram longe da sala da CPMI. Não se interessaram pela investigação. Também decidiram entregar as vagas na CPI ao seu próprio baixo clero, só para cumprir tabela.

Papelão!

O governo fez o seu papel. Quem deu vexame foi a oposição.

Mais uma vez...
(Texto extraído do comentário da Lucia Hippolito à CBN)

Um comentário:

Anônimo disse...

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