Destaco o comentário da Míriam Leitão, hoje, pela manhã no jornal Bom Dia Brasil.
O tombo foi enorme e generalizado. Só dois setores ficaram na linha. O setor de bens de capital chegou a cair 24% em dezembro, na comparação com novembro. Mas o olho do furacão foi mesmo no setor de bens de consumo duráveis (carros, eletrodomésticos), que chegou a cair 35% em relação a novembro.
O mês de dezembro foi o pior, mas o Brasil está atravessando ainda a parte mais difícil dessa crise: esses seis meses entre setembro e março. Estamos num ambiente recessivo. Essa queda tão forte da produção industrial fez os economistas revisarem seus cálculos para o PIB, tudo o que o Brasil produz num período. O PIB pode ter caído mais de 2% no quarto trimestre de 2008, e pode ter nova queda este trimestre. Se isso ocorrer, é recessão.
O Banco Central, nos próximos dias, vai anunciar uma parte do contra-ataque. Vai usar reservas cambiais para financiar as empresas com dívida no exterior. Hoje, 90% de todo o financiamento à exportação é de dinheiro do Banco Central. Normalmente isto não é função do Banco Central. Mas o tempo é de emergência.
Para quem está desempregado, o importante é saber que a economia vai ter um crescimento, não forte, mas com números mais positivos depois de março. O segundo semestre tende a ser melhor que o primeiro. Hoje, as empresas estão assustadas porque a parada foi muito brusca. Com a produção retomando, os estoques de matérias-primas vão se reduzir e as empresas terão que comprar dos seus fornecedores. Isso fará religar o motor da economia, ainda que andando mais devagar.
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