De Ruth de Aquino no site da revista ÉPOCA
(...) A vitória de Paes não surpreendeu. A surpresa foi ter vencido por tão pouco. O milagre quase inexplicável é como Gabeira começou a disputar a eleição com 5% de preferência do eleitorado sem sair disso por meses, chegou ao primeiro turno com 25% e acabou a eleição com quase 50%. Paes saiu de 35% no primeiro turno para pouco mais de 50% no segundo, com um arco de 11 partidos unidos em torno dele.
É evidente que Gabeira não pode mais ser considerado um porta-voz dos ricos e escolarizados. O Rio de Janeiro, é óbvio, não tem metade de sua população encaixada nesse perfil. Longe disso. Gabeira representou um voto de protesto contra a política tradicional e seus ranços, um voto de confiança na honestidade, no bom humor e na independência.
Partindo dessa votação mais do que expressiva, Gabeira pode sonhar ou batalhar para se tornar senador ou governador em 2010. Será que não foi melhor para Gabeira perder essa batalha, para depois ganhar a guerra? Esta foi uma derrota eleitoral, mas uma vitória política. Gabeira saiu muito maior desta eleição do que entrou. Se ele tivesse ganhado, também seria por uma margem pequena.
Assumir a prefeitura sabendo que metade da cidade não votou em você é um tremendo desafio. Pior ainda é ganhar contra o candidato de Cabral e Lula, no sentido prático da gestão.
Leia mais em "Amanhã, posso voltar a usar bermuda e chinelo"
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