Comentário da cientista política Lucia Hippolito à CBN
Reina grande expectativa nas assessorias de candidatos quanto à reunião do STF marcada para hoje à tarde. O Supremo vai decidir sobre os políticos de ficha suja: podem ou não ser candidatos?
É improvável que o Supremo contrarie a decisão do TSE (4 a 3) a favor do direito de todo mundo se candidatar até transitado em julgado, isto é, até o último recurso.
A tradição é de o STF acompanhar as decisões da Justiça Eleitoral.
A importância da decisão de hoje é enorme para o eleitorado brasileiro, pois os partidos não filtram as candidaturas, e o sistema eleitoral distorce inteiramente a vontade do eleitor.
Graças ao voto proporcional, à permissão de coligações em eleições proporcionais (vereador e deputado) e a um mecanismo absolutamente perverso de distribuição das sobras eleitorais, o eleitor sabe em quem vota, mas não tem a menor idéia de quem foi eleito com o seu voto.
É injusto, portanto, jogar toda a responsabilidade nos ombros do eleitor. O partido não barra as candidaturas com ficha suja, o TSE não consegue proibir, a Justiça é lenta, o foro privilegiado beneficia infratores de todos os tipos, e o eleitor é que tem que fazer a triagem? Injusto, muito injusto.
Por isso, mesmo que o STF confirme a decisão do TSE, garantindo aos políticos de ficha suja o direito de se candidatar, é fundamental acelerar a publicação das listas de processos respondidos pelos candidatos e divulgá-las ao máximo, para ajudar o eleitor em sua escolha.
Mesmo que a decisão do STF frustre as esperanças daqueles que querem ver os políticos de ficha suja fora da política, é importante não esmorecer.
Um dia, a gente ganha.
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