Lindberg deixa prefeitura atacando Picciani
Petista acusa colega de chapa de vazar informações sobre processo que investiga desvio de verba em Nova Iguaçu
Cássio Bruno e Chico Otavio
O pré-candidato ao Senado pelo PT, Lindberg Farias, deixou ontem o cargo de prefeito de Nova Iguaçu, para concorrer às eleições, com ataques ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), outro candidato ao Senado.
Segundo Lindberg, a direção nacional do PT terá uma reunião com o governador Sérgio Cabral (PMDB), pré-candidato à reeleição, para tentar resolver o impasse na chapa, já que ele e Picciani não se entendem.
— Cabral vai ter que administrar bem. Vamos nos atacar no palanque? Será ruim para todos. Estou preparado para a paz, mas também para a guerra — disse Lindberg.
O petista disse acreditar que Picciani seja o responsável pela divulgação, para a imprensa, da informação sobra a quebra de seu sigilo bancário e fiscal pela Justiça para investigar denúncias de suposto esquema de desvio de verbas em Nova Iguaçu.
Picciani, por meio de sua assessoria, informou que não comentará o caso porque nunca atacou Lindberg. Nos bastidores, porém, ele tem atuado fortemente contra Lindberg.
Ex-prefeito é processado desde julho de 2008 Desde julho de 2008, Lindberg e mais nove pessoas (cinco delas de sua família), além de 13 empresas, estão com sigilo bancário e fiscal quebrado por decisão do desembargador Alexandre Varella, que até agosto do ano passado foi relator do caso na Seção Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. O grupo é investigado por suspeita de desvio de dinheiro da prefeitura de Nova Iguaçu, para parentes e empresas da família de Lindberg, e simulação de contratos para acobertar propinas.
A investigação, iniciada pelos promotores da Tutela Coletiva do município, partiu do depoimento de uma testemunha, funcionária da prefeitura, que mostrou fitas gravadas e mensagens eletrônicas para provar o envolvimento de empresas prestadoras de serviços na gestão de Lindberg com as firmas familiares e os parentes dele. Para convencer o relator do caso a definir a quebra dos sigilos, o MP alegou que a maior parte das empresas dos Farias foi aberta após a posse de Lindberg na prefeitura de Nova Iguaçu.
No pedido, de junho de 2008, a subprocuradora-geral de Justiça do Rio, Marija Yrneh Rodrigues de Moura, alegou que “de acordo com os subsídios até aqui coligidos, determinados funcionários e servidores do alto escalão do governo de Nova Iguaçu, sob o comando do próprio prefeito municipal, cobravam e recebiam propinas pagas por pessoas jurídicas que negociavam com aquele ente federativo e também desviando rendas públicas por meio de fraudes em contratos e pagamento de serviços não prestados”.
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