Texto escrito por Caroline Guimarães Kallaun.
As Revoluções Inglesas do século XVII representou um marco na vida européia. Pela primeira vez na história do continente, a burguesia, aliada à pequena nobreza, assumiu o poder e lançou as bases para a consolidação de uma nova ordem, que se expressou pela hegemonia do parlamentarismo.
Essa transformação exigiu uma série de rupturas. Os vários conflitos do período podem ser divididos em dois momentos. O primeiro teve início com a Revolução Puritana, em 1640, e foi responsável pela execução do rei Carlos I e a instalação do governo republicano de Cromwell. O segundo, em 1689, conhecido como Revolução Gloriosa, completou o processo político liderado pela burguesia.
Naquela época, o reino era do rei. Por isso, as diversas transições de poder se efetuaram de maneira muito complexa na Inglaterra. Em 1588, o governo pertencia a Elizabeth I, esta sem herdeiros diretos, depois de sua morte, em 1603, o governo foi passado para seu primo, Jaime Stuart, Jaime I, rei da Escócia.
Uma relação conflituosa entre o monarca e seus súditos agravou as coisas em 1610. Motivo disso, era a fuga do controle financeiro do Parlamento, além de impor medidas como monopólio real sobre as indústrias de tecidos. Resultado: muitos ingleses migraram para a América do Norte.
Jaime Stuart morre em 1625. Dessa maneira, seu filho Carlos Stuart torna-se rei da Inglaterra e da Escócia. No dia de sua posse, ele foi obrigado a assinar um documento titulado Petição de Direitos, proibindo a intervenção da Coroa em assuntos sem prévia aprovação dos parlamentares. Ele acabou sendo igual a seu pai, autoritário, principalmente nas esferas econômicas e religiosas. E isso não agradou a muita gente.
Conquistou a insatisfação popular. Conflitos religiosos e econômicos acabaram gerando uma crise política. Pressionado, pelos representantes do povo que defendiam reformas e eram oposição sistemática às da Coroa, perdeu o controle da crise e prendeu alguns líderes de oposição, invadindo o Parlamento. Essa demonstração de força precipitou em uma guerra civil, que se estendeu de 1642 a 1651. Isso mesmo, nove anos de guerra civil na Inglaterra.
A sociedade era polarizada. De um lado estava Carlos I, apoiado pelos lordes e pela dissidência da pequena nobreza e do outro lado, a Câmara dos Comuns, falando em nome do conjunto da população inglesa.
Dessa forma, inicia-se a Revolução Puritana.
Em meio à guerra civil, os presbiterianos (partidários dos Comuns) assumiram o Parlamento, enquanto o Exército de Novo Tipo, conquistava terras para os Comuns.
Em 1646, terminou a primeira fase da do conflito. O resultado foi desastroso para Carlos I.
Decapitado por inimigos, o trono passou por diversos governos.
A história da República Puritana acaba com a tomada do poder pelos contra-revolucionários, nobres realistas aliados à oposição presbiteriana e com a proclamação de Carlos II, filho do rei decapitado, como soberano da Inglaterra e da Escócia. Inicia-se, portanto, o período conhecido como Restauração Monárquica.
Coroado pela aristocracia e pela burguesia, Carlos II em seu governo expandiu o comércio, a indústria e a ciência. Apesar de atritos continuarem existindo entre o rei e o Parlamento.
Em 1685, Carlos II morre e o trono, nesse “processo de rodízio”, passa para seu irmão Jaime II. Este, partidário da religião católica, logo se tornou impopular.
O segundo momento dos conflitos ingleses caracteriza-se por problemas que, infelizmente, são ainda comuns nos dias de hoje. Ele, o rei, tentou isentar os católicos do pagamento de algumas taxas, impostas a eles por motivos religiosos, e indicou líderes para cargos importantes do governo e foi afastado por um golpe de Estado conhecido como Revolução Gloriosa.
Não houve derramamento de sangue ou desordem sociais que pudessem possibilitar o ressurgimento de exigências revolucionárias democráticas, o Parlamento estabeleceu um acordo com o presidente Guilherme de Orange, chefe do governo da Holanda.
Ao assumir o governo, Guilherme estabeleceu uma nova roupagem política, com caráter liberal, o capitalismo se desenvolveu livremente.
E, a partir de então o novo perfil inglês começou a modificar, principalmente, no campo da industrialização. Afinal, a Inglaterra foi a pioneira da Revolução Industrial tornando política e economicamente acessível ao desenvolvimento necessário para garantir investimentos na atividade industrial.
Foi o ponta-pé para o desenvolvimento industrial. Graças às revoluções que aconteceram no século XVII.
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