De O Globo Online
Peço-lhes desculpa pelo atraso na publicação desta reportagem.
(Esta matéria foi publicada segunda-feira, 23)
A Procuradoria-Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro ofereceu, nesta segunda-feira, denúncia contra o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, e mais sete pessoas, pelo crime de fraude em licitação.
Além do prefeito, foram denunciados André Luiz Ceciliano, secretário de Governo do Município; Jayme Orlando Ferreira, Janaína da Conceição Gomes dos Santos Silva e Marília de Oliveira Machado, respectivamente, presidente e membros efetivos da Comissão de Licitação de Nova Iguaçu; e Carlos Marcos Colonnese, Francisco de Oliveira Junior e Alexandre Paschoa Monteiro, sócios da empresa Supernova Mídia e Comunicação.
O Ministério Público apurou que, logo após assumir o cargo de Prefeito, em 2005, Lindberg determinou a realização de uma licitação, em caráter emergencial, para a prestação de serviços de publicidade ao Município, no valor aproximado de R$ 600 mil. Como justificativa foi apresentada a necessidade de divulgação institucional das ações desenvolvidas pela Prefeitura.
Segundo o MP, a licitação violou diversos dispositivos legais e realizou-se de forma direcionada, para favorecer a empresa Supernova, que era credora de Lindberg em R$ 250 mil, pela prestação de serviços durante a campanha eleitoral de 2004.
O MP afirma que, por conta dos expedientes fraudulentos utilizados na licitação, apenas duas empresas se inscreveram: a Supernova, que é de São Paulo, e a Identigraf Design e Impressos, do Rio de Janeiro. Posteriormente, a Identigraf foi desclassificada e a Supernova declarada vencedora do procedimento licitatório.
O Ministério Público só não pediu a prisão preventiva dos acusados por não ser possível nesse tipo de crime, que é punido com detenção de dois a quatro anos. Se condenados, o prefeito e o presidente da Comissão de Licitação do Município poderão ter suas penas aumentadas por terem comandado a atividade criminosa dos demais acusados.
A Procuradoria-Geral ressalta, ainda, que a denúncia contra Lindberg poderá ser utilizada na Justiça Eleitoral para a impugnação da candidatura à Prefeitura de Nova Iguaçu, já que ele pretende se reeleger. A situação do prefeito é agravada por diversos inquéritos civis e investigações criminais, além de três ações de improbidade administrativa já propostas contra ele, uma das quais pelos mesmos fatos que deram origem à denúncia desta segunda. Lindberg e os integrantes da Comissão de Licitação de Nova Inguaçu estão com seus bens indisponíveis, por decisão da Justiça, a pedido do Ministério Público.
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