O Congresso, ontem, se despediu da presidência de dois grandes parlamentares: Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara e Garibaldi Alves Filho, presidente do Senado.
Foi um período em que enredaram-se em CPIs que não deram em nada, disputas entre governo e oposição por conta de dossiês produzidos na Casa Civil e tentativa frustrada (até agora) de recriação da CPMF.
Mas é justo considerar positiva a atuação dos presidentes das duas casas.
Na Câmara, Arlindo Chinaglia é muito superior aos dois presidentes que o antecederam.
Arlindo Chinaglia foi cuidadoso, moveu-se com cautela, prestou atenção à própria biografia. Tentou se equilibrar entre as ordens do Planalto e a necessária independência da Câmara.
Jogou um pouco para a platéia, ameaçando cortar o ponto de deputado faltoso. Quis porque quis contrariar a maioria no segundo semestre do ano passado, fingindo ignorar que era um ano eleitoral e que o recesso branco era uma realidade.
Percebeu que a Medida Provisória estava matando o Legislativo brasileiro e tentou encontrar um ponto de equilíbrio entre as demandas do Planalto e a autonomia do Legislativo.
Chinaglia tem pretensões a voos mais altos.
Enquanto isso, no Senado, Garibaldi Alves foi eleito para completar o mandato de Renan Calheiros, que renunciou depois de ter mergulhado o Senado na mais completa desmoralização.
Garibaldi não parece ter amantes, nem filhos fora do casamento, nem bois voadores. Cara de bonachão, tem oratória antiquada. Mas de bobo não tem nadinha de nada.
Com muito mais independência do que Chinaglia, Garibaldi vem alertando seguidamente o governo sobre o excesso de Medidas Provisórias. Avisou que a CPMF não passaria no Senado. Avisou que a recriação da CPMF também não passará. Conhece a casa que presidiu.
Mas Garibaldi foi crítico também em relação aos senadores. Considerou medíocre a CPI dos cartões corporativos (e seus pífios resultados), alertou para o risco de banalização das CPIs.
Realmente, foram dois presidentes muito diferentes.
Diferentes para melhor.
Ontem, em discurso de despedida de ambas as Casas, se emocionaram.
Em suma, Chinaglia e Garibaldi formaram uma dupla dinâmica.
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