Banco comunitário faz empréstimos e viabiliza negócios nas comunidades
Jovens que querem um negócio são os principais clientes do Banco Pérola.
O banco dá o apoio necessário para quem está iniciando o empreendimento.
Jovens com uma ideia na cabeça e a vontade de ter o próprio negócio, sem dinheiro, são os principais clientes do Banco Pérola. O banco empresta pequenas quantias e da o apoio necessário para quem está começando o empreendimento.
"Eu costumo falar que eu já nasci com essa vontade de ser empresário”, diz o empresário Robson Pedroso.
“Cansei de enricar os outros. Agora vou tentar o meu", avisa a cabeleireira Kallindhi Catarim.
"Eu tenho um sonho de ser um grande empresário”, revela o cabeleireiro George Lucas Batista Colone.
Esses jovens não dividem apenas o sonho de ter o próprio negócio. Todos tinham pouco dinheiro para investir e conseguiram ajuda no Banco Pérola.
"É uma ONG com uma finalidade diferente. É uma organização que empresta dinheiro para jovens que querem abrir um negócio ou melhorar o que já existe. Esses jovens tomam esse crédito e retornam esse investimento para a organização e a organização empresta para outros jovens. Funciona como um círculo virtuoso”, explica Alessandra França, fundadora do Banco Pérola.
Alessandra nasceu no Paraná, mas ainda pequena se mudou com os pais para a cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo. “Meu pai era agricultor, teve um problema e perdeu tudo que tinha. Ele veio assim com a força e a coragem mesmo para uma cidade nova para procurar trabalhar”, lembra.
Aos 15 anos, Alessandra conheceu o projeto que mudaria sua vida. No bairro, começou a funcionar uma unidade do Projeto Pérola, que oferecia cursos de informática para jovens carentes. Os melhores alunos conseguiam uma bolsa de estudos em uma escola particular.
“O Projeto Pérola nasceu em 2000, em uma intenção de inclusão digital. Hoje, a gente já está em sete cidades do estado de São Paulo. Então, a gente desenvolve um processo de capacitação ou de formação desses jovens relativos a valores morais, à saúde, a ter uma visão melhor de mundo”, diz Jorge Alberto França Proença, fundador do Projeto Pérola.
O Banco Pérola começou a funcionar em outubro de 2009. O primeiro passo para conseguir empréstimo é ter um projeto.
“O jovem precisa ter uma idéia viável. O segundo passo é ele se organizar em grupo de três até cinco pessoas que também têm negócios. Esse grupo se une e vem até o Banco Pérola pra tomar um crédito. A partir do momento que recebe o crédito, ele assina um contrato praticamente de casamento. com o Banco Pérola. A partir daí ele vai começar a receber visitas quinzenais para acompanhamento do negócio”, detalha Alessandra.
“Noventa e cinco por cento dos negócios que a gente apoiou deram certo. Foi muito por causa de o agente de oportunidades acompanhar, conhecer o empreendedor e fazer um círculo de amizade. Aquilo é a garantia financeira e a garantia social”, define Leonardo Ribeiro Balter, agente de oportunidades.
“Eu trabalhava em sistema de segurança e decidi ir para esse ramo. Tentamos em outros bancos, mas uma questão de crédito é muito difícil de buscar, principalmente para um negócio que ainda está no início do surgimento. Tivemos muitas dificuldades”, diz o microempresário Robson Pedroso.
“A nossa média de empréstimos está em R$ 1,1 mil para cada empreendedor, o que é muito pouco para começar um negócio. Eles acabam fazendo acontecer mesmo com muito pouco. Ele pode pagar em até sete meses”, esclarece Alessandra.
Kallindhi e Ana Paula são amigas e cada uma tem um salão. Juntas, vão pedir um empréstimo para investir no negócio.
“Vai ser importante pra gente fazer a diferença no mercado de trabalho”, diz a cabeleireira Ana Paula Fernandes.
O Banco Pérola cobra juros de 4% ao mês. Em um ano e meio a instituição investiu em setenta empreendedores.
O sonho de Wanderson Pereira dos Santos era abrir uma lanchonete. “Realmente meu nome estava sujo e não tinha como fazer esse empréstimo. O Pérola não olhou para esse lado, me apoiou e me ajudou”, comemora.
Hoje, ele está com as contas em dia e garante que vai pagar direitinho. “A minha família está me apoiando. Todos não acreditavam que eu ia ter esse negócio”, completa Wanderson.
Eveline Garcia pegou empréstimo para aumentar o estoque da loja de roupas. “Eles estão dando oportunidade para as pessoas que não têm recurso de pegar em outro lugar. É uma oportunidade legal”, define.
Aos 18anos, Rafaela dos Santos Costa também queria ter uma loja e conseguiu mil reais no Banco Pérola para começar o negócio. “Acho que se fosse em outro banco eu não conseguiria, pela minha idade”, diz.
Os primos Gabriel Ferreira de Souza e George Lucas Batista Colone se juntaram para montar um salão diferenciado.
“A nossa especialidade é em corte masculino, principalmente o público jovem. Nós trabalhamos com alguns tipos de corte diferente, a gente faz desenho, faz barba desenhada também. Então, isso atrai muito o público jovem”, justifica Colone.
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